Acompanhe a 2a. Parte da Entrevista exclusiva realizada pelo MÍDIA@MAIS com os cientistas brasileiros que analisam os fatos envolvidos no Aquecimento Global Antropogênico.
M@M (2): Qual a possibilidade real de que o Brasil venha a adotar o comércio de terras improdutivas para venda de créditos de carbono exclusivamente, como há nos EUA, em vez de o uso da terra para produção de alimentos e outros bens, devido à inviabilização por via tributária, corte de subsídios, etc.?
Profª Daniela de Souza Onça: Acho pouco provável que o Brasil destine terras para o uso exclusivo de sequestro de carbono. O Brasil é uma nação agrícola por excelência, e a notável expansão do agronegócio no país nos últimos anos tende a continuar. Além disso, os incontáveis latifúndios improdutivos do país devem manter-se nesta situação.
Geólogo Geraldo Luís Lino: Tudo isso irá depender dos desdobramentos do processo. Se o alarmismo "aquecimentista" prevalecer, no futuro imediato, certamente veremos uma enorme ampliação dos mercados de "créditos de carbono", que poderão abarcar uma vasta gama de iniciativas para basear os valores envolvidos, inclusive negociações com terras. O problema é que, assim como tem acontecido com os mercados baseados em valores financeiros, que tendem a formar "bolhas" especulativas que, cedo ou tarde, acabam estourando, a mesma coisa pode acontecer com os mercados de carbono, que não se baseiam em qualquer processo real de agregação de valores econômicos, mas em trocas de papéis vinculados, literalmente, a fumaça - ou seja, são "futuros de fumaça", sem qualquer fundamento econômico e científico real. E, como toda bolha, em algum momento, essa também acabará estourando, com prejuízos monumentais, que acabarão sendo compartilhados por toda a sociedade, e não apenas pelos envolvidos diretamente com eles.
Prof. Luiz Carlos Molion: Não creio que haja possibilidade de comércio de terras para esse fim, antes que sejam estabelecidas regras claras de como seria transferido esse dinheiro para o proprietário. O fato é que se têm cerca de 220 milhões de hectares de pastagens, dos quais cerca de 30% (65 milhões) já estão degradadas. Sua recuperação, por qualquer meio, dentre eles cultivo de grãos, cana-de-açúcar ou silvicultura, seria de extrema importância para a conservação dos solos. Mas isso tem um custo e ainda não apareceu quem queira arcar com ele. Entretanto, não está descartada a possibilidade de ONGs poderosas - muitas vezes, inadvertidamente, a serviço de governos - venham a adquirir terras para esse propósito.
Prof. Ricardo Augusto Felício: Se isto acontecer, será um dos maiores absurdos que nós poderemos observar no nosso país, embora pessoalmente, não vejo qual será o limite para essas pessoas que manipulam as Leis e burlam todos os sistemas para implementar o que essa "causa" ambiental exige. Em termos práticos, deixar de produzir alimentos para a nação significa aumento geral de preços para o consumidor. Deve-se tomar cuidado, por que este tipo de situação também pode ser manipulado, ou seja, às vezes o alimento existe, mas irão utilizar a desculpa do "aquecimento global" para dizer que não existe. Desta maneira, inflacionarão os preços através de uma situação fictícia. Coisas assim já acontecem nos países andinos. Um exemplo é o cereal quinua. Para os povos de lá, dizem que ele não existe ou é escasso, mas os brasileiros o encontram aqui, nas principais redes de mercados, custando preço de ouro, claro!
M@M (3): Muita esperança foi depositada nos emails vazados da Universidade de East Anglia. O conteúdo ali descoberto já teve algum efeito positivo em questionar a autoridade do IPCC e de seus coligados?
