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segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Cristãos marcham em Jerusalém em apoio a Israel

Cristãos marcham em Jerusalém em apoio a Israel:


Cristãos marcham
em Jerusalém em apoio a Israel

JERUSALÉM, Israel — Agitando
bandeiras israelenses de cores azul e branco, milhares de evangélicos do mundo
inteiro encheram as ruas de Jerusalém na quinta-feira para mostrar apoio ao
Estado de Israel.
A marcha anual durante o feriado
judaico da Festa dos Tabernáculos reúne cristãos de dezenas de países.
Participantes da China marcham durante a parada em que grupos de cristãos de vários países mostram seu apoio a Israel em Jerusalém, quinta-feira, 4 de outubro de 2012.
Os evangélicos são conhecidos como
fortes apoiadores de Israel, fornecendo ajuda financeira e apoio político,
principalmente nos EUA. Mesmo assim, alguns progressistas israelenses e judeus
em outros países se sentem incomodados e suspeitam das motivações religiosas
dos cristãos.
“Esta sim é a verdadeira Nações
Unidas”, disse Sheila Hakes, 41, do Alabama. “Os israelenses são nossos irmãos
e irmãs. Por isso, precisamos protegê-los do Irã e do mal”, uma referência ao
suspeito programa nuclear do Irã, acrescentando: “Jesus voltará neste lugar”.
O apoio evangélico a Israel tem
suas origens no sionismo cristão, que quer a volta dos exilados judeus à Terra
Santa para cumprir as profecias da Bíblia. Durante as décadas passadas, líderes
evangélicos importantes fizeram pressões políticas para que o governo dos EUA desse
maior apoio a Israel.
A marcha de quinta-feira foi
organizada pela Embaixada Cristã Internacional de Jerusalém, uma organização
que promove laços entre Israel e as comunidades cristãs do mundo. A organização
também patrocinou uma conferência nesta semana que atraiu mais de 5 mil pessoas
de aproximadamente 90 países, inclusive 25 parlamentares de várias nações.
Outra organização proeminente, a
Comunhão Internacional de Cristãos e Judeus, disse que levanta mais de 110
milhões de dólares por ano para obras de caridade em Israel.
Essa relação forte poderá ser
importante num ano eleitoral dos EUA. Os evangélicos compõem uma importante
massa de eleitores, e alguns votam com base na posição do candidato para com
Israel. O voto evangélico pró-Israel provavelmente ajudará o candidato
republicano Mitt Romney, que frequentemente critica a política externa de Obama,
dizendo que o presidente “tem sacrificado Israel para atender aos seus
interesses políticos”.
Um dos participantes da conferência
foi o deputado federal americano Trent Franks, um republicano do Arizona, que
criticou a política de Obama para o Oriente Médio. O presidente americano vem
tendo um relacionamento gelado com o primeiro ministro israelense Benjamin
Netanyahu, discordando de várias questões importantes como assentamentos judaicos
na Margem Ocidental e como confrontar o programa nuclear do Irã.
“Parte-me o coração ver o
presidente dos Estados Unidos reservar mais críticas a Israel por construir
lares em sua capital, Jerusalém, do que criticar o presidente iraniano Mahmoud
Ahmadinejad por construir armas nucleares com as quais ameaçar a paz e
segurança do mundo livre inteiro”, disse Franks.
Entretanto, o relacionamento entre
evangélicos e Israel tem suas rusgas.
Muitos israelenses se preocupam com
o que suspeitam ser a fonte do apoio irrestrito dos evangélicos a Israel.
Uri Lupolianski, um judeu ultra-ortodoxo
que foi prefeito de Jerusalém, recusava aceitar recursos financeiros de
evangélicos por medo de que eles se aproveitassem para evangelizar. Seu
sucessor, o atual prefeito Nir Barkat, revogou essa política, mas o ceticismo
ainda persiste.
Os israelenses esquerdistas também
não se sentem bem com o apoio evangélico a Israel, pois os evangélicos apoiam
os israelenses nacionalistas de linha dura que se opõem a entregar o controle de
qualquer parte da Margem Ocidental.
As relações de Israel com os cristãos
têm também sido prejudicadas por uma série de recentes ataques de vandalismo,
inclusive nesta semana, em que pichações anticristãs foram pintadas em igrejas
e monastérios.
Israel tem cerca de 155.000
cidadãos cristãos, menos de 2 por cento de sua população de 7,9 milhões, mas
frequente vandalismo contra seus locais sagrados tem chocado o pais e recebido
a condenação oficial das autoridades israelenses. Os suspeitos são os colonos judeus
extremistas, que estão revoltados com as políticas do governo israelense a
favor dos palestinos.
Falando com os jornalistas, o
ministro de governo Yuli Edelstein disse que o vandalismo é obra de uma minoria
de lunáticos e agradeceu aos participantes da conferência por apoiarem Israel.
Ele disse que a conferência “amaina o sentimento em Israel de que o mundo está
contra nós”.
Leia Vaks, uma israelense de 28
anos que entregava lanches na marcha, disse que ficou feliz com o grande
comparecimento.
“Isso mostra para o mundo que
Israel não está só”, disse ela, sorrindo.
Traduzido
e adaptado do artigo da Associated Press: Christians
march in Jerusalem in support of Israel
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