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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Como a mídia encobre a perseguição muçulmana aos cristãos

Como a mídia encobre a perseguição muçulmana aos cristãos:


Como a mídia
encobre a perseguição muçulmana aos cristãos

Raymond
Ibrahim
Quando se trata da perseguição dos
cristãos pelos muçulmanos, os principais meios de comunicação apresentam um
longo histórico de obscurecimento da realidade. Embora possam finalmente
apresentar os dados reais - se é que chegam a relatar a história, o que é raro
- eles o fazem após criarem e sustentarem uma aura de relativismo moral que
minimiza o papel desempenhado pelos muçulmanos.

Falsa equivalência moral

Uma das maneiras mais óbvias é evocar a
“disputa sectária” entre muçulmanos e cristãos, frase que apresenta a imagem de
dois adversários igualmente competitivos - e igualmente abusados e abusivos -
lutando um contra o outro. Isso dificilmente corresponde à realidade das
maiorias muçulmanas perseguindo os cristãos passivos amplamente minoritários.
Cristão copta sendo surrado por muçulmanos
Recentemente, por exemplo, no contexto do
bem documentado sofrimento dos cristãos no Egito, um repórter da NPR declarou:
“No Egito, tensões crescentes entre muçulmanos e cristãos têm levado a casos de
violência esporádica [iniciados por quem?]. Muitos egípcios atribuem as
disputas inter-religiosas a vândalos [quem?], que se aproveitam da ausência ou
da fraqueza das forças de segurança. Outros crêem que os atos de violência são
devidos a uma desconfiança profundamente sedimentada entre os muçulmanos e a
comunidade minoritária cristã [como foi que essa “desconfiança” teve origem?]”.
Embora a reportagem tenha dado ênfase aos casos nos quais os cristãos foram
vitimizados, todo o seu tom - já a partir do título: “No Egito, Aumenta a
Tensão entre Cristãos e Muçulmanos” - sugere que também poderiam facilmente ser
encontrados exemplos de muçulmanos vitimizados por cristãos [o que não é
verdade]. A foto que acompanha o artigo é de um grupo de cristãos irados,
levantando uma cruz - e não de muçulmanos destruindo cruzes, que foi o que
induziu os cristãos a tais demonstrações de solidariedade.
Duas outras estratégias da grande mídia em
esconder ou minimizar o papel do islamismo - estratégias com as quais o leitor
deve se familiarizar - apareceram em reportagens tratando do grupo jihadista
Boko Haram e do genocídio praticado por ele contra cristãos da Nigéria.
Primeiro, vamos apresentar algum contexto:
Boko Haram - acrônimo de “Educação Ocidental é Pecado”, cujo nome completo em
árabe é “Sunitas pela Da'wa [Islamização] e pela Jihad [Guerra Santa]” - é uma
organização terrorista dedicada à destruição do governo secular e ao
estabelecimento da sharia (lei islâmica). Essa organização tem chacinado
cristãos há anos, com uma ênfase maior desde o atentado a uma igreja no Dia de
Natal de 2011, que deixou pelo menos 40 cristãos mortos; seguido pelo ultimato
do Ano Novo, exigindo que todos os cristãos evacuassem as regiões do Norte da
Nigéria para não serem mortos - um ultimato que o Boko Haram tem procurado
alcançar por todos os meios: dificilmente se passa um dia sem um ataque
terrorista contra os cristãos ou contra uma igreja cristã; mais recentemente no
dia da Páscoa, num atentado que deixou 20 mortos.

