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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Especial: Entrevista sobre o Aquecimento Global - Parte 1



Aquecimento Global Antropogênico: uma certeza ou a maior fraude de todos os tempos?
NUMA iniciativa inédita, o Mídia@Mais fez o que nenhum outro veículo da mídia brasileira, grande ou pequeno, jamais teve a coragem de fazer: reuniu quatro pesquisadores e estudiosos brasileiros para uma ampla entrevista sobre a falácia do aquecimento global antropogênico (AGA), as graves consequências das decisões tomadas por governos e também sobre os interesses inconfessáveis que cercam e dão suporte a maior impostura científica das últimas décadas.
Respondendo a um conjunto comum de perguntas e também a perguntas individuais, nossos entrevistados, Daniela de Souza Onça, Geraldo Luís Lino, Luiz Carlos Baldicero Molion e Ricardo Augusto Felício, tiveram total liberdade para apresentar seus pontos de vista e uma parte de seu vasto conhecimento sobre os temas propostos.
O Mídia@Mais não necessariamente concorda com todas as respostas apresentadas; de fato, temos profundas discordâncias quanto a uma ou outra análise ou referência. Não obstante, e tratando-se de uma entrevista, não cerceamos nem censuramos nada. Ao contrário de outros veículos, o Mídia@Mais adotou a única postura aceitável para quem realmente defende a liberdade de expressão, especialmente a daqueles que dedicam suas vidas à verdadeira Ciência e ao Brasil. O que o leitor tem à sua frente, sem intervalos para comerciais ou propaganda de governos, é realmente algo único e extremamente valioso.
O M@M não segue modismos nem faz abordagens oportunistas: sob a rubrica "Ambientalismo", já publicamos mais de 30 artigos, além de numerosos clippings e vídeos, tudo em menos de um ano. A esse acervo, soma-se agora esta entrevista, conduzida por Henrique Dmyterko, com a colaboração de Gerson Faria, da Redação M@M. É verdadeiramente imperdível.
Boa leitura.
Paulo Zamboni - Editor M@M

