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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A tênue linha azul do jihad


Policiais britânicos: simpatizantes do terrorismo islâmico estão dentro das fileiras da força policial inglesa
Ojornal  britânico Telegraph relata que a Associação Nacional dos Policiais Islâmicos[National Association of Muslim Police – NAMP] atacou a política governamental contra o extremismo islâmico.  Em memorando entregue  a uma comissão parlamentar que investiga o extremismo islâmico, a NAMP criticou:
 
[...] A estratégia governamental antiterrorismo,  advertindo que ela é “uma afronta aos valores britânicos” e que ameaça despertar a intranquilidade étnica [...] que os ministros estavam errados ao dizer que o Islã era o “agente motor” por trás dos recentes ataques terroristas. Os extremistas de direita seriam muito mais perigosos à segurança nacional [...] e que os muçulmanos estariam sendo “estigmatizados” pelas tentativas governamentais de lidar com o terrorismo, as quais estariam disseminando o “ódio” contra comunidades inteiras. [...]
 
[...] O memorando também advertia que os muçulmanos estariam sofrendo “abusos diários” como resultado da estratégia do governo britânico. “Não devemos diminuir ainda mais os nossos valores britânicos por permitir que tais políticas e comportamento continuem sem restrição ou investigação”.
 
Este é um desdobramento de uma situação extremamente alarmante.
 
Primeiro, uma consideração geral. A simples idéia de que policiais se organizem em grupos de pressão, de qualquer tipo, deveria ser anatemática à ética do policiamento. Isso se aplica igualmente a Associações de Policiais Negros, Gays, Judeus ou Ruivos Transexuais Pernetas. Policiais, por definição, deveriam servir igualmente a toda comunidade e não deveriam ter nenhuma outra pauta de interesses que não o compromisso de serviço público igual para todos. A idéia de que eles se identifiquem como um grupo de pressão é simplesmente errada, e as altas autoridades policiais jamais deveriam tê-la permitido prosperar.
 
Todavia, o memorando da Associação Nacional dos Policiais Islâmicos é de uma ordem de magnitude completamente diferente.
 
Examinemos primeiramente o seu argumento menos grave: a idéia de que não existe ameaça islâmica e que a ameaça real à Grã-Bretanha vem da “extrema-direita”, é demonstravelmente absurda. A ameaça apresentada pela “extrema-direita” não passa de atos de vandalismo e violência de baixa intensidade. Já a ameaça do extremismo islâmico é, de fato, muito grande. Dúzias de complôs urdidos por extremistas islâmicos visando o assassinato de milhares de pessoas foram frustrados e o aparato de segurança diz que entre dois mil e quatro mil muçulmanos britânicos estão radicalizados ao ponto de cometer atos de terrorismo. Este terrorismo é parte de uma guerra santa global que vem sendo travada em nome do Islã. Enquanto muitos muçulmanos britânicos não apóiam nem os objetivos, nem as táticas dessa guerra santa, um número intolerável apóia. É extremamente perturbador que policiais muçulmanos neguem esse fato evidente. Isso significa que eles subscrevem a narrativa radical da negação e fraude sistemática.
 
Mas a NAMP foi muito, muito além disso. Eles atacaram políticas governamentais; pior, atacaram políticas governamentais destinadas a proteger as vidas e a segurança de cidadãos britânicos; pior ainda, sugeriram que os muçulmanos britânicos deveriam se opor a tais políticas e, implicitamente, ameaçaram com desordem e violência se essas não fossem modificadas.
 
Vamos acordar: estamos falando de policiais britânicos, sujeitos aos mesmos códigos disciplinares e profissionais tal como quaisquer outros policiais. E mesmo assim, sua conclamação para “controlar e vigiar” a política de contraterrorismo e a implícita ameaça de violência caso esta não seja controlada, sugere que, em vez de ajudar a formar a linha de defesa contra a ameaça do extremismo islâmico, esses policiais devem ser considerados como parte dessa ameaça.
 
Além disso, em seu web site a NAMP recomenda aos muçulmanos britânicos que, ao denunciar crimes, deveriam também “denunciar tais ações à Comissão Islâmica de Direitos Humanos” [IHRC, na sigla em inglês]. Vamos parar por um momento e pensar a respeito das implicações disso. A IHRC é uma organização extremista ligada ao Irã. Portanto, a NAMP está aconselhando muçulmanos britânicos a se valerem de uma organização extremista de fachada do jihad, ligada ao Irã, que ameaça a segurança desta nação, como um mecanismo policial paralelo na Grã-Bretanha. A tentativa de estabelecer jurisdição e instituições islâmicas paralelas é elemento central dos esforços dos extremistas islâmicos para subverter e tomar o comando deste país.
 
A ironia desta assustadora situação é extrema. O governo curvou-se e recuou para evitar associar o Islã ao terrorismo. Numa tentativa de separar os muçulmanos moderados dos radicais, despejou mais de 140 milhões de libras por ano em grupos muçulmanos “moderados”. Positivamente, o governo agiu de modo excessivamente ardoroso ao encorajar o recrutamento de muçulmanos para a polícia, na crença de que isso persuadiria os muçulmanos britânicos de que o governo não tinha nenhum problema com eles, mas unicamente com os radicais. Não obstante, são precisamente essas as políticas que a NAMP alega terem promovido o “ódio contra muçulmanos” que teria “crescido a um nível que desafia toda a lógica e é uma afronta aos valores britânicos”.
 
Eis os frutos da política de apaziguamento. Em vez de domar o extremismo na Grã-Bretanha, a covardia dos políticos simplesmente resultou no rompimento da tênue linha azul [*] que nos protege — transformando-a numa potencial arma do jihad.
 
Tradução: Henrique Dmyterko
 
Publicado originalmente na Spectator.co.uk/melaniephillips em 20/01/2010

[*] NT: No original, thin blue line, expressão usada na Inglaterra e EUA para designar cordão de isolamento policial e, num sentido mais amplo, toda a polícia, considerada a última linha de defesa da sociedade, separando-a e protegendo-a dos fora-da-lei. Tanto na Inglaterra quanto nos EUA, as polícias têm como símbolo uma bandeira negra com uma estreita faixa azul longitudinal. Para efeito de ênfase, a tradução quase literal foi a opção.

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