Profª Daniela de Souza Onça: Sem dúvida a credibilidade do IPCC e da Universidade de East Anglia, uma de suas mais importantes fontes de dados, foi seriamente abalada pelo vazamento dos e-mails. No entanto, os cientistas envolvidos no caso estão empregando uma técnica já muito conhecida e empregada, por exemplo, por diversos políticos brasileiros: a negação pura e simples. Não questionaram a autenticidade do material, apenas alegaram que as mensagens foram tomadas fora de contexto e que, no final das contas, são irrelevantes para a discussão climática, pois descrevem meros detalhes técnicos. De fato, para o grande público, é mesmo difícil compreender a gravidade da não liberação de alguma série de dados solicitada ou da inclusão de dados de uma estação meteorológica construída em local inadequado. Seria necessário que o público e os políticos compreendessem os casos já conhecidos de fraudes científicas envolvendo o IPCC para compreender as implicações dos e-mails, onde ficam evidentes a manipulação e seleção propositais de dados, a relutância na divulgação de dados, a perseguição aos céticos e o temor com a descoberta das fraudes. Mas, como pouca gente conhece de fato suas implicações, é realmente muito fácil para os cientistas envolvidos no caso dizerem: "Nada disso é muito importante". Ainda mais quando é justamente isso o que o público quer ouvir. Agora, com a suspeita de que o vazamento tenha sido provocado por algum cientista do instituto(o que dá ainda mais credibilidade ao caso), esperamos que por fim seja feita a tal "justiça climática"!
Geólogo Geraldo Luís Lino: Sem dúvida, apesar dos esforços de "controle de danos", que ficaram evidenciados em Copenhague, os estragos causados pelo "Climagate" a todo esse conluio de interesses agrupado em torno do aquecimento global antropogênico já são irreversíveis. É claro que não será apenas com as repercussões dele que se desmantelará o "aquecimentismo", mas os danos às reputações dos cientistas envolvidos e à credibilidade de todo o processo encarnado no IPCC são muito grandes. Sem um otimismo exagerado, creio que se pode dizer que o "Climagate" é mais uma evidência de um processo de conscientização, que é gradual, mas firme, sobre os exageros do ambientalismo catastrofista, não apenas no tocante às questões climáticas, mas quanto aos excessos proporcionados pela colocação da proteção ambiental de per si como o valor supremo da organização da sociedade e da economia.
Prof. Luiz Carlos Molion: Que seja de meu conhecimento, o assim chamado "Climategate" não teve efeito significativo algum até agora, não ao nível popular, com exceção de algumas reportagens feitas pela Fox News. A propaganda do aquecimento global antropogênico (AGA) continua firme, particularmente no Brasil em que a mídia, em geral, copia tudo que vem de fora sem apresentar críticas, reforçando inverdades catastrofistas, como aumento do nível do mar e derretimento de geleiras nos pólos. Digno de nota, foi um pequeno acontecimento no qual o Serviço Meteorológico Inglês (UK Met Office) liberou o conjunto de dados de temperatura que foi utilizado para forjar o aquecimento global. Mas, certamente, esse conjunto de dados já não é o original e sim o "ajustado", e não permitirá que a comunidade científica replique a técnica usada para calcular uma "temperatura média global" se é que se pode falar numa "média global".
Prof. Ricardo Augusto Felício: Há alguns anos os pesquisadores céticos têm demonstrado as diversas irregularidades científicas que os pseudocientistas do IPCC e seus delegados políticos e de ONGs têm praticado. O "vazamento" das informações é apenas mais uma comprovação desses fatos. Curiosamente, nós temos mais de uma razão para acreditar que não foi um ataque de hackers, mas sim vazamento a partir de dentro mesmo. Segundo algumas fontes de pessoas que conhecem bem o assunto, ninguém guarda dez anos de mensagens, mesmo porque os sistemas de computação mudaram bastante neste período e isto pode ser verificado nos e-mails. Isto sugere que alguém de dentro já estava entendendo que havia uma armação, um complô e mandou registrar toda a correspondência entre esses pseudocientistas modeladores (modelagens são abstrações humanas, muito longe de serem fidedignas reproduções da realidade) incluindo o Al Gore e alguns aqui do Brasil. Acredito que já cansado da patifaria, alguém mandou liberar toda a informação. O pior de tudo é que já temos vários casos, como escolha de dados, escolha de resultados de pesquisa, resultados que saem antes da pesquisa, métodos fajutos, etc. Quanto à autoridade do IPCC, devemos dizer que eles não têm autoridade nenhuma. Quem os nomeou? Foi a sociedade? Não! Simplesmente não havia nenhum problema global... de repente, criou-se um. Eles não têm nada de autoridade. Quanto antes as pessoas entenderem que eles são intitulados autoridades por eles mesmos e por governos e ONGs comprometidos, mais rápido desmanchamos essa falácia.
M@M (4): Já começaram a ser publicados artigos científicos analisando o material dos emails de East Anglia, principalmente a modelagem computacional forjada que originou o "Hockey Stick"?