Perfil dos entrevistados (em ordem alfabética):
Daniela de Souza Onça: Mestre em Geografia Física pela USP e doutoranda em Geografia Física, também pela USP, é autora de mais de vinte trabalhos acadêmicos nas áreas de Geografia Física e Climatologia, dentre os quais, destacamos: O fluxo de raios cósmicos como agente de mudanças climáticas. VIII Simpósio Brasileiro de Climatologia Geográfica. UFU, Alto Caparaó, 24 a 29 de agosto de 2008; A criação do taco de hóquei e seus desdobramentos. I Simpósio de Pós-Graduação em Geografia do Estado de São Paulo. UNESP, Rio Claro, 17 a 19 de novembro de 2008; Mudanças climáticas globais, racionalidade técnica e ética ambiental. XI Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, São Paulo, 5 a 9 de setembro de 2005; A mídia e as mudanças climáticas. II Seminário de Pesquisa em Geografia Física - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, São Paulo, 11 e 12 de dezembro de 2004.
Geraldo Luís Lino: Geólogo especializado na aplicação de estudos geológicos a projetos de engenharia civil e avaliações de impactos ambientais. É fundador e diretor do Movimento de Solidariedade Ibero-americana (MSIa), autor do livro A fraude do aquecimento global: como um fenômeno natural foi convertido numa falsa emergência mundial e co-autor dos livros Máfia Verde 2: ambientalismo, novo colonialismo (2005) e A hora das hidrovias: estradas para o futuro do Brasil (2008), ambos publicados pela Capax Dei Editora.
Luiz Carlos Baldicero Molion: Bacharel em Física pela USP, em 1969. Em 1975, doutorou-se em Meteorologia, e em Proteção Ambiental como campo secundário, pela Universidade de Wisconsin, Madison, EUA, e concluiu seu pós-doutorado no Instituto de Hidrologia, Wallingford, Inglaterra, em 1982, na área de Hidrologia de Florestas. Professor visitante da Western Michigan University, EUA e Professor de Pós-Graduação da Universidade de Évora, Portugal. É "fellow" do Wissenschaftskolleg zu Berlin, Alemanha, onde trabalhou como pesquisador visitante durante 1989-1990. Publicou mais de 30 artigos em revistas e livros estrangeiros e mais de 80 artigos em revistas nacionais e congressos, em particular sobre impactos de desmatamento da Amazônia no clima, climatologia e hidrologia da Amazônia, causas e previsibilidade das secas do Nordeste, mudanças climà ¡ticas (global e regional), camada de ozônio e fontes de energias renováveis. Foi cientista-chefe nacional de dois experimentos com a NASA sobre a Amazônia. Aposentou-se do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/MCT), onde foi Diretor de Ciências Espaciais e Atmosféricas, como Pesquisador Titular III. Entre 1990-92, foi Presidente da Fundação para Estudos Avançados no Trópico Úmido (UNITROP), Governo do Estado do Amazonas, em Manaus, onde desenvolveu pesquisas sobre desenvolvimento sustentado, em particular o biodiesel, combustível renovável feito de óleos de palmáceas nativas. Atualmente, encontra-se na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), em Maceió, como Professor Associado e Diretor de seu Instituto de Ciências Atmosféricas (ICAT), e desenvolvendo pesquisas nas áreas de dinâmica de clima, desenvolvimento regional, energias renováveis e dessalinização de água. É Membro do Grupo Gestor da Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (MG/CCl/OMM), como representante da América do Sul.
Ricardo Augusto Felício: Professor Doutor do Departamento de Geografia FFLCH - USP, Doutor em Climatologia, área de Geografia Física pela USP, Mestre em Meteorologia Antártica pelo INPE. Bacharel em Meteorologia pelo IAG - USP. Participou de duas missões antárticas, uma pela Marinha do Brasil e outra como pesquisador do INPE, atuando nas atividades de Meteorologia Operacional Antártica e de pesquisa em climatologia. Atualmente pesquisa a ação dos ciclones extratropicais no continente antártico e teleconexões com o Brasil. Também realiza trabalhos sobre o tema da variabilidade climática e suas implicações, com ênfase nas discussões que cercam o "aquecimento global antropogênico", efetuando palestras de divulgação. Dentre os seus vários trabalhos publicados, destacamos: Vulcões e Atividades Antropogênicas: Um Caso Recente que Induz à Reflexão In: IV Fórum Ambiental da Alta Pauli sta, 2008, Tupã. v.IV. p.1 - 6.http://www.amigosdanatureza.org.br/?s=eventos¬icia=396&trabalho=522&a=vertrabalho;
Antártida - A Geografia do Continente Gelado e As Operações Brasileiras. CONFINS. São Paulo, 2007.Palavras-chave: Antártida, Climatologia, Oceanografia Áreas do conhecimento : Geociências Referências adicionais : Brasil/Português. Meio de divulgação: Meio digital, Home page:http://confins.revues.org/document122.html e Pesquisas em Climatologia Dinâmica na Antártida, 2006. (Seminário,Apresentação de Trabalho)Palavras-chave: Antártida, Ciclones, Climatologia, Sinóptica Referências adicionais : Brasil/Português. Meio de divulgação: Meio digital; Local: Cidade Universitária; Cidade: São Paulo; Evento: III Seminário de Pesquisa em Geografia Física - SEPEGE; Inst.promotora/financiadora: Departamento de Geografia - FFLCH - USP.

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M@M: Qual o balanço geral da COP-15 em termos de efeitos político-econômicos e qual a sua avaliação da postura da comitiva do governo brasileiro?
 
Profª Daniela de Souza Onça: Copenhagen foi mais uma conferência que surtirá poucos efeitos práticos de redução das emissões de dióxido de carbono para a atmosfera, mas muitos efeitos práticos de criação de impostos em escala local e imposição de novos hábitos de consumo. A conferência teve muito mais a finalidade de prover o embasamento teórico para a legitimação de novas políticas impostas ao cidadão comum do que de estabelecer uma regulação global das emissões e estabelecer tratados entre os governos. É fato que ninguém ali estava preocupado em "salvar o planeta", mesmo que isso fosse possível; estavam interessados em receber financiamentos, vender seus produtos e legitimar políticas que de há muito se quer implementar, pouco importando se o planeta está aquecendo ou não e, em caso afirmativo, qual seria a causa. No caso brasileiro, acredito que o maior interesse esteja relacionado ao etanol de cana-de-açúcar. Acredita-se que o etanol emite menos dióxido de carbono que a gasolina em sua queima, além de não adicioná-lo à atmosfera, pois o gás emitido é "seqüestrado" no crescimento das novas safras. Desse modo, estão envolvidos aí os interesses de expansão do setor sucro-alcooleiro, das novas tecnologias dos automóveis, da pesquisa científica do setor e assim por diante. Com possibilidades tão promissoras, por que o Brasil se oporia à hipótese do aquecimento global antropogênico? A delegação brasileira também brigou muito em Copenhagen contra a proposta de que os países emergentes não receberiam financiamentos dos países ricos, procurando manter o país como um candidato muito interessante ao recebimento de propostas dos chamados Mecanismos de Desenvolvimento Limpo, mas no final até se ofereceu para contribuir com o fundo global do clima! Realmente, o slogan do governo federal "Brasil, um país de todos" está sendo levado muito a sério: vamos carregar todo o mundo nas costas.

