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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Autoridade da Casa Branca confessa que a campanha de Obama “controlou de forma absoluta” os meios de comunicação


Kathleen Gilbert
WASHINGTON, D.C., EUA, 19 de outubro de 2009 (Notícias Pró-Família) — Depois do desafio bem público do governo de Obama para a rede de notícias Fox News na semana passada, a diretora de comunicações da Casa Branca Anita Dunn está de novo atraindo a atenção graças a uma recente cena filmada que a mostra revelando a própria ética jornalística da campanha de Obama — aprofundando a estonteante saga da luta de poder do governo de Obama com as elites dos meios de comunicação.
Numa conferência na República Dominicana em janeiro, Dunn — que fazia parte da equipe da campanha presidencial de Barack Obama, e é esposa do advogado pessoal de Obama Robert Bauer — debateu o “controle absoluto” que a campanha exerceu sobre a imagem de Obama nos principais meios de comunicação. A tática, diz ela, permitiu que a campanha usasse manobras que distanciaram a imagem pessoal do candidato de questionamentos da imprensa.
“Uma das razões por que fizemos tantos dos vídeos de David Plouffe não foi só para nossos apoiadores, mas também porque era um jeito de transmitirmos nossa mensagem sem ter de realmente falarmos com os jornalistas”, disse Dunn, se referindo às filmagens preparadas para a imprensa feitas por David Plouffe, o diretor principal da campanha de Obama. “Tudo o que fazíamos era dar nossos vídeos à imprensa e fazê-los escrever o que Plouffe havia dito, mas não como se Plouffe estivesse fazendo uma entrevista com um repórter. Assim muitíssima coisa estava sob nosso controle, não sob o controle da imprensa”, disse ela.
“Durante a eleição, muito raramente comunicávamos por meio da imprensa algo sobre o qual não tínhamos controle absoluto”.
Dunn fez esses comentários numa conferência sobre a campanha de Barack Obama realizada pela Fundação Global Dominicana para a Democracia e Desenvolvimento.
De acordo com Dunn, a estratégia de imprensa da campanha era desencorajar críticas ao candidato como tal. “A realidade é que se era um vídeo de David Plouffe ou um discurso de Obama, uma imensa parte de nossa estratégia de imprensa focalizava em fazer os meios de comunicação cobrirem o que Obama estava realmente dizendo, não o motivo por que a campanha estava dizendo algo”, disse ela.
Essa filmagem de Dunn acrescenta uma nova dimensão aos comentários dela feitos no começo deste mês na direitista Fox News, que ela afirmou era “mais uma facção do Partido Republicano” do que um serviço noticioso.
“Obviamente, o presidente irá para a Fox porque ele se envolve com oponentes ideológicos”, Dunn disse na edição de 11 de outubro do programa Reliable Sources da CNN. “A Fox é amplamente vista como parte do Partido Republicano… e não há nada de errado nisso. Mas não vamos fingir que é uma organização noticiosa como a CNN”.
A Fox News respondeu ao ataque num email para a CNN, observando que “o público normal de noticiário consegue certamente fazer a diferença entre a seção A do jornal e a página editorial, que é o que nossa programação representa”.
O comentarista político da Fox, Glenn Beck, fez seu próprio ataque contra Dunn na semana passada transmitindo cena filmada dela expressando admiração por Mao Tse Tung, o fundador da China comunista, considerado responsável pela morte de dezenas de milhões — com a ajuda de seu partido, que tomou todos os meios de comunicação chineses.
No discurso de junho de 2009 para estudantes secundários, Dunn colocou Mao Tse Tung ao lado de Madre Teresa de Calcutá como “dois dos meus filósofos políticos favoritos”. “Em 1947, quando Mao Tse Tung estava sendo desafiado dentro de seu próprio partido em seu plano de basicamente assumir o controle da China, Chiang Kai Shek… tinha tudo do seu lado. E as pessoas diziam: ‘Como é que você conseguirá fazer isso?’ E Mao Tse Tung disse: ‘Lutem vocês a sua guerra, e eu lutarei a minha’”, disse ela. “Você sabe o que é certo para você. Por isso, não permita que as definições dos outros definam seu conceito interno do que é certo e errado”.