Profª Daniela de Souza Onça: Não tenho conhecimento de artigos científicos sobre o assunto, embora haja muito material publicado em blogs e em jornais on-line. O caso é ainda muito recente e, desse modo, não foi possível fazer uma análise científica de seu conteúdo até o momento.
Geólogo Geraldo Luís Lino: O gráfico do "taco de hóquei" foi devidamente desqualificado como uma fraude colossal, graças ao trabalho brilhante e dedicado de dois leigos curiosos, os canadenses McIntyre e McKitrick. No meu livro, dedico um capítulo ao assunto, que, aliás, merece um livro inteiro para ser devidamente descrito. Quanto aos e-mails, a Internet e a mídia do Hemisfério Norte têm publicado uma torrente de artigos a respeito deles, dissecando os diversos aspectos do escândalo, inclusive as limitações dos modelos matemáticos nos confrontos com os fenômenos do mundo real. Estas falhas são admitidas até mesmo por alguns dos personagens envolvidos no escândalo, como Kevin Trenberth, que em uma das mensagens admite a sua perplexidade pelo fato de as simulações não conseguirem explicar o "sumiço" do aquecimento global após 1998. Infelizmente, até agora, a mídia brasileira tem sido extremamente parcimoniosa e seletiva em relação ao assunto, o que é bastante sintomático da adesão ao ambientalismo nas redações nacionais.
Prof. Luiz Carlos Molion: Antes mesmo do Climategate já haviam sido publicados artigos referentes à manipulação de dados em Paleoclimatologia, como o "Hockey Stick", por exemplo. Outro artigo de Briffa et al (2008), pesquisadores do mesmo grupo da CRU/UEA, referente à série de temperatura extraída de anéis de árvore do Yamal, uma região da Rússia, tinha sido desmascarado por terem descoberto que os autores utilizaram uma única árvore, escolhida para dar a resposta conveniente. Convém lembrar que essas técnicas em Paleoclimatologia, que utilizam testemunhos climáticos, como anéis de crescimento de árvores, sedimentos de fundo de lago e de oceanos, corais, são qualitativas, e não quantitativas como acreditam muitos. Elas não produzem "temperaturas numéricas" como um termômetro. Apenas podem sugerir se o clima esteve mais quente ou mais frio ao longo do tempo. E não respondem apenas à variação da temperatura. Anéis de árvores, por exemplo, respondem também variações da precipitação pluvial, umidade relativa, ventos, concentração de CO2 e disponibilidade de nutrientes, sendo muito complexa a interação entre essas variáveis para o resultado final que é a largura e densidade do anel. Testemunhos não são termômetros!
Prof. Ricardo Augusto Felício: Aqui no Brasil, estamos começando a estudar as mensagens. Curiosamente aparecem nomes dos aquecimentistas brasileiros nos e-mails. Sempre aqueles que querem, a qualquer custo, dizer que somos os maiores emissores de gases estufa e outros que pretendem estabelecer um tribunal internacional para a coerção dos países e cientistas que são contra a falácia do "aquecimento global" (voltaríamos para uma espécie de Idade Média, com baixa tecnologia pela restrição do uso de energia na indústria, agricultura, etc.). Vemos na grande mídia brasileira o Carlos Nobre e Paulo Artaxo, dentre outros, pregando tecnologias "verdes" e "limpas", criação de impostos, cerceamento de direitos civis dos brasileiros e muitas outras coisas que os nossos políticos adoram (e adotam). O Taco de Hóquei é uma das falcatruas científicas mais bem elaboradas, mas que foi desmascarada em tempo. Curiosamente, outro brasileiro, como o Jefferson Simões (que trabalha com Antártida) ainda teima em dizer que ele sofreu perseguição pelo governo Bush. Só fui entender isto quando vi que o próprio Michael Mann, autor do "Taco", trabalhou com os dados de satélite no III Ano Polar (2007-2009) e declarou que a Antártida está derretendo como nunca se viu. O engraçado é que a idéia que as pessoas têm é a de que sempre se monitorou a Antártida eficientemente, coisa que não é real. Mal temos dados, então como justificar que ela está a derreter? Claro que não está! Aliás, nestes últimos anos temos verificado temperaturas cada vez mais baixas, quebrando recordes de 1941.