Obscurecendo a linha entre perseguidor e vítima

Agora, considere algumas das estratégias
da grande mídia. A primeira é estruturar o conflito entre muçulmanos e cristãos
de forma que obscureça a linha entre perseguidor e vítima. Foi o que aconteceu,
por exemplo, em uma reportagem recente da BBC a respeito de um dos muitos
ataques do Boko Haram a igrejas, matando três cristãos, inclusive um bebê.
Depois de relatar os fatos mais óbvios em duas sentenças, a reportagem
continuou descrevendo como “o atentado deu início a um levante de jovens
cristãos, com relatos de que pelo menos dois muçulmanos foram mortos na
violência. Os dois homens foram arrancados de suas bicicletas depois de serem
parados numa barreira em uma estrada, que havia sido montada pelos amotinados,
informou a polícia. Várias lojas de propriedade de muçulmanos também foram
queimadas...”. A reportagem segue longamente, com uma seção especial sobre os
cristãos “muito enraivecidos”, até que os espectadores acabam confundindo
vítimas e perseguidores, esquecendo-se até do motivo pelo qual os cristãos
estavam “tão enfurecidos” - ataques terroristas não provocados e ininterruptos
a suas igrejas e o assassinato de suas mulheres e filhos.
Esse programa de televisão faz relembrar o
atentado que ocorreu na véspera do Ano Novo no Egito, que deixou mais de 20
cristãos mortos: a mídia relatou o caso, mas sob manchetes tais como: “Cristãos
em choque com a polícia no Egito depois que o ataque a freqüentadores de uma
igreja matou 21 pessoas” (Washington Post), e: “Choques aumentam à medida que
egípcios permanecem enfurecidos depois de ataque” (New York Times) - como se a
reação de cristãos frustrados contra a chacina fosse uma notícia do mesmo nível
ou que tivesse o mesmo valor que a chacina em si, implicando que a reação irada
deles “compensou” todas as coisas que haviam acontecido.

Dissimulando a motivação dos perpetradores

A segunda estratégia da mídia envolve dissimular
as motivações dos jihadistas. Uma reportagem da Agência France Presse (AFP)
descrevendo um outro ataque do Boko Haram a uma igreja - que também matou três
cristãos durante o culto de domingo - apresentou um relato justo. Mas, depois,
concluiu: “A violência atribuída ao Boko Haram, cujo objetivo permanece
amplamente obscuro, já ceifou, desde 2009, mais de 1.000 vidas, inclusive mais
de 300 apenas este ano, de acordo com os números registrados pela AFP e grupos
de direitos humanos”.
Embora o Boko Haram esteja bradando seus
objetivos diretos há uma década - impondo a sharia e subjugando, se não
eliminando, os cristãos da Nigéria - a mídia, com aparência de honradez, afirma
ignorar quais sejam esses objetivos. (Semelhantemente, o New York Times descreveu
os objetivos do Boko Haram como “sem sentido” - apesar do grupo continuar a
justificá-los com base na doutrina islâmica). Era de se imaginar que, uma
década depois dos ataques jihadistas de 11 de setembro - tendo em vista todas
as imagens subseqüentes de muçulmanos vestidos como militantes, gritando
claramente slogans islâmicos, tais como “Allahu Akbar!” [Alá é o Maior!] e
conclamando à imposição da sharia e à subjugação dos “infiéis”- os repórteres
já deveriam saber quais são os objetivos deles.
Logicamente, a maneira como a mídia ofusca
os objetivos jihadistas serve a um propósito: ela deixa aberto o caminho para
as justificativas politicamente corretas da violência muçulmana, ou seja,
“opressão política”, “pobreza”, “frustração” e assim por diante. Assim, pode-se
ver por que os políticos, tais como Bill Clinton, ex-presidente dos Estados
Unidos, citam a “pobreza” como “aquilo que está alimentando tudo o que está
acontecendo” (uma referência à chacina dos cristãos pelo Boko Haram).
Em resumo, enquanto a grande mídia até
relata os fatos mais frugais relacionados à perseguição aos cristãos, ela
utiliza seu completo arsenal de jogos semânticos, frases de efeito e omissões
convenientes para sustentar a narrativa tradicional - de que a violência dos
muçulmanos é tudo menos um produto derivado da doutrinação islâmica da
intolerância. (Raymond Ibrahim - www.gatestoneinstitute.orgwww.Beth-Shalom.com.br)
Raymond
Ibrahim é associado do David Horowitz Freedom Center (Centro de Liberdade David
Horowitz) e membro no Middle East Forum (Fórum do Oriente Médio)
Divulgação:
www.juliosevero.com

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