Falácia e
grosseria: o homeschooling segundo mais dois “izpessialistas”
André de Holanda
No dia 27 de
junho, a educação domiciliar (em inglês, homeschooling) foi assunto de
discussão no programa Brasil das Gerais, transmitido pela emissora de
televisão estatal Rede Minas (vídeo da primeira parte disponível aqui: http://www.youtube.com/watch?v=48yS0TB8l0g).
O objetivo – o confesso, ao menos – era “questionar as vantagens e
desvantagens” da prática e “se é saudável tirar uma criança ou adolescente da
escola regular”. Foram convidados para o programa Ricardo Dias, que educa, há
dois anos, os dois filhos em casa e é presidente da Associação Nacional de
Educação Domiciliar (ANED), Cleber Nunes, que pratica a educação não-escolar há
quase sete anos, o “sociólogo” Rudá Ricci e a “pedagoga” Lucíola Santos. Graças
à dupla de “izpessialistas”, o show se tornou uma exibição deplorável (e
comum entre os detratores da prática: veja-se
o caso de Rosely Sayão) do que há de mais rasteiro em matéria de
desonestidade argumentativa e de aversão aos fatos.
junho, a educação domiciliar (em inglês, homeschooling) foi assunto de
discussão no programa Brasil das Gerais, transmitido pela emissora de
televisão estatal Rede Minas (vídeo da primeira parte disponível aqui: http://www.youtube.com/watch?v=48yS0TB8l0g).
O objetivo – o confesso, ao menos – era “questionar as vantagens e
desvantagens” da prática e “se é saudável tirar uma criança ou adolescente da
escola regular”. Foram convidados para o programa Ricardo Dias, que educa, há
dois anos, os dois filhos em casa e é presidente da Associação Nacional de
Educação Domiciliar (ANED), Cleber Nunes, que pratica a educação não-escolar há
quase sete anos, o “sociólogo” Rudá Ricci e a “pedagoga” Lucíola Santos. Graças
à dupla de “izpessialistas”, o show se tornou uma exibição deplorável (e
comum entre os detratores da prática: veja-se
o caso de Rosely Sayão) do que há de mais rasteiro em matéria de
desonestidade argumentativa e de aversão aos fatos.
Os especialistas |
convidados foi mal pensado. Para o bem do debate, deveriam ter sido convocados
estudiosos contrários e outros favoráveis à prática em questão. Longe disso, o
que se fez foi chamar dois “izpessialistas” no assunto (porque de modo algum o
conheciam), ambos contrários à educação domiciliar, e permitir que atacassem,
com artilharia vil, a honra e o estado emocional dos pais convidados. Rudá e
Lucíola não se muniram de fatos e pesquisas. Nem se dispuseram a ouvir o que
dois dos mais longevos praticantes brasileiros da educação não-escolar (que,
juntos, somam oito anos de experiências) tinham a falar. Foi por isso que a
dupla interrompeu diversas vezes as falas de Cleber e Ricardo, e não esperaram
(nem a apresentadora, em alguns momentos) que concluíssem seus argumentos e
relatos. Não foram honestos, não seguiram as regras da boa argumentação. Pelo
contrário, os “dotôres” se armaram com peças de acusação direcionadas às pessoas
dos pais – não só daqueles que ali estavam, no estúdio, mas de todos os que
adotam, responsável e corajosamente, um tipo de educação ainda incipiente no
Brasil.
Analiso, a
seguir, selecionando algumas passagens, de que modo se deu o ataque, como Rudá
e Lucíola desceram muito baixo para passar ao telespectador a sensação de
vitória. Não, não havia cientistas ali! Por trás dos diplomas e doutorados que
intimidam o leigo, revelaram-se, enfatuados, dois representantes da histeria e
da paranoia de parcela significativa da “estupidentsia” acadêmica brasileira.
Abaixo, as falácias cometidas por ambos são destacadas em itálico.
seguir, selecionando algumas passagens, de que modo se deu o ataque, como Rudá
e Lucíola desceram muito baixo para passar ao telespectador a sensação de
vitória. Não, não havia cientistas ali! Por trás dos diplomas e doutorados que
intimidam o leigo, revelaram-se, enfatuados, dois representantes da histeria e
da paranoia de parcela significativa da “estupidentsia” acadêmica brasileira.