M@M (5): Na corrida entre o cientista e o político, esse último parece estar levando vantagem. A rigor, o cientista não tem nenhuma obrigação de apresentar, e muito menos de explicar suas teses ou teorias ao grande público. Isto sempre foi feito através de uma rigorosa revisão por seus pares. Todavia, e especificamente quanto ao tema "mudanças climáticas", até essa revisão pelos pares demonstra-se viciada ou corrompida por interesses alheios à ciência. Enquanto o político possui a arte da retórica, o cientista se debate com os difíceis problemas do mundo real, com o agravante da dificuldade na expressão de seus resultados em linguagem acessível, sendo muitas vezes obrigado a utilizar a mesma terminologia equivocada estabelecida pela mídia/IPCC/grupos políticos. Assim, o tema do clima foi sequestrado ao cientista pelo político?
Profª Daniela de Souza Onça: Será que esses "interesses políticos" são mesmo "alheios" à ciência? Será que o tema do clima foi realmente "sequestrado ao cientista pelo político"? Ou será que existe uma intensa simbiose entre os dois grupos? Nenhuma dessas duas esferas - a ciência e a política - exerce uma preponderância absoluta sobre a outra nos dias de hoje; antes existe uma profunda interrelação entre ambas. Nem o cientista se converteu em soberano perante o político, nem este é mais guiado unicamente por seus atos de vontade na resolução de questões práticas. Na realidade, ocorre uma forte comunicação recíproca em que, por um lado, os especialistas científicos "aconselham" as instâncias tomadoras de decisões e, por outro, os políticos "encarregam" os cientistas segundo as necessidades da prática. A instituição do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) é emblemática dessa simbiose. As conclusões do Painel passaram a guiar as decisões políticas, enquanto os governos financiam as pesquisas de mudanças climáticas favoráveis à hipótese e às conclusões almejadas, necessárias à realização de seus interesses políticos. Desse modo, controla-se, por um lado, o desenvolvimento de novas técnicas e estratégias, a partir de um horizonte tornado explícito de necessidades e de interpretações historicamente determinadas destas necessidades; e por outro são igualmente controlados os interesses sociais refletidos em sistemas de valores pela comprovação nas possibilidades técnicas e nos meios estratégicos de sua satisfação. São desenvolvidas tecnologias "verdes" em virtude da "necessidade" de "preservação do meio ambiente", ao mesmo tempo em que se demonstra a necessidade desse tipo de desenvolvimento. Não creio que seja possível falar em corrupção da ciência por interesses alheios a ela: a ciência do clima foi corrompida pelos próprios interesses dos cientistas.
Geólogo Geraldo Luís Lino: Não concordo com que o cientista fique isento de expor as suas idéias e os resultados dos seus trabalhos ao público em geral. Afinal, a ciência não pode ficar isolada nas "torres de marfim", mas deve interagir ativamente com a sociedade, até porque a estrutura científica de um país depende diretamente da percepção que os diversos setores da sociedade têm da importância da atividade científica. Aliás, se os níveis de conhecimentos científicos básicos por parte da população em geral não fossem tão baixos, e não só no Brasil, o catastrofismo ambientalista teria tido muitas dificuldades para proliferar como o fez nas últimas décadas. Diga-se de passagem que os mentores de ambos os processos foram os mesmos grupos.
Por ironia, apesar dos inegáveis avanços científicos e tecnológicos ocorridos nas últimas décadas, especialmente no campo das comunicações, hoje, uma grande parte das pessoas educadas se mostra incapaz ou tem grandes dificuldades para entender muitos conceitos científicos básicos. Com isso, elas acabam ficando vulneráveis ao bombardeio de informações equivocadas sobre os fenômenos climáticos, até mesmo quando elas contrariam o senso comum, como a noção de que o derretimento das banquisas de gelo do Ártico possa implicar num aumento do nível do mar.
Quanto ao "sequestro" das questões climáticas pela agenda política e econômica de certos grupos hegemônicos do Hemisfério Norte, os mesmos que colocaram em marcha o movimento ambientalista na década de 1960, ele é não só inegável, como também ajuda a explicar o rumo tomado pelo "aquecimentismo" até o momento atual. No meu livro, há todo um capítulo sobre isso.