Geólogo Geraldo Luís Lino: Começo pela segunda parte da pergunta: a delegação brasileira refletiu bem o espírito de convescote que foi a conferência - mais de 700 pessoas! Foi de longe a maior delegação, aliás, como já havia ocorrido em Bali, há dois anos, quando a delegação brasileira foi maior que a dos anfitriões indonésios. Quanto à atuação, ela ficou dentro do que se anunciava sobre a declarada pretensão de "liderar" o mundo nas negociações climáticas, com base no estabelecimento das metas de redução de emissões com aqueles números esdrúxulos, com casas decimais, saídos das fórmulas de algum tecnocrata climático convocado às pressas pelo governo. Mas a atitude brasileira não difere muito da maioria dos demais países, houve muita retórica para se ganhar tempo até as próximas negociações. O festival em Copenhague acabou como muitos previam, com uma mera declaração de boas intenções, que reflete em grande medida os entrechoques entre os interesses que promovem a agenda "aquecimentista" e os golpes de realidade proporcionados pelo aprofundamento da crise econômico-financeira (cuja fase pior ainda está por vir), os custos altíssimos das medidas idealizadas para reduzir as emissões de carbono, a inexistência de alternativas economicamente viáveis aos combustíveis fósseis e, até mesmo, uma percepção cada vez maior do público em geral sobre os exageros dos cenários alarmistas apresentados pelos "aquecimentistas". Percepção que fatos como o escândalo "Climagate" tendem a aprofundar.

Prof. Luiz Carlos Molion: A COP-15 foi, como era esperado, um verdadeiro fracasso! Não houve discussões científicas e troca de idéias sobre como tratar as questões ambientais e desigualdades sociais. Ficou muito claro, ao longo da discussão, que os interesses eram apenas financeiros - quem vai entrar com o dinheiro e quem vai levá-lo e de que forma - em especial da parte dos países africanos e insulares. E muitos políticos dos países desenvolvidos, como Barack Obama e Gordon Brown, devem ter percebido que não exercem liderança alguma. É impossível se extrair um "acordo" entre 192 países sem que haja firme liderança e propósito convincente. A delegação brasileira adotou o discurso dos países desenvolvidos e, nos últimos instantes, tentou, em conjunto com África do Sul, China, Estados Unidos e Índia, produzir um documento que foi amplamente rejeitado. Nesse "acordo", seria aceitável manter um aumento de temperatura de até 2°C, mas não estabeleceu metas de redução de emissões, nem para os países desenvolvidos, para atingir essa marca. De onde tiraram esse número 2°C ? De modelos de clima, que são rudimentares, não reproduzem o clima atual e, portanto, não se prestam para se fazer projeções futuras. Ou seja, os resultados de modelos climáticos, baseados em cenários de concentração de CO2 fictícios, são inúteis, uma verdadeira perda de tempo e dinheiro. Falam como se o Planeta Terra fosse um eletrodoméstico, por exemplo um condicionador de ar, provido de um termostato ajustável a temperaturas selecionadas pelo homem. Basta analisar a variação da temperatura e da concentração de CO2 ao longo do tempo para concluir que CO2 não controla o clima, e qualquer redução que viesse a ser acordada, 30% ou 50%, não influenciaria na marcha do clima. Outra propositura, de se destinar US$30 bilhões por ano para que os países pobres se adaptassem às "mudanças climáticas" até 2012 e de US$100 bilhões, tampouco teve ou terá apoio.

Prof. Ricardo Augusto Felício: Em primeiro lugar, devemos chamar a atenção para um fato simples: dióxido de carbono não controla o clima, muito menos os outros gases, chamados estufa, que se apresentam em proporções insignificantes. Desta maneira, se todas as emissões naturais destes gases no planeta não significam nada, imaginemos a ínfima parte da ínfima parte, ou seja, a que os humanos liberam. Ela não conta nada, não serve para nada e não pode fazer nada! Adotar políticas públicas mundiais norteadas por esse argumento, em nível econômico, social e ambiental é simplesmente ridículo e fantasioso. Criou-se um monstro que não existe para assustar toda a população da Terra (daqueles que comem, lêem e vivem já no século XXI) para mascarar a verdadeira intenção: adotar um controle mundial sobre todos os recursos naturais e energéticos.