Abaixo, as falácias cometidas por ambos são destacadas em itálico.
Rudá Ricci
iniciou sua participação no debate – aos 13:56 do vídeo – interrompendo Cleber
Nunes. Cleber, perguntado sobre os processos judiciais sofridos por sua
família, dizia que ele mesmo e sua esposa foram condenados, cível e
criminalmente, por abandono intelectual, após seus filhos serem aprovados em
vestibular de direito (em 2007, quando eles tinham 13 e 14 anos) e em prova da
Secretaria de Educação de Minas Gerais imposta pelo juiz da vara criminal (em
2008). Acertadamente, ele concluiu: “Percebi que o interesse não estava na
educação deles, mas que o interesse da Justiça era tão-somente que eles
estivessem na escola.”
iniciou sua participação no debate – aos 13:56 do vídeo – interrompendo Cleber
Nunes. Cleber, perguntado sobre os processos judiciais sofridos por sua
família, dizia que ele mesmo e sua esposa foram condenados, cível e
criminalmente, por abandono intelectual, após seus filhos serem aprovados em
vestibular de direito (em 2007, quando eles tinham 13 e 14 anos) e em prova da
Secretaria de Educação de Minas Gerais imposta pelo juiz da vara criminal (em
2008). Acertadamente, ele concluiu: “Percebi que o interesse não estava na
educação deles, mas que o interesse da Justiça era tão-somente que eles
estivessem na escola.”
Depois de ouvir
isso, Rudá, com aquela mansidão de quem desce de uma região etérea para dar o
ar de sua graça “diplomada” (notem que ele, simbolicamente, aparecia de olhos
fechados, quando Ricardo e Cleber falavam), desfia seu contra-argumento, sua
peça de acusação, tão aborrecida quanto falaciosa. Confusamente, o “çossiólogu”
compara (com falsa analogia) o direito de educar com o (inexistente,
segundo ele) direito ao suicídio: “O Estado não defende só a pessoa: defende a
sociedade, os direitos.” Para Rudá, que discorda de que as pessoas sejam donas
de seus corpos, um sujeito é incapaz de matar-se sem pôr outros em risco. Mas,
peralá!, o que é que isso tem a ver com educar fora de escolas? É que essa
prática também seria um risco coletivo: “É o fim da democracia, da vida social.”
Por quê? Cleber, Ricardo e TODOS os que educam em casa, garante Rudá, estão
“trazendo uma cultura do egoísmo e do individualismo extremo” (falácia da
omissão, ataque à pessoa, conclusão irrelevante). Fatos?
Pesquisas? Nada. Será que a vida social e a democracia inexistem ou sofreram
duro golpe nos Estados Unidos, onde a prática é comum há mais de três décadas
e, hoje, há mais de 2 milhões de crianças e adolescentes educados em casa?¹
isso, Rudá, com aquela mansidão de quem desce de uma região etérea para dar o
ar de sua graça “diplomada” (notem que ele, simbolicamente, aparecia de olhos
fechados, quando Ricardo e Cleber falavam), desfia seu contra-argumento, sua
peça de acusação, tão aborrecida quanto falaciosa. Confusamente, o “çossiólogu”
compara (com falsa analogia) o direito de educar com o (inexistente,
segundo ele) direito ao suicídio: “O Estado não defende só a pessoa: defende a
sociedade, os direitos.” Para Rudá, que discorda de que as pessoas sejam donas
de seus corpos, um sujeito é incapaz de matar-se sem pôr outros em risco. Mas,
peralá!, o que é que isso tem a ver com educar fora de escolas? É que essa
prática também seria um risco coletivo: “É o fim da democracia, da vida social.”
Por quê? Cleber, Ricardo e TODOS os que educam em casa, garante Rudá, estão
“trazendo uma cultura do egoísmo e do individualismo extremo” (falácia da
omissão, ataque à pessoa, conclusão irrelevante). Fatos?
Pesquisas? Nada. Será que a vida social e a democracia inexistem ou sofreram
duro golpe nos Estados Unidos, onde a prática é comum há mais de três décadas
e, hoje, há mais de 2 milhões de crianças e adolescentes educados em casa?¹
Testemunhamos,
com o passar do programa, um Rudá cada vez mais descontrolado e desleal.