Alguns comentaristas, inclusive Dunn, criticaram o alvoroço posterior, dizendo que as pessoas haviam usado os comentários dela com seriedade exagerada.
Desde que o presidente Obama fez menção da Fox como “uma rede de televisão totalmente dedicada a atacar o meu governo” numa entrevista de junho com John Harwood, da CNBC, as autoridades da Casa Branca têm assumido uma postura cada vez mais agressiva contra a rede de televisão. O Chefe do Estado Maior Rahm Emanuel e o principal assessor de Obama David Axelrod adotaram medidas ofensivas a um novo nível ao estimular outros canais da imprensa a evitar a Fox.
Perguntado para comentar o que Dunn disse, o secretário de imprensa da Casa Branca Robert Gibbs divulgou uma insinuação mais sutil acerca do antagonismo do governo. “Assisti a muitas notícias nessa rede que não achei que eram verdadeiras”, disse ele.
A complexa troca de palavras emerge do mal-estar que vem crescendo há muito tempo sobre o relacionamento da Casa Branca com a imprensa. Embora a guerra pública entre o governo e a Fox seja o aspecto mais dramático, os críticos dizem que uma predileção por desviar o debate em favor de atitudes sugerindo falsidades ou até mesmo desonestidade e crimes por parte dos oponentes se tornou em várias frentes parte da estratégia de comunicação do presidente e sua equipe de governo.
Um exemplo notável: no debate imenso acerca do aborto financiado pelo governo na reforma do sistema de saúde, o secretário de imprensa Gibbs sempre respondeu sugerindo que a controvérsia não tem fundamento graças à emenda Hyde, a qual impede abortos financiados pelo governo. Por sua vez, o Comitê Nacional do Direito à Vida condenou a resposta como deliberadamente enganadora — pois ignora o fato de que a emenda Hyde não tem relação com as torrentes de financiamentos criadas pela legislação de reforma da saúde.
Alguns analistas têm questionado se as posturas agressivas do governo são uma medida política infeliz.
O colunista do jornal New York Times David Carr deu a opinião de que a briga da Casa Branca com a imprensa “poderá apresentar um problema genuíno para o sr. Obama, que se esforçou muito durante a campanha para se pintar como sendo acima das rixas de superaquecidas brigas partidárias”.
“Embora indubitavelmente muitos governantes tenham vontade de perseguir seus antagonistas, os casos de governos que tiveram êxito em tomar conta da imprensa e saíram vencedores são em número menor do que as poucas palavras desta sentença“, Carr escreveu neste final de semana. “Até agora, o único vencedor nesta disputa mais recente parece ser a Fox News, cujos índices de audiência subiram 20 por cento neste ano”.
Karl Rove, ex-chefe de estratégia política do ex-presidente George W. Bush, condenou a política truculenta estilo máfia por trás da tática da Casa Branca numa entrevista a Fox News no domingo. “O governo Obama está ficando muito arrogando e evasivo no modo como lida com as pessoas. E se você ousa se opor a eles, eles vão ser duros com você e vão cortar as suas pernas”, disse Rove.
“A Casa Branca de Obama está criando sua própria versão de uma lista de inimigos na imprensa. E isso é inútil para o país e é indigno o presidente dos Estados Unidos fazer isso”, continuou ele.
Veja a cobertura relacionada de LifeSiteNews.com:
White House at Loggerheads with U.S. Bishops on Existence of Government-Funded Abortion in Health Bill
http://www.lifesitenews.com/ldn/2009/oct/09101310.html
Hiding Behind Hyde: More "Deception" and "Smokescreens" from the White House on Abortion
http://www.lifesitenews.com/ldn/2009/oct/09100808.html
Lawmakers Rip White House for "Orwellian" Blog Post on Health Care
http://www.lifesitenews.com/ldn/2009/aug/09080603.html
White House Caught Between Drudge and a Hard Place on Health Care Reform
http://www.lifesitenews.com/ldn/2009/aug/09080502.html
Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com
Veja também este artigo original em inglês:http://www.lifesitenews.com/ldn/2009/oct/09102002.html
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