Da fala transcrita no post abaixo, faço um destaque e avanço um pouco na reprodução da fala do presidente:
É importante lembrar QUE NÓS APROVAMOS TUDO O QUE NÓS QUERÍAMOS NO CONGRESSO NACIONAL, com exceção da CPMF, que, embora a gente teve maioria, faltou um voto só para a gente ganhar a CPMF. Mas agora, essa nova safra de governadores que vão vir aí, eles vão dizer para vocês o que eles vão querer. E todo mundo sabe que vai precisar de dinheiro para a saúde. Se alguém souber da onde que é possível tirar dinheiro, que nos diga”.
Pergunta um jornalista:
Há uma idéia de voltar a CPMF?
LULA - Veja, eu estou deixando a Presidência da República daqui a dois meses. Acho que foi um engano ter derrubado a CPMF. E eu acho que alguma coisa tem de ser feita para a área da saúde. Se a gente quiser levar tratamento de alta complexidade, que todos os políticos têm… É verdade: que todo jornalista tem, aqueles que pagam plano médico. Todos os deputados têm, todos os senadores têm um plano médico que eles pagam. Portanto, eles, quando entram num hospital, eles faz (sic) quinhentos exame naquelas máquinas sofisticadas. [TOCANDO NO OMBRO DE DILMA] Se a gente quiser levar isso para a sociedade, nós precisamos ter mais recursos. E aí é uma questão…
PERGUNTA - A presidente eleita é a favor da volta da CPMF?
LULA - Aí eu não sei. Olha, eu vou parar a minha parte por aqui…
Voltei
Está tudo muito claro, não? Agora vamos ler o que Dilma disse ontem na entrevista concedida à Band:
Está tudo muito claro, não? Agora vamos ler o que Dilma disse ontem na entrevista concedida à Band:
“Eu não pretendo [recriar a CPMF]. Eu pretendo, no caso de reforma tributária, fazer uma redução tributária. Reduzir os tributos sobre investimentos, fazer uma avaliação sobre a questão da folha de salário. Reduzir os impostos sobre medicamentos e saneamento também. E, sobre a energia elétrica, depende de uma discussão com os governadores”.
Alguém poderá objetar: “Mas quem falou foi Lula, não Dilma”. Ela estava ao lado. Ouviu tudo com o silêncio da aquiescência. Na prática, a promessa feita na Band não durou 24 horas. Ela vai tentar recriar a CPMF ou não? Não dá para saber. Já há elementos para concluir uma coisa e seu contrário.
O que se tem como certo é que, caso a proposta volte a ser debatida, o governo Dilma vai exigir a cumplicidade da oposição. Sabemos agora, também, QUE NÃO EXISTE, ENTÃO, DINHEIRO PARA CUMPRIR TODAS AS PROMESSAS FEITAS DURANTE A CAMPANHA ELEITORAL. Dilma se esqueceu de dizer, enquanto pedia votos, com quais recursos pretendia pôr em prática a sua ‘revolução” na área da saúde. O truque já está evidente: vão fazer o ensaio para recriar o imposto, sim. Se a oposição não tomar dividir esse ônus, o governo tentará jogar nas sucas costas a responsabilidade pelo caos que vive a área. Caberá aos oposicionistas cair no truque ou, bem…, fazer política. Afinal, eles deverão se lembrar de que, caso topem a proposta, jamais serão sócios de eventuais benefícios que a medida poderia trazer — e ainda queimam o filme com aqueles que se opõem à cobrança.
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