Bruno Pontes
Mosab Hassan Yousef, filho de um dos líderes do Hamas, revelou ao jornal Haaretz que trabalhou durante dez anos como espião para a inteligência de Israel, ajudando a identificar células terroristas e a prevenir dezenas de atentados contra israelenses. Mosab, de 32 anos, renunciou ao Islã, converteu-se ao cristianismo em 2007 e foi morar nos Estados Unidos.
Em entrevista ao Telegraph, Mosab reprovou a brutalidade do Hamas, que “está usando civis, crianças, o sofrimento diário das pessoas para atingir seus objetivos”. E salientou: “Os palestinos têm uma imagem ruim perante o mundo, mas eles são pessoas muito boas... eles são enganados, e a imagem ruim é causada por sua liderança. Eles precisam de ajuda, precisam que parem de mentir para eles e para o mundo”.
As revelações de Mosab foram divulgadas no fim de fevereiro. Alguns dias depois, integrantes da Autoridade Palestina e do Fatah reuniram-se em El Bireh, cidade palestina vizinha a Ramallah, para dedicar uma praça pública à memória de uma mulher que, em 1978, comandou o ataque terrorista mais mortífero da história de Israel.
O nome da moça é Dalal Mughrabi. Tinha 19 anos e liderava uma brigada palestina que saiu do Líbano, num barco, e aportou numa praia entre as cidades de Haifa e Tel Aviv. O grupo matou um jornalista americano, seqüestrou um ônibus, tomou outro e partiu para a chacina. 38 civis israelenses foram mortos, 13 deles crianças.
Uma pessoa ingênua poderia supor que a Autoridade Palestina, ao celebrar o 32º aniversário do assassinato de civis israelenses e homenagear a líder dos assassinos, sinaliza que não quer a paz com Israel. Mas a opinião abalizada do governo Obama e do beautiful people internacional é outra: quem atrapalha o acordo de paz é Israel, ao cometer a barbaridade de construir casas para judeus em Jerusalém Oriental. Assim não dá.
Convém ouvir as palavras de quem entende o assunto de dentro. É Mosab Yousef quem diz: “O Hamas não pode fazer as pazes com Israel. Isto é contra o que o deus deles ordena. É impossível fazer as pazes com infiéis, e ninguém sabe disso melhor do que eu. O Hamas é o responsável pela morte dos palestinos, não Israel. Eles não hesitam em massacrar pessoas numa mesquita ou em atirar pessoas do 15º andar de um edifício, como fizeram no golpe em Gaza. Os israelenses nunca fariam coisas desse tipo. Eu digo com certeza que os israelenses se importam mais com os palestinos que o Hamas ou o Fatah”.
Fonte: Bruno Pontes
Divulgação: www.juliosevero.com
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