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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Metas da ONU Podem Estar Tendo Parte nas Esterilizações Forçadas do Uzbequistão


Annalee Seath
WASHINGTON, DC, EUA, 27 de abril (C-FAM) O governo do Uzbequistão está sendo acusado de manter um programa clandestino para esterilizar as mulheres a força, possivelmente como um modo de atender às metas da ONU sobre mortalidade materna. Reportagem do Serviço Mundial da BBC informa sobre essa tendência preocupante de esterilizações compulsórias e cotas obrigatórias para médicos.
A notícia vem apesar de afirmações do governo do Uzbequistão de que esterilizações não podem ser realizadas sem o consentimento informado da paciente. Contudo, profissionais médicos relatam que recebem planos anuais que orientam cada médico sobre o número de mulheres que eles têm de prover contracepção ou esterilizar.
Fontes médicas dizem que a pressão é principalmente forte em médicos das regiões rurais do Uzbequistão, onde alguns ginecologistas são obrigados a realizar até oito esterilizações por semana.
“Há uma cota. Minha cota é quatro mulheres por mês”, um ginecologista da capital do Uzbequistão disse para a BBC.
Os casos exibem a facilidade de cruzar a linha do consentimento informado para a coerção nas mãos de um governo conhecido por seus abusos de direitos humanos e agenda de controle populacional.
“No papel, as esterilizações devem ser voluntárias, mas na verdade as mulheres não recebem escolha”, diz um médico de cargo elevado num hospital de província, o qual desejou permanecer anônimo. “É muito fácil manipular uma mulher, principalmente se ela é pobre. Você pode dizer que a saúde dela sofrerá se ela tiver mais filhos. Você pode dizer que a esterilização é melhor para ela. Ou você pode simplesmente fazer a operação”.
As mulheres relataram não saber que haviam sido esterilizadas até enfrentar complicações inesperadas depois de uma gravidez ou mais tarde tentarem — e não conseguirem — engravidar.
Além da polêmica de esterilizações forçadas do governo, o mistério real é por que o governo perpetua a política, principalmente considerando que o índice de fertilidade do país vem caindo muito. De acordo com o UNICEF, o índice total de fertilidade do Uzbequistão caiu de 6,5 filhos por mulher em 1970 para 2,4 em 2010. Hoje, o Anuário Mundial da CIA estima um mero 1,86 filhos nascidos por mulher, bem abaixo do nível de substituição de 2,1 filhos por mulher.
Além de um baixo índice de fertilidade, o país enfrenta um declínio populacional devido à emigração. Com uma população de cerca de 28 milhões, o Uzbequistão experimentou um prejuízo líquido de 779.200 pessoas em 2010.
Deixando de fora a agenda de controle populacional, pode haver outra teoria. Os médicos e ativistas de direitos humanos internacionais especulam que as medidas de esterilização são uma tática para reduzir a mortalidade materna e infantil e impulsionar a classificação internacional do Uzbequistão nessas áreas. As Metas de Desenvolvimento do Milênio da ONU frisam a redução da proporção da mortalidade materna em três quartos até 2015.
“É uma formula simples — quanto menos mulheres derem a luz, menos delas morrem”, um médico disse para a BBC.
“O Uzbequistão parece obcecado com números e classificações internacionais”, diz Steve Swerdlow, diretor para a Ásia Central da organização de direitos humanos Human Rights Watch. “Penso que é conduta típica de ditaduras que precisam construir uma narrativa baseada em algo que não seja a verdade”.
Mas o espectro decrescente da mortalidade materna e infantil não alivia o sofrimento das mulheres que foram privadas da chance de ter mais filhos, conforme Natalie Antelava, jornalista da BBC, narra: “Nigora está entre muitas mulheres para as quais a esterilização forçada é uma realidade. Ela teve um parto cesáreo de emergência. Um dia depois ela foi informada de que havia sido esterilizada. No mesmo dia, seu bebê recém-nascido morreu. Nigora tem 24 anos e nunca mais poderá ter filhos”.
Tradução: Julio Severo
Fonte: Friday Fax
Comitê da ONU ataca o papel de mãe e exige novos “direitos” para as mulheres
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