Em se tratando da COP-15, eu simplesmente fico chocado como os países ficam gastando dinheiro público com essa falácia. São 15 anos de reuniões baseadas na mentira das emissões de gases. Isto sem contar as inúmeras reuniões, quase semanais, cada uma em um lugar do mundo. Os "pesquisadores" e políticos ficam a viajar e gastando dinheiro dos países, para fingir que estão resolvendo um problema que nem sequer existe. Nestas reuniões, acontecem as negociatas mundiais de favores trocados, em detrimento das populações dos países, principalmente os mais pobres (isto inclui o Brasil). O importante da COP-15 é que ficou evidente que eles estavam tentando criar um mecanismo de leis internacionais que legitimariam as sanções econômicas, políticas e militares contra os países que não adotassem o documento. Mesmo para os que o adotassem, haveria então, os compromissos internacionais que permitiriam, por exemplo, verificações dos "inspetores " da ONU (como se os gases estufa fossem urânio) para realizar suas observações sobre o cumprimento do tratado. Tal plano ficou demonstrado e foi anunciado pelos próprios repórteres ignorantes do assunto de clima da Rede Globo, ao final da COP. Infelizmente, não sei se o povo que assiste aos jornais dessa emissora conseguiu entender o plano. De qualquer modo, também ficou evidente que os políticos brasileiros, de todas as esferas, mostraram do que são feitos (fica aqui a conclusão do leitor). Estavam esbravejando na reunião, pois precisariam legitimar as posturas dos seus imbecis planos de mudanças climáticas, adotados apressadamente antes da reunião. Criaram um monte de restrições e impostos aqui no Brasil e não tem agora como justificar isto. Começaram com a ladainha de que "o povo paulista já faz a sua contribuição para o planeta", mas se esqueceram das relações escalares. Se isto realmente interferisse, seria mais uma vez, insignificante. Em outras palavras, se o mundo não quer, por que o paulistano, paulista ou brasileiro tem que fazer? Somos "voluntários" ou imbecis? Pior ainda foram as declarações ridículas de elaboração de um fundo internacional. Querem tirar nosso dinheiro para mandar para os países pobres da África? Outras estratégias ridículas anunciadas foram os desvios das verbas destinadas às emergências de vazamentos da Petrobrás, para o controle das queimadas. Querem pegar este dinheiro e investir em um gigantesco esquema para combater incêndios florestais, com aviões, caminhões e equipes treinadas. Neste plano, já vemos como eles não entendem de nada mesmo. Nem sequer tem noção da escala de um incêndio florestal, cujas proporções são gigantescas. Além disto, novamente vemos como os políticos trabalham: no paliativo, ou seja, depois que está queimando.

Outra coisa interessante a comunicar foram as notícias de portais da Internet, tais como UOL, Yahoo, G1 (Globo), etc. Enquanto os portais brasileiros davam mensagens quase que horárias sobre a COP-15, os similares internacionais, como os europeus ou estadunidenses, mal colocavam uma linha, muito discreta, sobre o assunto. Então, pergunta-se: para quem devemos espalhar esse medo e preocupação?

Em suma, tudo isto não serviu para outra coisa senão demonstrar como nossos políticos são incompetentes e inúteis. Eles deveriam ir lá e dizer um "basta" a esta historinha ridícula. O Brasil tem sua soberania e deveria fazer o que fosse preciso para o bem estar de sua população, mas não foi isto que fizeram. Os representantes africanos e árabes se mostraram muito mais corajosos e competentes, inclusive afirmando que o próprio aquecimento é uma falácia. Foi hilário ver os repórteres globais afirmando que a Terra vai aquecer 2ºC em 10 anos (de 2010 a 2020) debaixo de fabulosas tempestades de neve, em níveis recordes! Isso que os tais repórteres afirmaram nunca aconteceu e não acontecerá. Se em 15 anos as COPs não viram subir a temperatura da Terra, será na próxima década que isto vai acontecer? Nós, climatologistas de verdade, só não estamos rindo desta palhaçada devido à sua enorme gravidade.
Nota Redação: Entrevista originalmente publicada na Newsletter N. 46 do Mídia@Mais, em 14/01/2010. Em breve o M@M publicará as demais partes da entrevista, trazendo novas informações sobre o polêmico tema do AGA.

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