Prof. Luiz Carlos Molion: O tema "clima" nunca foi uma discussão científica propriamente dita, pois os cientistas sabem que o clima é dinâmico e que tem variado ao longo da existência do planeta. A possível influência do homem no clima global é que se tornou objeto de discussão por setores da sociedade que, na sua maioria, não entendem nada de clima, e por alguns cientistas que tiram proveito da situação em benefício próprio. A mídia, em especial a televisiva, mostra catástrofes aparentes - como aumento de nível de mar, degelo das calotas polares, aumento de tempestades severas - sem comprovação física, que impressionam e terrificam o público leigo. E, os argumentos científicos sérios, que mostram que tais fenômenos são naturais e que já ocorreram no passado, não logram convencer o público. Os políticos, por sua vez, perceberam que "ser verde" atrai votos de uma parcela considerável da população. A criação de outra moeda de troca, créditos de carbono, propiciará desvios de recursos públicos, provenientes de impostos e taxações aumentados, supostamente investidos em conservação ambiental, que é de difícil comprovação.
Prof. Ricardo Augusto Felício: Eu acredito que nós vemos a mais estranha simbiose. Os políticos querem justificar as suas atitudes e precisam de legitimação. Desta maneira, fluxos financeiros correm soltos para as pesquisas que apóiem as políticas públicas e não mais a Ciência de fato. O próprio IPCC começou assim, com a Margareth Thatcher financiando as pesquisas que encontrassem um bode expiatório para acabar com o problema dos sindicatos dos mineiros de carvão em seu país. Ela tentava privatizar todas as empresas e sofreu forte oposição. O alvo foi justamente a emissão de dióxido de carbono, lançado pela queima de carvão. Vale lembrar o maior fiasco científico do século XX quando, em 1987, sob governo da mesma Thatcher, países subdesenvolvidos foram obrigados a eliminar os CFCs de seus processos industriais para que pudessem ter empréstimos refinanciados pelo FMI. Isso foi uma coerção, sim. Seria preciso lembrar ao Paulo Artaxo para que ele pare de falar besteiras. Podemos dar alguns exemplos no Brasil. Em São Paulo, dinheiro para pesquisas de saúde pública e de clima que justifiquem problemas na metrópole servem para legitimar a imposição da inspeção "ambiental" veicular, da restrição de veículos e a construção do rodoanel (pedagiado, claro, mesmo que ele tenha sido criado para "dar mais conforto e melhoria da saúde" ao paulistano). Desta maneira, espera-se que em 2010, cerca de dois milhões de automóveis fiquem ilegais e seus donos percam suas propriedades. Tudo bem... é pela "causa" ambiental e da falaciosa "saúde pública". Já podemos imaginar as privatizações que os próximos governos do PSDB estão articulando. O país, que deveria ser dos brasileiros, vai servir completamente à iniciativa "privada" de grupos ligados a governos, em todos os aspectos, incluindo desde a sobrevivência aos serviços essenciais, como água e esgoto.
M@M (6): Ao contrário de tantas outras hipóteses, teses ou teorias que geraram polêmica ou interesse do público (a exemplo da Teoria da Relatividade de Albert Einstein), a pseudoteoria do AGA, já modificada para "mudanças climáticas antropogênicas", tem a característica peculiar de provocar intensas e profundas mudanças negativas na vida das pessoas comuns. Outras pseudoteorias com base ideológica, como, por exemplo, a fantasia da "raça superior" levando ao holocausto nazista, ou a ciência "antiburguesa" de Lysenko, na antiga União Soviética, que provocou a fome de milhões de pessoas, estavam, por assim dizer, justificadas no contexto de regimes totalitários. O que vemos agora é algo inusitado: um novo tipo de totalitarismo em escala planetária, que abarca desde países democráticos até regimes autocráticos, passando por quase todos os espectros tradicionais da divisão político-ideológica, tudo encoberto por um véu de falso debate e disseminação da idéia de um inexistente consenso científico, que, não obstante, provoca consensos políticos bastante reais e perigosos. Esse é um fenômeno que nos parece único e absolutamente aterrador. Qual a sua apreciação a respeito?
