A presença de José Genoino(PT-SP) no Ministério da Defesa pode ser apenas uma sutileza. Acusado de ser um delator de companheiros, fato ainda não comprovado, o petista pode ter assumido o cargo para ser um negociador avançado com os militares. Especialmente para que este tipo de acusação ou revelação não venha à tona. A delação causou muitas mortes no embate entre as forças democráticas e a guerrilha comunista. Houve muita delação por parte de camaradas. A maioria delas não foi obtida sob tortura, mas por negociação de penas menores e de condições melhores na prisão. A revelação de que acordos de delação geraram benefícios pessoais pode destruir alguns mitos por aí. A própria Dilma Rousseff afirmou que é impossível não falar sob tortura. Acontece que teve gente que não falou. Teve gente que não entregou. Teve gente que não virou X-9. Uma investigação como a da Comissão da Verdade será à base de testemunhos. Meia dúzia de ex-terroristas apontarão meia dúzia de militares e dirão: estes são os torturadores. Meia dúzia de militares apontarão ex-terroristas e dirão: estes foram os delatores. Palavra contra palavra. Como os documentos ficaram com os militares, há uma nítida vantagem para eles, na reunião de provas. Inclusives gravações até hoje guardadas a sete chaves. Já pensaram o impacto de uma gravação de um camarada (ou uma camarada) indicando calmamente esconderijos, nominando companheiros? Vozes não mudam com o tempo. Não tem plástica para voz. O editorial de O Globo é uma boa síntese sobre o que deve ser a Comissão da Verdade, se ela vier a ser instalada. Especialmente pelo último parágrafo. De qualquer forma, haverá um único resultado: a destruição de muitas reputações. Clique sobre a imagem para ampliar e ler.
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