Recorrendo mais uma vez à falsa analogia e atacando a pessoa dos
convidados, Rudá compara pais praticantes da educação em casa com políticos e
marketeiros (14:55, parte 1). Em comum, alega, eles deixariam “tirar foto do
aluno pra fazer propaganda do curso”, o que iria “causar um dano imenso [ao
aluno]”. A acusação, sabemos, é irrelevante para verificar vantagens ou não da
educação em casa. E não há, é óbvio, nenhuma evidência de que tal “exposição”
(fantasiosa!) causasse danos aos estudantes domiciliares.
com o passar do programa, um Rudá cada vez mais descontrolado e desleal.
Recorrendo mais uma vez à falsa analogia e atacando a pessoa dos
convidados, Rudá compara pais praticantes da educação em casa com políticos e
marketeiros (14:55, parte 1). Em comum, alega, eles deixariam “tirar foto do
aluno pra fazer propaganda do curso”, o que iria “causar um dano imenso [ao
aluno]”. A acusação, sabemos, é irrelevante para verificar vantagens ou não da
educação em casa. E não há, é óbvio, nenhuma evidência de que tal “exposição”
(fantasiosa!) causasse danos aos estudantes domiciliares.
Rudá tentou,
desde o início, construir um espantalho para ter em quem bater. O
pai que educa em casa não está, necessariamente, “dando aulas” domiciliarmente.
Há quem adote, por exemplo, métodos como os comumente chamados aprendizagem natural
e auto-aprendizagem (citado por Ricardo, a partir dos 8:22 do
primeiro bloco) e que não acreditam que os filhos precisem ser “ensinados”. Mas
Rudá, que não quer saber de fatos, afirma exatamente o contrário (falácia da
omissão, a partir dos 14:33), certo de que os pais precisam ser “técnos” (sic)
para ter sucesso educando em casa. Cleber não sustentou, em momento algum do
programa, nem que o testemunho de seus filhos em audiências públicas, nem que
avaliações formais sejam, para ele, evidência de que a educação em casa é
tecnicamente “boa”. Mas Rudá, de novo, inventa um fato e atribui a
Cleber um argumento que lhe é estranho (a partir dos 15:09).
desde o início, construir um espantalho para ter em quem bater. O
pai que educa em casa não está, necessariamente, “dando aulas” domiciliarmente.
Há quem adote, por exemplo, métodos como os comumente chamados aprendizagem natural
e auto-aprendizagem (citado por Ricardo, a partir dos 8:22 do
primeiro bloco) e que não acreditam que os filhos precisem ser “ensinados”. Mas
Rudá, que não quer saber de fatos, afirma exatamente o contrário (falácia da
omissão, a partir dos 14:33), certo de que os pais precisam ser “técnos” (sic)
para ter sucesso educando em casa. Cleber não sustentou, em momento algum do
programa, nem que o testemunho de seus filhos em audiências públicas, nem que
avaliações formais sejam, para ele, evidência de que a educação em casa é
tecnicamente “boa”. Mas Rudá, de novo, inventa um fato e atribui a
Cleber um argumento que lhe é estranho (a partir dos 15:09).
A “profeçôra”
Lucíola Santos, chamada a participar do debate aos 18:58 de programa, articulou
de modo mais claro os seus argumentos, o que tornou mais evidente as fraquezas
deles. Lembremos, antes, mais uma vez, que o objetivo do programa é discutir as
“vantagens e desvantagens da educação domiciliar”. Pois bem. A dona Lucíola
acha “tudo isso” de educação não-escolar “perigoso”. Vejamos seus argumentos:
(1) Os pais que educam em casa apontam defeitos na escola, mas não se mobilizam
para melhorá-la. Isso se dá (assim entendi) porque eles não acreditam no
Estado; (2) Os pais que educam em casa (supus que houve generalização) “tem
alguma espécie de posição político-religiosa que os mobiliza a não querer que
seus filhos convivam com pessoas diferentes”. Isso levaria a “processos de
fundamentalismo, em guetos, em situações inviáveis do ponto de vista social”;
(3) Os pais não tem competência, nem tempo, nem condições para ensinar todos os
conteúdos escolares às crianças até a idade de 17 anos; (4) Se a legislação
permitir que pais eduquem em casa, haverá caos – porque “muitos pais podem
fazer bem, outros, não” – e injustiça – “porque os pais não são os donos das
crianças.”