Profª Daniela de Souza Onça: Não creio que o que estejamos vivendo agora - consenso forjado e aprovação de projetos políticos ilegítimos - seja algo inusitado ou único. A única coisa que difere nosso contexto dos de Hitler e Lysenko é que a imposição das ideologias não se dá mais, nas chamadas sociedades avançadas, tão marcadamente pela força das armas. A manipulação mental é exatamente a mesma; a sociedade unidimensional, para usar os termos de Marcuse, é exatamente a mesma. Não, não vivemos em democracias, mas sim em regimes perfeitamente totalitários, o totalitarismo do consumo e das inversões de valores, e podemos até dizer que este é um regime mais totalitário do que a Alemanha nazista ou o stalinismo, justamente por sua aparência de democracia e liberdade, que o torna completamente imune ao julgamento e à contestação. Os benefícios reais trazidos pela sociedade "livre", ao formarem a base de sua legitimação, são apregoados aos quatro ventos justamente para que não se perceba qual a verdadeira base deste sistema, a saber, a perversidade da valorização privada do capital e a socialização de seus efeitos adversos, tudo isso coroado por cidadãos que acreditam que essa sociedade totalitária é democrática e segura e que querem ser enganados e explorados e, por isso mesmo, talvez não possam mais sequer ser chamados de alienados. É por isso que a pseudociência das mudanças climáticas não faz e não precisa fazer a menor questão de parecer democrática: porque nada nesta sociedade o é.
Geólogo Geraldo Luís Lino: O ambientalismo não é um fenômeno sociológico espontâneo, que surgiu de um processo de conscientização sobre os impactos causados pelas atividades humanas no meio ambiente. Ele é uma ideologia, artificial como todas elas (no sentido de desvinculada de um processo coerente de entendimento dos fenômenos universais), que foi criada deliberadamente por certos grupos integrantes das classes dirigentes de alguns países do Hemisfério Norte, principalmente os EUA e a Grã-Bretanha. Em linhas gerais, os objetivos desses grupos eram: 1) transferir o controle dos processos de desenvolvimento baseados na industrialização e em infra-estruturas modernas, das mãos dos governos nacionais para entidades supranacionais e não-governamentais, que sempre são mais fáceis de ser influenciadas e direcionadas para certos objetivos do que os governos; 2) abafar o "otimismo tecnológico" que era facilmente perceptível entre as populações em geral, nas primeiras décadas do pós-guerra, com a reconstrução econômica, os impulsos de industrialização do Terceiro Mundo, a "Revolução Verde" dos cultivares de alto rendimento, as perspectivas da exploração pacífica da energia nuclear, a corrida espacial entre os EUA e a URSS, os avanços da medicina, das telecomunicações etc.; 3) reduzir o crescimento populacional, principalmente nos países não-industrializados; e 4) controlar recursos naturais.
Tudo isso está fartamente documentado, não é teoria conspiratória. Antes do "Fraude", eu e meus colegas do Movimento de Solidariedade Ibero-americana (MSIa) publicamos três livros sobre esse processo, "Máfia Verde" (2001), "Máfia Verde 2" (2005) e "Uma demão de verde" (2007). Este último foi escrito pela jornalista canadense Elaine Dewar e é a melhor investigação jornalística já feita sobre os bastidores do ambientalismo internacional, um livro que se lê como uma história de detetive real. Ele tem dois capítulos inteiros dedicados ao homem que é a própria encarnação do "aquecimentismo", o magnata canadense Maurice Strong, que vem promovendo o aquecimento global antropogênico e o controle de emissões de carbono desde a Conferência de Estocolmo, em 1972, passando pela Rio-92, o Protocolo de Kyoto e toda a pletora de "COPs" organizadas pela ONU para institucionalizar o controle dos combustíveis fósseis - que é o objetivo último desse processo. Aliás, nós fomos processados por uma ONG internacional, o WWF, e ganhamos em todas as instâncias do Judiciário, até o STJ em Brasília. Nas três instâncias jurídicas, os magistrados reconheceram que as nossas afirmativas e denúncias sobre o ambientalismo eram fundamentadas em informações de domínio público e não constituíam calúnias ou difamações, como nos acusavam de praticar.
Em síntese, nada disso tem a ver com a ciência, mas com um gigantesco processo de manipulação social por interesses econômicos e políticos, que está ficando a cada dia mais evidente.
