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É necessário que o povo saiba que o aumento de imposto pretendido pelo governo fará com que o contribuinte, pessoa física, comece a pagar IR (Imposto de Renda) à alíquota de 35% sobre os mesmos valores que levam um residente nos EUA a pagar 15%.
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É necessário que o povo saiba que, nos EUA, o contribuinte pode deduzir, a título de despesas e ensino, muito mais do que, no Brasil, pode o cidadão.
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É necessário que o povo saiba que a carga tributária nos EUA está em torno de 29% do PIB e, no Brasil, sem as programadas elevações de tributos federais, estaduais e municipais, já ultrapassa 34%.
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É necessário que o povo saiba que Japão, Austrália e Suíça têm carga tributária menor do que a do Brasil e prestam serviços públicos de qualidade incomensuravelmente melhor do que os prestados aqui.
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É necessário que o povo saiba que a “distribuição de renda” a que os governantes fazem menção sempre que desejam elevar tributos é uma falácia, a não ser que consideremos como beneficiários dessa distribuição eles mesmos, pois 60% de todos os tributos pagos pela sociedade para Estados e municípios e 50% dos pagos à União são destinados a remunerar burocratas e políticos, isto é, exclusivamente para pagar a mão-de-obra do poder, que representa menos de 10% da população.
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É necessário que o povo saiba que o Presidente da República declarou, no início de seu governo, que não havia mais espaço para aumentar a carga tributária, mas, nos últimos anos, elevou-a de 27% para 34% do PIB.
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É necessário que o povo saiba que a reforma tributária não avança porque o governo não quer, pois iria retirar a “segurança” das receitas confiscadas da sociedade.
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É necessário que o povo saiba que os produtos estrangeiros são incididos no país apenas uma vez pelo PIS, uma vez pela Cofins e uma vez pela CPMF, enquanto o produto nacional suporta “n” vezes a incidência dessas contribuições, gerando um protecionismo às avessas, privilegiando os produtos estrangeiros e prejudicando os nacionais.
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É necessário que o povo saiba que o México tem um PIB semelhante ao do Brasil, mas uma carga tributária de 16,8%, ou seja, metade da nacional. E ele exporta US$ 160 bilhões, contra os medíocres US$ 55 bilhões brasileiros.
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É necessário que o povo saiba que a política tributária no Brasil impede que as empresas aqui instaladas se mostrem competitivas no exterior – o Brasil exporta tributos – assim como elimina a concorrência das empresas brasileiras dentro do país, pois o produto estrangeiro é menos tributado do que o brasileiro.
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É necessário que o povo saiba que 2,5 milhões de burocratas e políticos aposentados geram um déficit de R$ 45 bilhões para a Previdência, por receberem, em vida, dez vezes mais do que recebem os inativos do setor privado.
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É necessário que o povo saiba que grande parte das funções que o Estado exerce é dispensável, não se justificando a multiplicidade de exigências impostas ao cidadão, o que só serve para garantir a manutenção de equipes de servidores, em uma administração esclerosada.
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É necessários que o povo saiba que uma reforma tributária que reduzisse o número de incidências repetitivas, canalizando para a administração tributária um menor número de tributos, favoreceria tanto o contribuinte quanto o governo, baixando os níveis de sonegação e permitindo um controle melhor.
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É necessário que o povo saiba que é uma impropriedade dizer que o profissional liberal, em sociedade tributada pelo lucro presumido, paga pouco IR; ele paga Cofins e PIS, que as pessoas físicas não pagam.
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É necessário que o povo saiba que a Lei de Responsabilidade Fiscal, em vez de servir de controle das despesas dos governos, está servindo só para aumentar a carga tributária.
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É, por fim, necessário que o povo saiba que, em sua maioria, seus “representantes” não estão a merecer os votos que receberam e pensam apenas na manutenção de privilégios e benefícios, e não no interesse de seus eleitores. Por isso eles não querem a reforma política que permita que o povo os controle; a reforma administrativa que permita o enxugamento das peças inúteis da máquina administrativa; e a reforma tributária, para tornar o sistema mais justo e racional, o que geraria desenvolvimento.
Os detentores do poder não desejam essas três reformas, que dariam competitividade a toda nação, e não apenas a 10% dela. Por isso o Brasil está patinando na história.
Fonte: http://www.politicavoz.com.br/corrupcaoepolitica/artigo_02.asp