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terça-feira, 30 de março de 2010

Aplicativo ajuda usuário a quebrar recorde de digitação de textos


Nancy Gohring, do IDG News Service
29-03-2010
Swype, que surgiu a partir do T9, faciilta o uso do teclado virtual em celulares e já está presente em seis modelos diferentes.

Um novo software, que tem a função de tornar mais fácil a digitação de textos em dispositivos sem teclado físico foi responsável por ajudar o norte-americano Franklin Page a entrar para o Guinness Book of Records como a pessoa mais rápida do mundo em digitação de textos em celulares.
Page levou exatos 35,5 segundos para digitar a seguinte sentença: The razor-toothed piranhas of the genera Serrasalmus and Pygocentrus are the most ferocious freshwater fish in the world. In reality they seldon attack a human. Esta foI a marca oficial obtida por ele frente aos fiscais do Guinness, mas o vídeo abaixo mostra que ele pode ser ainda mais rápido.
Mas por trás dessa façanha está uma negócio importante no segmento de softwares e pode ser o início do resgate de ser escrever corretamente (em inglês, por enquanto) nestes dispositivos portáteis.
Interface
O Swype é um aplicativo que oferece uma forma nova de se digitar em teclados virtuais. Em vez de teclar uma letra de cada vez, usuários do software devem arrastar os dedos de uma letra para outra no teclado para formar a palavra desejada. Um algoritmo tenta adivinhar a palavra desejada, tornando a digitação mais rápida do que se fosse necessário ‘soletrá-la’.
O diretor de operações da Swype, Aaron Sheedy, diz que ao ganhar tempo na digitação das palavras, as pessoas tendem a escrevê-las corretamente, em vez de criar palavras novas. “O vocabulário volta a ser importante. Estamos oferecendo um renascimento da linguagem”. Assim, no lugar de escrever “c u there” (te vejo lá, em inglês), os usuários tenderão a escrever frases completas, de forma fluente e rápida, diz ele. A frase seria, então escrita de forma completa “See you there”.
Resta saber se o Swype será amplamente utilizado, diminuindo a necessidade de os usuários criarem palavras para se expressar de forma rápida, mas que deixam professores de inglês de cabelos em pé. De qualquer forma, ao que parece, digitar com o Swype é mais rápido do que digitar letra a letra até forma a palavra desejada.
Apesar de todo o ruído em torno do novo recorde obtido por Page (que trabalha para a Swype), a empresa tem pela frente a tarefa de persuadir fabricantes de celulares e smartphones a adotarem a tecnologia. Por enquanto, o utilitário está embarcado em seis modelos: MyTouch e HD2 (HTC); Cliq XP e i1 (Motorola); Omnia 2 Galaxy S (Samsung).
Curva de aprendizado
Nos testes feitos por PC World (EUA), não pudemos ser tão rápidos quanto o recordista. Isso porque, embora bem familiarizados com teclados virtuais, não temos o costume de digitar com apenas um dedo e localizar a próxima letra, a partir das que são sugeridas pelo aplicativo, nos fez perder algum tempo.
E há truques que precisam ser aprendidos. Por exemplo, fazer um círculo ao redor de uma determinada letra significa que se deseja utilizar duas delas em sequência.
Na realidade, existe uma curva de aprendizado e isso pode representar uma barreira para a adoção da ferramenta. A Swype não sabe dizer também se usuários com celulares que têm o software estão usando ou não a ferramenta.
A empresa também desconhece quantos aparelhos de fato têm o software instalado. Embora fature com o licenciamento do aplicativo, smartphones com o Swype só começaram a ser vendidos no início de 2010 e as empresas – fabricantes e operadoras – demoram a apresentar seus relatórios de venda.
Se pessoas começarem a utilizar o software, é provável que gostem da ferramenta. Isso porque ela dá velocidade na digitação de textos nesse tipo de teclado. E este é um ponto importante. “Todos sabemos que digitar usando o teclado virtual não é fácil”, lembrou Sheedy, afirmando que os fabricantes estão felizes em poder oferecer uma forma de endereçar esse problema, já que dotar celulares de teclados físicos encarece muito o produto.
É provável que em pouco tempo o aplicativo Swype estará disponível em um número maior de dispositivos, mas não espere encontrá-lo tão cedo no iPhone ou iPad. Segundo Sheedy, a aplicativo já foi oferecido à Apple, que se mostrou bem interessada, até que o software começou a aparecer em equipamentos de outros fabricantes. “Eles disseram: ‘estamos desapontados que você tenha outros clientes’”, lembra Sheedy, que espera ainda poder vender para a empresa de Steve Jobs. Enquanto isso, diz, está feliz pelo fato de o Swype ser um dos diferenciais que empresas como a Motorola e Samsung podem oferecer para competir com os recursos do iPhone.
Para além de telefones celulares, o Swype também deve surgir em versões para GPS e também em tablet PCs, bem como ser uma combinação interessante para controle remoto de TVs – pessoas que conectam PCs e outros dispositivos à televisão sempre enfrentam dificuldades com a interface.
Na realidade, esse era o propósito inicial do Swype. A ideia por trás do aplicativo foi criada por Cliff Kushler, o inventor do T9, software de previsão de textos que está hoje instalado em qualquer telefone móvel. Seu projeto tinha o objetivo de oferecer um mecanismo de comunicação para pessoas com necessidades especiais que não pudessem usar as mãos. Por meio de um dispositivo capaz de acompanhar o movimento dos olhos, seria possível escolher uma opção dentre nove disponíveis (muito similar ao que vemos hoje no teclado dos celulares) para soletrar palavras.
O problema é que os usuários tinham de esperar para que a tecla escolhida fosse iluminada, indicando o aceite da seleção. Kushler e seus colegas queriam evitar esse tempo de espera e foi assim que o Swype nasceu. O software levou seis anos para ficar pronto, atingindo o nível de precisão necessária para se tornar um produto comercial.
A tecnologia utilizada no aplicativo parece nova, mas já enfrenta concorrência da Nuance, empresa que comprou o T9 em 2007. A Nuance apresentou, há uma semana, o T9 Trace, aplicativo que funciona de forma muito parecida com o Swype. Mas com uma diferença: o T9 Trace ainda não está presente em qualquer dispositivo do mercado.

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