Prof. Luiz Carlos Molion: O totalitarismo em escala planetária foi testado com outra catástrofe anterior, não mencionada na pergunta: a destruição da camada de ozônio pelos CFC, compostos de clorofluorcarbono, gases que eram utilizados em refrigeração. A "receita" utilizada é a mesma do AGA. Sabe-se que a radiação ultravioleta (UV) é a formadora do ozônio na estratosfera por meio da fotodissociação da molécula do gás oxigênio. Quando o Sol está ativo, produz mais UV e a camada de ozônio fica mais densa, o contrário sendo válido. O Sol tem um ciclo de cerca de 90 anos que atingiu seu máximo de atividade no inicio dos anos 1960 e, ao longo desses últimos 50 anos, sua atividade vem decrescendo, produzindo menos UV e, consequentemente, diminuindo a concentração do ozônio até atingir o mínimo nos próximos 20 anos, até o ano 2032. Esse conhecimento científico foi usado para eliminar os CFC. Começou com reuniões científicas que alarmavam a destruição a camada de ozônio pelo homem. Foi criado o "Painel de Tendência do Ozônio" (sigla em Inglês , OTP) e, após algumas reuniões, o Protocolo de Montreal que, em 1987, obrigou os países signatários a eliminar os CFC e adotar os substituto, sob pena de sanções econômicas severas, como não-renovação da dívida externa, que foi o caso do Brasil. Quem ganhou com isso? Um oligopólio formado por cinco companhias multinacionais, com sedes no G7, que detinham a patente dos gases substitutos. Nunca foi observado ou provado que sequer uma molécula de CFC tenha chegado à altura (40-50 km) em que o ozônio é formado. Foi um grande golpe, precursor do AGA, que gerou bilhões de dólares para essas companhias que, relembre-se, pagam impostos sobre seus lucros em seus países-sede, uma verdadeira ação neocolonialista, transferindo recursos de países pobres para os ricos. O crime dos CFC foi o de serem de domínio público e não pagarem mais direitos autorais ("royalties"). Complemente-se que o criador da hipótese da destruição do ozônio pelos CFC também assina o Sumário Executivo do 4º Relatório de Avaliação do IPCC, Dr. Mario Molina, juntamente com Prof. Phil D. Jones, diretor afastado da CRU/UEA. Climatologia é ciência, e não deve ser confundida com ambientalismo, que é uma ideologia. Atualmente, o movimento ambientalista parece ter se afastado de seu objetivo principal, tendo transformado o discurso e ações de conservação ambiental em instrumento de manipulação de pessoas e instituições incautas.
Prof. Ricardo Augusto Felício: Estamos à beira de um caos. Não é um caos ambiental, muito menos climático. É o caos humano! Um caos planejado que pretende impor um governo mundial, baseado em pseudociência, legitimada por esses mercenários que vendem seus países e o bem-estar das pessoas que moram neles. Estamos vivenciando uma transição a um governo dos mais autoritários já impostos. A meta é o controle total, partindo das fontes de energia, das fontes de água, das fontes de recursos naturais e alimentos e finalizando (talvez) no controle total do ser humano. A "coisa" já começou e tem seus desdobramentos conforme o país ao qual se aplica. Nos países ricos, vemos o terrorismo como a principal fonte de medos. Nos países mais pobres, usam a fome e miséria causadas por "mudanças climáticas". De qualquer forma, todos irão convergir para a mesma solução: impostos e cerceamentos de direitos civis, até o controle total.
Os controles já estão aí para nós vermos. Em breve, no Brasil, teremos a adoção do RG integrado, onde toda a sua vida será rastreada ali. Se para ter algum direito, o cidadão necessita lutar veementemente, imagine quando todas as suas atividades, incluindo a sobrevivência, estiverem controladas por um único documento? Se você tiver problemas com o Estado, eles simplesmente irão bloquear este documento e você não fará mais nada. Por isto que nós afirmamos que o conto do "aquecimento global" é apenas uma cortina de fumaça para o que está por vir. Nos países andinos, o "problema" se apresentou com outra face, como uma "escassez" de água, coisa que também é falaciosa.
De qualquer forma, o que estamos observando é um período de transição da perda das supostas liberdades civis para um regime de controle total, apoiado por uma tecnologia que já permite que se implemente tal situação.
