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segunda-feira, 28 de maio de 2012

Lula sugeriu que ministro adiasse julgamento do mensalão


PSDB deve discutir nesta segunda pedido para PGR investigar Lula

Segundo revista, Lula sugeriu que ministro adiasse julgamento do mensalão.
Oposição deve decidir nesta segunda como fará o pedido de investigação. 


A liderança do PSDB na Câmara dos Deputados informou que parlamentares do partido devem se reunir na tarde desta segunda (28) para elaborar pedido de investigação à Procuradoria-Geral da República sobre conversa em que o ex-presidente Lula teria sugerido ao ministroGilmar Mendes, do STF, para adiar o julgamento do mensalão.   
Reportagem publicada na edição deste final de semana da revista "Veja" relata um encontro no último dia 26 de abril entre o ex-presidente  e o ministro Gilmar Mendes. No encontro, segundo a publicação, Lula sugeriu o adiamento do julgamento do mensalão em troca de proteção ao ministro na CPI do Cachoeira. A assessoria do Instituto Lula informou que o ex-presidente não comentará a reportagem.
O STF prepara o julgamento dos 38 réus do mensalão, escândalo de suposta compra de apoio político para o governo Lula no Congresso. Gilmar Mendes defende o julgamento ainda neste semestre, mas a definição da data depende do ministro Ricardo Lewandowski, que ainda trabalha na revisão do relatório sobre o caso, elaborado pelo ministroJoaquim Barbosa.Ainda de acordo com a liderança do PSDB na Câmara, parlamentares do DEM também devem participar da reunião em que será definido o pedido de investigação à Procuradoria-Geral da República.
Segundo o líder do PSDB, Bruno Araújo (PE), a tendência do partido é não tomar de imediato providências na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito criada para investigar o elo de Cachoeira com políticos e empresários.
“Vamos decidir se a representação é suficiente e quais os passos. Pode ser que num primeiro momento seja feita apenas a representação na Procuradoria-Geral da República. Como envolve o próprio, Supremo é legitimo que o próprio Supremo resolva”, afirmou ao G1.
Nelson Jobim, que teria intermediado o encontro entre Lula e GIlmar Mendes, não comentou o tema nesta segunda. "Esse assunto está encerrado. Não falo mais sobre isso. [...] Desistam", disse Jobim a jornalistas ao ser perguntado sobre o encontro. Ele esteve no Congresso, em uma reunião de comissão sobre pacto federativo do Interlegis, programa do Senado que visa a modernização do poder Legislativo.
Denúncia
De acordo com a revista "Veja", o encontro entre Lula e Gilmar Mendes ocorreu no escritório de advocacia de Nelson Jobim, ex-presidente do Supremo e ex-ministro do governo Lula. "Fiquei perplexo com o comportamento e as insinuações despropositadas do presidente Lula", disse Gilmar Mendes, segundo declaração reproduzida pela revista.

No encontro, Lula teria afirmado a Mendes: "É inconveniente julgar esse processo [do mensalão] agora". Segundo a reportagem, o ex-presidente também disse a Mendes que detém o controle da CPI do Cachoeira, que apura a ligação do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e autoridades, e que o ministro do STF não precisaria se preocupar com eventuais investigações que o envolvessem. Cachoeira foi preso em fevereiro pela Polícia Federal, apontado como chefe de uma quadrilha que explorava o jogo ilegal em Goiás.
Durante a conversa, afirma "Veja", Lula perguntou a Mendes sobre a "viagem a Berlim". De acordo com a publicação, a referência diz respeito a boatos de que o ministro teria viajado para a Alemanha com o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), com despesas pagas e em um avião cedido por Cachoeira. Em razão do vínculo com o bicheiro, Demóstenes é alvo de processo disciplinar no Senado que poderá resultar na cassação do mandato do senador.
"Vou a Berlim como você vai a São Bernardo. Minha filha mora lá", respondeu Gilmar Mendes, segundo Veja". O ministro confirmou à revista o encontro com Demóstenes em Berlim, mas disse que pagou as próprias despesas e que tem como comprovar a origem dos recursos usados na viagem.

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