Lucíola Santos, chamada a participar do debate aos 18:58 de programa, articulou
de modo mais claro os seus argumentos, o que tornou mais evidente as fraquezas
deles. Lembremos, antes, mais uma vez, que o objetivo do programa é discutir as
“vantagens e desvantagens da educação domiciliar”. Pois bem. A dona Lucíola
acha “tudo isso” de educação não-escolar “perigoso”. Vejamos seus argumentos:
(1) Os pais que educam em casa apontam defeitos na escola, mas não se mobilizam
para melhorá-la. Isso se dá (assim entendi) porque eles não acreditam no
Estado; (2) Os pais que educam em casa (supus que houve generalização) “tem
alguma espécie de posição político-religiosa que os mobiliza a não querer que
seus filhos convivam com pessoas diferentes”. Isso levaria a “processos de
fundamentalismo, em guetos, em situações inviáveis do ponto de vista social”;
(3) Os pais não tem competência, nem tempo, nem condições para ensinar todos os
conteúdos escolares às crianças até a idade de 17 anos; (4) Se a legislação
permitir que pais eduquem em casa, haverá caos – porque “muitos pais podem
fazer bem, outros, não” – e injustiça – “porque os pais não são os donos das
crianças.”
O primeiro
argumento é mais um ataque à pessoa completamente despropositado. O que
o fato de alguns pais (e não todos!) não “acreditarem no Estado” como agente de
educação nos diz da eficácia ou ineficácia do ensino domiciliar, das suas
vantagens ou desvantagens? O segundo, mais um ataque à pessoa, também
não nos revela nada da questão em debate! A acusadora não cita nenhum fato que
corrobore a afirmação de que pais que tiram seus filhos da escola evitam a
convivência deles com “pessoas diferentes”. O terceiro argumento torna
constrangedoramente manifesta a ignorância da “izpessialista” sobre o assunto.
A educação domiciliar, já dissemos, não é, necessariamente, educação
curricular, conteudista, programática. Considerando este fato, a suspeita em
relação a “competências, tempo e condições” é, toda ela, vaga, descabida e
completamente alheia à ciência.
argumento é mais um ataque à pessoa completamente despropositado. O que
o fato de alguns pais (e não todos!) não “acreditarem no Estado” como agente de
educação nos diz da eficácia ou ineficácia do ensino domiciliar, das suas
vantagens ou desvantagens? O segundo, mais um ataque à pessoa, também
não nos revela nada da questão em debate! A acusadora não cita nenhum fato que
corrobore a afirmação de que pais que tiram seus filhos da escola evitam a
convivência deles com “pessoas diferentes”. O terceiro argumento torna
constrangedoramente manifesta a ignorância da “izpessialista” sobre o assunto.
A educação domiciliar, já dissemos, não é, necessariamente, educação
curricular, conteudista, programática. Considerando este fato, a suspeita em
relação a “competências, tempo e condições” é, toda ela, vaga, descabida e
completamente alheia à ciência.
O quarto
argumento de Lucíola tampouco se sustenta em fatos. Ela prevê uma situação de
“caos” porque “muitos” pais podem “fazer bem” à educação domiciliar e outros
pais, não. Ora, os pais que educam em casa não defendem que a prática seja
imposta sobre outras famílias. Aliás, será que a profeta buscou alguma
informação sobre o “caos” reinante no Texas, estado americano que conta,
segundo o Texas Home School Coalition, com cerca de 120 mil famílias
educando em casa, e onde os pais não precisam ter nem certificado de professor
para fazê-lo? Recomendo à “dotôra” o site da organização: http://www.thsc.org. No mais, ela, que se
esqueceu de definir o que é “fazer bem” a educação domiciliar (o que
impossibilita o debate sobre o termo), garantiu, citando o coletivista Estatuto
da Criança e do Adolescente, que os pais não são “os donos” dos filhos², sem
dizer bem em que isso importa para conhecermos “as vantagens e desvantagens da
educação domiciliar”.
argumento de Lucíola tampouco se sustenta em fatos. Ela prevê uma situação de
“caos” porque “muitos” pais podem “fazer bem” à educação domiciliar e outros
pais, não. Ora, os pais que educam em casa não defendem que a prática seja
imposta sobre outras famílias. Aliás, será que a profeta buscou alguma
informação sobre o “caos” reinante no Texas, estado americano que conta,
segundo o Texas Home School Coalition, com cerca de 120 mil famílias
educando em casa, e onde os pais não precisam ter nem certificado de professor
para fazê-lo? Recomendo à “dotôra” o site da organização: http://www.thsc.org. No mais, ela, que se
esqueceu de definir o que é “fazer bem” a educação domiciliar (o que
impossibilita o debate sobre o termo), garantiu, citando o coletivista Estatuto
da Criança e do Adolescente, que os pais não são “os donos” dos filhos², sem
dizer bem em que isso importa para conhecermos “as vantagens e desvantagens da
educação domiciliar”.