M@M (7): Se de um lado os países pobres, ou em desenvolvimento, serão os mais afetados pelos eventuais acordos e compromissos firmados na COP-15, há também forte reação de considerável parcela das sociedades ricas, que já são penalizadas com forte taxação, cuja raiz está na idéia de redução de emissões de CO2. Dito isto, não lhes parece que, em vez de um conflito entre países ricos e pobres, na verdade o que há é uma manipulação por parte de grupos com sede em países ricos, abarcando interesses ideológicos, políticos e financeiros, no sentido de estabelecer uma gigantesca burocracia supranacional, com poder de polícia supranacional, utilizando a face "humana" da ONU para legitimar esse engodo? Lembramos que no Brasil não somente há indivíduos e grupos intimamente ligados a esse conluio, como o governo Federal (PT), o governo de São Paulo (PSDB) e a prefeitura da cidade de São Paulo (DEM), parecem estar em disputa para mostrar quem é (ou parece ser) o mais "verde".
Profª Daniela de Souza Onça: De fato, o que vemos não é um conflito entre países ricos e pobres, nem mesmo conflitos políticos ou econômicos. Todos os grupos envolvidos - governos, ciência e empresas - estão unidos num mesmo interesse, qual seja, incrementar a exploração das sociedades humanas, ricas e pobres, não importa, mas principalmente estas últimas.
Geólogo Geraldo Luís Lino: Não é só no Brasil que políticos se agarram às causas ambientalistas por interesses eleitorais; isso acontece em toda parte. Mas o que é menos evidente é que, mesmo dentro dos grupos dirigentes dos países que criaram e têm fomentado o ambientalismo, existem muitos interesses contraditórios. Por exemplo, nos EUA, a reação ao Protocolo de Kyoto, à agenda de Copenhague e a qualquer arranjo institucional que implique em limitações ao uso de combustíveis fósseis é muito grande. É bom lembrar que 80% da energia primária gerada por lá vêm do carvão, petróleo e gás natural. Por isso, apesar dos compromissos eleitorais do presidente Barack Obama, dificilmente o Congresso irá aprovar qualquer medida nesse sentido, mesmo sendo os EUA o país que mais promove o "aquecimentismo", com verbas governamentais e privadas para pesquisas destinadas a provar a influência humana no clima, lobbies de todo tipo, peso da mídia, etc.
Prof. Luiz Carlos Molion: Certamente, pode ser visto por meio dessa ótica, já que não há evidências científicas de que o homem interfira no clima global. Grupos econômicos poderosos controlam governos, ou governantes, que, por sua vez, controlam a ordem mundial via organismos, como a ONU. A destruição da camada de ozônio, acima citada, pode ser considerada um exemplo clássico dessa manipulação global. Como a matriz energética global está baseada no consumo de combustíveis fósseis, "descarbonizar", ou reduzir emissões, significa "gerar menos energia elétrica", que é fundamental para o crescimento econômico e o bem estar social de qualquer país. Ou seja, essa nova ordem global tenciona condenar a maior parte da população mundial à miséria e grande desigualdade social, possivelmente uma nova roupagem da velha teoria malthusiana, travestida de uma "preocupaçã o ambientalista", um ecomalthusianismo. Países desenvolvidos, os do G7 em especial, são países sem recursos naturais e energéticos, cujos suprimentos dependem dos países menos desenvolvidos. O Brasil, por exemplo, sempre foi um "provedor" mundial de matérias-primas, ou commodities, como grãos alimentícios e minérios. Por exemplo, nesta classe, vale lembrar que o alumínio, enviado em lingotes purificados, é essencialmente energia elétrica exportada, já que seu processamento industrial (eletrólise) consome grande quantidade dessa energia, além da bauxita. E a UHE Tucuruí foi construída para esse propósito e não para atender a população dos estados do norte do país, nos quais muitos vilarejos ainda não dispõem de eletricidade. Os países do G7 têm dominado o mundo por meio de mecanismos econômico-financeiros, como Banco Mundial, FMI, OMC, barreiras alfandegárias, e agora estão perdendo sua hegemonia. Houve a necessidade de se criar uma estratégia que viesse a impedir que países emergentes, como Brasil, China e Índia, passem a exercer controle em igualdade de condições e, ao mesmo tempo, reduzir o consumo de matérias-primas para satisfazer as necessidades de suas sociedades de alto consumo. E essa estratégia foi as "mudanças climáticas" provocadas pelo homem e seus impactos irreversíveis, seguindo a mesma receita da destruição do ozônio, agora amplificada por uma propaganda bem organizada, por meio da mídia globalizada, sedenta de catástrofes surrealistas.
Nota Editoria MÍDIA@MAIS : Leia também Especial: Entrevista sobre o Aquecimento Global - Parte 1
Nenhum comentário:
Postar um comentário