Você alguma vez imaginou que um outro “czar” estaria falando em restringir programas detalk radio [programas de opinião ancorados por um apresentador que recebe e responde perguntas do público]? Imaginou que haveria planos de subsidiar jornais — isto é, de criar uma situação onde a sobrevivência de alguns jornais dependeria da aprovação do governo quanto ao que esses jornais publicam?
Você alguma vez imaginou que alguém teria a ousadia de falar de um painel de chamados “especialistas” que decidiria quem poderia receber ou não receber tratamentos médicos vitais?
Já suficientemente assustador do ponto de vista médico, é também de gelar a espinha do ponto de vista da liberdade. Se a sua mãe é quem precisa de uma cirurgia cardíaca ou é um filho seu sofrendo de alguma enfermidade aguda, o quão livre você se sentiria para criticar um governo que tem o poder de tomar decisões de vida e morte sobre seus entes queridos?
Alguma coisa disso tudo se parece com a América?
E que tal uma agência federal distribuindo material às crianças nas escolas para alistá-las nas fileiras do presidente? A tarefa de serem designadas para lhe cantar louvores parece não ser suficiente.
Quanto restaria da América se o governo federal continuasse nesse caminho? O Presidente Obama já fez circular a idéia de uma força policial nacional, uma coisa sem a qual nós nos arranjamos muito bem e por mais de dois séculos.
Nós já temos forças policiais locais espalhadas por todo o país e forças militares para garantir a defesa nacional, bem como o FBI para crimes federais e a Guarda Nacional para emergências locais. Qual seria o papel de uma força policial nacional criada por Barack Obama, na qual todos os líderes seriam nomeados por ele mesmo? Essa força se pareceria muito mais com os camisas-marrons de ditadores do que com qualquer coisa americana.
Até onde o presidente irá, depende, é claro, de quanta resistência encontrará. Mas a direção que ele está tentando tomar nos revela muito mais do que toda a sua retórica e marketing midiático.
Barack Obama não apenas disse que está disposto a “mudar os Estados Unidos da América”, mas as pessoas com quem ele esteve e está associado há muitos anos expressaram, em palavras e atos, sua hostilidade aos valores, princípios e ao povo deste país.
O Rev. Jeremiah Wright o fez com palavras: “Deus amaldiçoe a América!”. Bill Ayers [*] o fez com as bombas que armou. Capangas ‘ativistas comunitários’ o fizeram pelo desprezo e desrespeito aos direitos de outras pessoas.
Entre as pessoas nomeadas “czares” pelo Presidente Obama havia quem tivesse elogiado ditadores inimigos, tal como Mao, pessoas que viram as escolas como locais de promoção de práticas sexuais contrárias aos valores da maioria dos americanos; e isso a uma platéia cativa, composta de crianças.
Aqueles que dizem que a administração Obama deveria ter investigado essas pessoas mais profundamente antes de nomeá-las estão perdendo o foco completamente. Por que deveríamos presumir que Barack Obama não sabia o que tais pessoas eram, uma vez que ele esteve ligado a exatamente esse tipo de gente antes de chegar à Casa Branca?
Nada é mais consistente com os padrões de uma vida inteira do que colocar tais pessoas no governo — pessoas que rejeitam os valores americanos, que se ressentem dos americanos em geral e dos americanos bem sucedidos, em particular, bem como se ressentem da influência americana no mundo.
Um erro de cálculo por parte do presidente seria imaginar que os outros não descobririam o que esses nomeados furtivos de fato são. Não fosse pela Fox News, essas nomeações reservadas teriam permanecido ocultas dos olhos do público. A Fox News está agora no topo da lista dos inimigos do governo Obama.
Nada exemplifica com maior clareza o desprezo que o próprio Presidente Obama tem pelos valores americanos do que as suas tentativas de, em seu primeiro ano no cargo, fazer passar no Congresso, na marra, dois projetos de lei — cada um com mais de mil páginas — sem que houvesse tempo para que qualquer um deles fosse lido e muito menos examinado e discutido com cuidado.
Que ele tenha obtido êxito apenas na primeira tentativa é sinal de que algumas pessoas estão começando a acordar. Se haverá um número suficiente de pessoas acordando em tempo de evitar que a América seja desmantelada, pedaço por pedaço, já é outra questão — de fato, a maior questão para esta geração de americanos.
Tradução: Henrique Dmyterko
Título original: Dismantling America
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[*] NT: Bill Ayers foi o líder da organização radical de extrema-esquerda Weather Underground nos anos 1970.
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