O nível do
debate no restante do programa, acredite, leitor, foi pior – e não merece que
nos detenhamos muito nele. Um desfile de ataques pessoais (não há como
não sentir palpitações ao assistir à cena que começa nos 17:12), de apelos
emocionais (chega a ser cômico o apelo à Xuxa, novo tipo de
generalização precipitada combinada com apelo à emoção, utilizado por Rudá
Ricci aos 15:13), apelo à autoridade (a partir dos 7:13 e dos 7:33), apelo
à maioria (a partir de 15:48)... E aí vai.
debate no restante do programa, acredite, leitor, foi pior – e não merece que
nos detenhamos muito nele. Um desfile de ataques pessoais (não há como
não sentir palpitações ao assistir à cena que começa nos 17:12), de apelos
emocionais (chega a ser cômico o apelo à Xuxa, novo tipo de
generalização precipitada combinada com apelo à emoção, utilizado por Rudá
Ricci aos 15:13), apelo à autoridade (a partir dos 7:13 e dos 7:33), apelo
à maioria (a partir de 15:48)... E aí vai.
Encerro o texto
dirigindo-me a Rudá Ricci e ao bando de “izpessialistas” que, como ele e
Lucíola Santos, acha que as idiotices diplomadas passarão incólumes. Na segunda
parte do programa, Rudá vaticina que “shoppings curriculares” como os
que teriam sido feitos pela família de Gilmar e Vânia Lúcia Carvalho
(apresentada no início do segundo bloco) é um “erro estrondoso que nós só vamos
ver dali a pouco, quando tiver 25, 30 anos...”. Ricardo Dias alegou que “as
pesquisas de hoje mostram o contrário”, mas não conseguiu, na hora, citar
nenhuma. Então, Rudá, no auge da presunção dos “dipromados”, falou (7:50): “Não
sei que pesquisas, porque eu sou pesquisador da área... Você há de convir: fui
professor de mestrado e de doutorado da educação, eu conheço a literatura. Não
existe pesquisa que diga isso que você tá dizendo... Não existe. É definitivo
isso.”
dirigindo-me a Rudá Ricci e ao bando de “izpessialistas” que, como ele e
Lucíola Santos, acha que as idiotices diplomadas passarão incólumes. Na segunda
parte do programa, Rudá vaticina que “shoppings curriculares” como os
que teriam sido feitos pela família de Gilmar e Vânia Lúcia Carvalho
(apresentada no início do segundo bloco) é um “erro estrondoso que nós só vamos
ver dali a pouco, quando tiver 25, 30 anos...”. Ricardo Dias alegou que “as
pesquisas de hoje mostram o contrário”, mas não conseguiu, na hora, citar
nenhuma. Então, Rudá, no auge da presunção dos “dipromados”, falou (7:50): “Não
sei que pesquisas, porque eu sou pesquisador da área... Você há de convir: fui
professor de mestrado e de doutorado da educação, eu conheço a literatura. Não
existe pesquisa que diga isso que você tá dizendo... Não existe. É definitivo
isso.”
A seguir, cito
dez pesquisas sobre a socialização e as realizações acadêmicas de crianças e
adolescentes educados em casa, para o “dotô” e “pezquisadô” começar a estudar
com seriedade o assunto. Por questão de espaço, não discorro sobre os “métodos”
utilizados nas pesquisas, o que Rudá pediu a Ricardo. Mas, aí, já seria
mastigar demais o material de estudo para o distinto “profêçô”. Aí vai, Rudá!
