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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Agora você é nossa, Dilma

Chávez e Dilma Roussef. Compromisso da nova presidente não é com radicais, mas sim com todo o país
Enquanto era apenas uma candidata, Dilma precisava dar satisfação apenas a seus eleitores. Eleita presidente do Brasil, Dilma deve agora satisfação de cada passo seu – presente, passado e futuro – a todos os brasileiros, inclusive às dezenas de milhões que não se deixaram iludir pelo discurso fácil da esquerda encastelada na máquina pública.
 
Centenas de lideranças, economistas, empresários e jornalistas com o espírito tomado de “engajamento” gorjearam, durante meses, que sua candidata era confiável, e que todas as dúvidas a respeito dela eram infundadas. Obra de blogueiros de direita, da TFP, de fundamentalistas cristãos. Pois bem: o voto de confiança foi conferido a ela por 55 milhões de brasileiros, que automaticamente tornaram-se corresponsáveis pelo sucesso ou pelo fracasso da aventura.
 
Antes que as mentes carnavalescas de sempre saiam por aí bradando que é hora de “união”, de “ajudar o novo presidente”, é bom que se diga, em resposta e bem alto: cidadãos pagam impostos, mas não são obrigados a ajudar governos a desempenhar o papel a eles incumbido pela sociedade, que em troca abre mão de cuidar de si mesma e de boa parte de sua liberdade e arbítrio.
 
Dilma precisa, a partir de agora e em cada dia de seu governo que virá, provar que era, de fato, “defensora da democracia, opositora do aborto e da censura dos sovietes da cultura e da imprensa”. É obrigação dela e de seus apoiadores zelar para que, a cada momento, cresça entre os brasileiros a certeza de que não foram enganados pela maior conspiração da história republicana deste país.
 
A ex-guerrilheira não venceu a disputa por ter prometido mais invasões de terra, mais casos de aborto consentido, mais poder às ONGs mutreteiras, mais controle da mídia: ela venceu exatamente porque, de alguma forma, “convenceu” o eleitorado de que faria exatamente o oposto.
 
De 2011 em diante, cada brasileiro, eleitor de Dilma ou não, tem a legitimidade para fiscalizar e cobrar Dilma a partir das juras de fidelidade que ela mesma empenhou, ao perceber que colocar em dúvida a sociedade a respeito disso custaria a eleição e seu projeto pessoal de poder.
 
As aventuras verbais, as arremetidas revolucionárias, os desvios de pensamento, tudo isso faz parte, agora, do passado de Dilma. A sociedade, e especialmente as forças de oposição e os defensores da democracia, não podem esquecer um só minuto que Dilma agora é um problema de todos os brasileiros e cada passo seu em falso será um degrau abaixo em direção à perda de legitimidade, de credibilidade e da confiança depositada pelas dezenas de milhões de brasileiros – que, inadvertidamente e a despeito de todos os sinais e avisos, deram carta branca a um piloto de avião que, até então, parece jamais ter estado em qualquer outra cabine de vôo.

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