Sabe quando você chega à concessionária e descobre que aquele carro bacana anunciado por R$ 45.000 na revista, custa na verdade um pouquinho mais caro? O pessoal do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) descobriu que, infelizmente, esta é uma prática comum e que a diferença de preços pode ser escabrosa.
O instituto fez um levantamento com anúncios de oito fabricantes publicados nos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, e nas revistas Quatro Rodas e Autoesporte do mês de junho, e observou que muitos dos anúncios são ilustrados com imagens das versões completas, mas publicam o preço da versão básica de entrada, bem diferente esteticamente. Outra prática comum é a inclusão de informações essenciais em letras miudas ilegíveis — principalmente no caso dos jornais, que têm qualidade de impressão inferior.
Para verificar se os anúncios podem induzir o consumidor ao erro — algo que configura propaganda enganosa, segundo o artigo 37 do Código do Consumidor — o Idec pesquisou nos sites dos fabricantes os preços das versões ilustradas nos anúncios e encontrou disparidades que variam de R$ 900 a R$ 15.000 reais. Mais absurdo ainda foi o caso de um anúncio do Nissan March, que aparentemente esclarecia que o preço divulgado referia-se à versão 1.6 S, mas nas letras miudas explicava que o preço anunciado referia-se a um estoque de apenas três unidades do ano/modelo 2012/2012.
Segundo a reportagem, a intenção é seduzir o consumidor para que ele se disponha a ir a uma concessionária e então convencer o cliente a comprar o carro. Bem, por mais que eu ache essa confusão proposital de preços um pouco anti-ética, este é um princípio fundamental da publicidade — mostrar o anúncio para atrair o consumidor a uma loja e então vender o produto a ele. Qual o problema disso?
Este anúncio da Renault seria uma solução?
Ainda há um outro lado nessa história: como dito no texto, a publicidade precisa seduzir o consumidor, uma tarefa um tanto difícil se você for factual como uma notícia jornalística. Alguém aí confessa todos os seus defeitos em uma entrevista de emprego?
[Idec via Estadão]
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