Bom proveito! (Ah, e, qualquer coisa, escreve “homeschooling research” no
Google e aperta “enter”! Aparece um montão de coisa!)
dez pesquisas sobre a socialização e as realizações acadêmicas de crianças e
adolescentes educados em casa, para o “dotô” e “pezquisadô” começar a estudar
com seriedade o assunto. Por questão de espaço, não discorro sobre os “métodos”
utilizados nas pesquisas, o que Rudá pediu a Ricardo. Mas, aí, já seria
mastigar demais o material de estudo para o distinto “profêçô”. Aí vai, Rudá!
Bom proveito! (Ah, e, qualquer coisa, escreve “homeschooling research” no
Google e aperta “enter”! Aparece um montão de coisa!)
- Delahooke, Mona. (1986). Home Educated Children's
Social, Emotional Adjustment and Academic Achievements:A Comparative
Study. Unpublished doctoral dissertation. Los Angeles, CA: California
School of Professional Psychology. - Knowles, J. Gary (1991). Now We Are Adults:
Attitudes,Beliefs, and Status of Adults Who Were Home-educated as
Children. Paper presented at the annual meeting of the American
Educational Research Association, Chicago, April 3-7. - Medlin, Richard G. (2000). Home schooling and the
question of socialization. Peabody Journal of
Education, 75(1
& 2), 107-123. - Ray, Brian D. (2010, Frebuary 3). Academic
Achievement and Demographic Traits of Homeschool Students: A Nationwide
Study. Academic Leadership Journal, 8(1). - Ray, Brian D. (2003). Homeschooling Grows Up.
National Home Education Research Institue: Salem, Oregon. - Rudner, Lawrence M. (1999). Scholastic
achievement and demographic characteristics of home school students in
1998. Educational Policy Analysis Archives, 7(8). - Shyers, Larry E. (1992). A comparison of social
adjustment between home and traditionally schooled students. Home School Researcher, 8(3), 1-8. - McDowell, Susan. 2005. But What About
Socialization? Answering the Perpetual Home Schooling Question: A Review
of the Literature. Philodeus Press, 2004. - Taylor, John Wesley. (1987). Self-Concept in Home
Schooling Children. Doctoral
dissertation, Andrews. University, Michigan, May 1986 - Van Pelt, D.A., Allison, P.A. and Allison, D.A.
(2009). Fifteen Years Later: Home Educated Canadian Adults. London, ON: Canadian Centre for Home Education (Monograph).
Notas:
¹ Brian D. Ray. (2011). 2.04
Million Homeschool Students in the United States in 2010. National Home Education Research
Institute.
Million Homeschool Students in the United States in 2010. National Home Education Research
Institute.
² Esse argumento, que já chegou nas
altas esferas da Justiça brasileira, não é novo. Em 2001, o ex-ministro do STJ
Francisco Peçanha Martins, então relator do caso da família Vilhena Coelho (que
defendia o direito de educar em casa os seus três filhos mais velhos), arguiu
que “os filhos não são dos pais”. A família teve o direito negado por seis votos
a dois.
altas esferas da Justiça brasileira, não é novo. Em 2001, o ex-ministro do STJ
Francisco Peçanha Martins, então relator do caso da família Vilhena Coelho (que
defendia o direito de educar em casa os seus três filhos mais velhos), arguiu
que “os filhos não são dos pais”. A família teve o direito negado por seis votos
a dois.
³ Duas pesquisas recentes (Ray, 2003;
Van Pelt, Allison & Allison, 2009) verificaram o engajamento social de
adultos que foram educados em casa nos Estados Unidos e no Canadá. Os
resultados: comparados com seus pares não educados domiciliarmente, eles se
mostraram mais frequentes em grupos de atividades e organizações comunitárias,
e mais participativos nas eleições em seus países.
Van Pelt, Allison & Allison, 2009) verificaram o engajamento social de
adultos que foram educados em casa nos Estados Unidos e no Canadá. Os
resultados: comparados com seus pares não educados domiciliarmente, eles se
mostraram mais frequentes em grupos de atividades e organizações comunitárias,
e mais participativos nas eleições em seus países.
André de
Holanda é
graduando em Sociologia na Universidade de Brasília. Atualmente, prepara
trabalho de conclusão de curso sobre a prática da educação domiciliar no
Brasil.
Holanda é
graduando em Sociologia na Universidade de Brasília. Atualmente, prepara
trabalho de conclusão de curso sobre a prática da educação domiciliar no
Brasil.
Fonte: Mídia
Sem Máscara
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