O Tribunal de Contas da União (TCU) apresentou nesta segunda-feira um balanço no qual várias obras para a Copa do Mundo de 2014 ainda não saíram do papel. Ainda assim, o TCU se esforçou para minimizar o atraso no cronograma, contestando até mesmo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que apontou que nove dos 13 aeroportos de cidades sede não estarão prontos a tempo. A preparação para a Copa do Mundo deve custar R$ 33 bilhões. De acordo com o levantamento apresentado pelo relator designado para fiscalizar a Copa, Valmir Campello, 16 dos 50 projetos de obras de mobilidade urbana correm risco de atraso, sendo sete em Fortaleza e cinco em Recife. Quanto aos aeroportos, em oito dos 13 terminais as obras sequer começaram. Em Manaus (AM), não há percentual de execução física. Aos sete estados que protocolaram carta consulta junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar a construção de estádios, o BNDES só liberou até agora R$ 6 milhões, de R$ 1,86 bilhão já contratados. No caso do Maracanã, o TCU sequer recebeu o orçamento da obra.
Ainda assim, de acordo com Campelo, as principais obras devem ser concluídas em tempo hábil, amparadas pela simplificação das licitações para a Copa . O ministro admitiu, entretanto, que o Brasil "não é a Alemanha", referindo-se às estruturas técnica e financeira para cumprir os prazos exigidos pela FIFA.- Eu não creio que poderá ter maiores transtornos. As medidas estão sendo acompanhadas, providenciadas. É claro que poderá ter atrasos, não estamos preparados para os níveis da Alemanha - comparou Campelo. Apesar da maioria das reformas em aeroportos não ter saído do papel, o TCU indica como alarmante tão somente o caso do Aeroporto Internacional de Natal (RN), onde ainda não foram publicados os editais da licitação para a construção e exploração do novo terminal de passageiros. No caso do Galeão, a execução da reforma do Terminal 1 é de 44%. A execução do Terminal 2 é de 41%, sendo a conclusão estava prevista para outubro de 2010.
Sobre o custo das obras do Maracanã, o TCU espera ainda receber o orçamento final, considerando todos os projetos de engenharia que envolvem o empreendimento. Porém, o governador Sérgio Cabral chegou a pedir 120 dias de prazo, pedido negado pelo TCU, que espera receber todas informações no dia 17 de maio. O orçamento do Maracanã, que era de R$ 600 milhões, já passou para R$ 705,6 milhões e deve aumentar mais na próxima revisão. Os balanços sobre a execução das obras devem ser divulgados a cada quatro meses, segundo técnicos do TCU. A Corte negou que esteja afrouxando a fiscalização da Copa para permitir o cumprimento dos prazos. O presidente Benjamim Zimler disse que já estudou o texto da MP que simplifica o processo licitatório e avaliou que concorda com 90% do texto em debate no Congresso. Seis técnicos do TCU foram designados para debater com o governo uma fórmula que aumente a velocidade da aprovação dos projetos. - Talvez, o Ipea não levasse em consideração esse regime diferenciado, simplificado de licitações. Todos nós estamos preocupados com o tempo para a construção dos aeroportos, isso não temos que esconder - disse Zimler.
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