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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Escola pública: o monopólio do fracasso educacional

Escola pública: o monopólio do fracasso educacional:


Escola pública:
o monopólio do fracasso educacional

Desinteresse
motiva adolescentes a sair das escolas do governo

Julio
Severo
Caiu o número de jovens na escola a
partir dos 15 anos de idade. O dado da Pnad 2011 (Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), explica que em 2011 quase 2 milhões de adolescentes — um número equivalente
à população de Curitiba — estavam fora da escola.
Um das causas pode ser a desilusão do
adolescente com as próprias aulas e falta delas. Uma pesquisa realizada pelo
Ibope, em parceria com o Instituto Unibanco, em 2011 mostra que os estudantes
do ensino médio perdem até 40% dos dias de aulas, na maioria dos casos, por
falta de professor.
Além da perda de aula, o problema,
para os jovens, é que as aulas que eles têm são insuficientes para educar e
motivar. “O jovem diz que não tem interesse, não tem saco, não gosta da escola”,
afirma Haroldo Torres, diretor de análise e disseminação de informações da
Fundação Seade. Evidentemente, existe um reconhecimento de que estudar “é
importante para o futuro”, mas a baixa qualidade do ensino e aulas chatas matam
o interesse dos alunos.
Será que os jovens estão vendo o
que ninguém mais está vendo? Aprender a prestar culto ao governo e seus valores
— que é a missão fundamental do ensino público — é a coisa mais chata do
universo. E quem poderia discordar desses jovens?
O resultado de tanta chatice
obrigatória é que os jovens que não saem da escola sofrem altos índices de
reprovação. O pesquisador Simon Schwartzman, do Iets (Instituto de Estudos do
Trabalho e Sociedade) diz: “A educação pública brasileira [tem]… níveis
absurdos de reprovação e dependência”.
Dá para estranhar o fato de que os
jovens brasileiros que estudam em escolas públicas não estão aprendendo o
necessário? Eles saem das escolas públicas como analfabetos funcionais. Mal
sabem ler e escrever. Na educação não essencial e até desnecessária — que
envolve uso de camisinha, sexo sem casamento e métodos de extinção da gravidez
—, o aluno tem aulas fartas. Ele sai da escola plenamente alfabetizado em
depravação.
Ninguém, pois, pode culpar o jovem de
sair da escola por desinteresse. Quando ele é criança, vai à escola pública por
obrigação. Mas quando chega à adolescência e vê que o buraco governamental não
está à altura da palavra “educação”, ele sai do buraco.
E aí, ele, ou melhor, seus pais,
podem entrar em outro buraco.
Os políticos sempre optam por nunca
enviar seus filhos à escola pública. Os motivos são óbvios. E eles têm muito de
nosso dinheiro para escolher escolas muito melhores.
Mas o pai e a mãe que mantiverem
seus filhos adolescentes fora do buraco governamental não escaparão.
O Tribunal de Justiça de São Paulo
determinou que os pais de uma adolescente de 16 anos paguem uma multa diária de
2 mil reais por dia que a filha passar sem matrícula na escola. Para o governo,
por mais que a adolescente demonstre desinteresse pela escola pública, os pais
não têm o direito de mantê-la fora do buraco.
Os pais explicaram que tentaram
repetidamente convencer a filha a frequentar a escola, mas ela não quis. Então,
consentiram que a adolescente ficasse em casa cuidando de sua irmã, que tem
três anos e tem diabetes.
E se os pais tivessem tentado “convencê-la”
por métodos mais antiquados, como uma surra? Eu não concordaria com isso, mas é
certo que ela iria para a escola — para não aprender nada e para aumentar sua
antipatia por aulas medíocres. Mas os pais iriam para a cadeia, pois métodos
antiquados são tratados de forma violenta pelo Conselho Tutelar.
Os pais então ficaram entre a
frigideira e o fogo. Se batiam na filha, iam para a cadeia. Se não convencem a
adolescente, são obrigados a pagar uma multa de 2 mil reais por dia.
O tribunal impôs a multa altíssima
pelo descumprimento do artigo 55 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que
diz que “os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou
pupilos na rede regular de ensino”.
Alguém deveria apresentar para
esses pais a educação escolar em casa. Quem sabe assim a adolescente não teria
interesse pela educação em casa.
Mas de longe os criminosos nessa
história não são eles. Nem a adolescente. A escola pública é, em toda a
realidade, a zona criminal do Estado, onde negligência, abuso sexual de
crianças e adolescentes por meio de ensinos sexuais impróprios e indecentes (e até
por meio de professores estatais que vendem uma nota alta em troca de sexo de
suas alunas) e alfabetização medíocre são generalizados.
O desinteresse dos jovens
brasileiros pela “educação” que o governo oferece é apenas resultado de causa e
efeito.
Se houvesse de fato um mínimo de justiça
no Brasil, multas diárias de 2 mil reais deveriam ser aplicadas não aos pais
que salvam seus filhos dos buracos governamentais que são ninhos de violência,
drogas e estupros. Deveriam ser aplicadas a juízes e outros funcionários
públicos que cometem a maldade de manter crianças e adolescentes nesses
buracos, não permitindo a seus pais nenhuma outra opção educacional além das
imposições estatais.
O fracasso da escola pública tem
nome: governo. E é o governo, não os pais, que precisa de multas, castigos e
penalidades.
O ministro da Educação, o chefão do
sistema fracassado das escolas públicas, merece uma “recompensa” maior, isto é,
multas, castigos e penalidades maiores, pois sabe tratar pais e mães como criminosos,
mas não tem virilidade suficiente para reconhecer que a escola pública é muitas
vezes um espaço de negligência criminal e impunidade estatal.
Com
informações do UOL Educação.
Leitura
recomendada:
Visite
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