Há pouco contava o tempo que nos separa da eleição presidencial: quatro meses! Eleição só se ganha na urna. Augusto Nunes pinça do seu baú de vasta experiência jornalística um caso concreto ocorrido no Rio Grande do Sul, quando Pedro Simon, então candidato ao governo daquele Estado havia se dado por vencido incorrendo num erro fatal em política, ou seja, desmobilizando a militância. Por causa disso, perdeu. Não deixem de ler. Especialmente neste momento em que se vive uma campanha eleitoral única após a redemocratização do Brasil, porquanto é definidora quanto ao rumo que a Nação tomará: o da democracia ou o de uma ditadura bolivariana do tipo chavista. O título original é: Quem insiste em dançar um minueto atrás de um trio elétrico acaba atropelado por um bloco de sujos. Leiam e não se esqueçam de dar sempre uma passada lá no site do Augusto Nunes:
Em 1982, iludido pela vantagem mantida por Jair Soares ao longo do primeiro dia da apuração, espertamente amplificada pelo berreiro triunfalista dos adversários, o senador Pedro Simon incorreu no pecado da precipitação: reconheceu formalmente a vitória do candidato do PDS ao governo gaúcho, desmobilizou o esquema de fiscalização montado pelo PMDB e foi descansar. Já estava na casa na praia quando a distância que o separava de Jair Soares começou a encurtar ─ e então descobriu que a contagem dos votos começara pelos municípios controlados pelo PDS e passara ao largo dos redutos oposicionistas. Voltou às pressas para Porto Alegre e exortou os fiscais do PMDB a retomarem as posições abandonadas. Tarde demais. Entre a rendição e o recomeço do combate, a fraude correu solta nas sessões eleitorais sem vigilância. Simon perdeu por 22.373 votos de diferença. Foi derrotado não por falta de eleitores, mas por excesso de ingenuidade.
Vale a pena evocar o equívoco de Pedro Simon antes que os democratas, confrontados com a barulheira forjada para fantasiar Dilma Rousseff de presidente eleita por uma pesquisa, caiam numa armadilha semelhante à montada em 1982. Faz de conta que não se trata de outro prodígio estatístico. Faz de conta que Dilma é vista com simpatia pela maior parte dos entrevistados. Ainda assim, só os cretinos fundamentais e os vigaristas de ofício ousam afirmar, sem ficarem ruborizados, que o duelo que nem começou foi encerrado a quatro meses da eleição. Nenhum programa foi apresentado no horário gratuito. Não houve um único debate entre os candidatos. Mas Dilma deve ser empossada de imediato, repetem os balidos do rebanho. Em 1982, os farsantes ao menos se ampararam em urnas e cédulas. Passados quase 30 anos, bastam intenções de voto colhidas por um instituto cujo acervo de erros tem o tamanho do que guarda as mentiras contadas por Dilma Rousseff.
Em 2002, depois de eleito senador, o companheiro Aloízio Mercadante acusou o Ibope de tê-lo prejudicado com a fabricação de índices sem parentesco com a realidade. “Na véspera da votação, eu aparecia com 15% a menos do que tive”, choramingou o Herói da Rendição. “Muitos eleitores deixaram de votar em mim por acharem quer eu não tinha chances”. Para fazer com os adversários o que acha que o Ibope lhe fez, Mercadante voltou a acreditar em pesquisas. Mas só em âmbito federal. Continua descrente, por exemplo, dos índices que mostram a quantas anda a sucessão paulista. Segundo o Ibope, o candidato a governador do PT patina abaixo dos 20%, enquanto Geraldo Alckmin flutua na faixa dos 50%. Mercadante diz que a campanha nem começou.
Muito mais espantoso que o índice atribuído a Dilma é o conferido a José Serra. Convencido de que a maior obra de um governante é eleger o sucessor, Lula impôs a candidata a todos os partidos e está em campo ilegalmente desde 2007 para vincular Dilma à sua imagem. Depois de uma boa largada, Serra não assumiu efetivamente o comando da campanha e hesita em vincular-se à oposição real. O PT do Maranhão engoliu até a família Sarney. Serra perde tempo com o DEM, que deveria ter mandado às favas há muito tempo em nome da moral e dos bons costumes. Dilma e Lula passam o tempo celebrando proezas imaginárias. O candidato oposicionista não conseguiu, até agora, transformar-se no porta-voz das legiões de inconformados com a Era da Mediocridade.
O que falta a Serra para entender que Lula só ficou melhor no retrato por que a oposição partidária não se opõe? O que espera para dispensar a Dilma Rousseff o tratamento que merece um embustes? Por que denuncia sem tantas cautelas e ressalvas o que deve ser denunciado? Milhões de brasileiros desconhecem o que há por trás do país de ficção: a corrupção endêmica, a roubalheira colossal, a política externa infame, o confisco do aparelho estatal, o fracasso do PAC, a gastança criminosa, a aliança que une velhos oligarcas, neogatunos e esquerdistas psicóticos, as ameaças à democracia e à liberdade, o comportamento fora-da-lei de Lula, sobretudo o despreparo incomparável da candidata à presidência da República. Cabe a Serra escancarar os tumores camuflados pela discurseira oficial.
Campanha eleitoral não é vale-tudo, precisam aprender o monarca e seus cortesãos. Nem um curso de boas maneiras, precisam aprender os oposicionistas em campanha. Quem insiste em dançar um minueto ao som de um trio elétrico acaba atropelado por um bloco de sujos.
Em 2002, depois de eleito senador, o companheiro Aloízio Mercadante acusou o Ibope de tê-lo prejudicado com a fabricação de índices sem parentesco com a realidade. “Na véspera da votação, eu aparecia com 15% a menos do que tive”, choramingou o Herói da Rendição. “Muitos eleitores deixaram de votar em mim por acharem quer eu não tinha chances”. Para fazer com os adversários o que acha que o Ibope lhe fez, Mercadante voltou a acreditar em pesquisas. Mas só em âmbito federal. Continua descrente, por exemplo, dos índices que mostram a quantas anda a sucessão paulista. Segundo o Ibope, o candidato a governador do PT patina abaixo dos 20%, enquanto Geraldo Alckmin flutua na faixa dos 50%. Mercadante diz que a campanha nem começou.
Muito mais espantoso que o índice atribuído a Dilma é o conferido a José Serra. Convencido de que a maior obra de um governante é eleger o sucessor, Lula impôs a candidata a todos os partidos e está em campo ilegalmente desde 2007 para vincular Dilma à sua imagem. Depois de uma boa largada, Serra não assumiu efetivamente o comando da campanha e hesita em vincular-se à oposição real. O PT do Maranhão engoliu até a família Sarney. Serra perde tempo com o DEM, que deveria ter mandado às favas há muito tempo em nome da moral e dos bons costumes. Dilma e Lula passam o tempo celebrando proezas imaginárias. O candidato oposicionista não conseguiu, até agora, transformar-se no porta-voz das legiões de inconformados com a Era da Mediocridade.
O que falta a Serra para entender que Lula só ficou melhor no retrato por que a oposição partidária não se opõe? O que espera para dispensar a Dilma Rousseff o tratamento que merece um embustes? Por que denuncia sem tantas cautelas e ressalvas o que deve ser denunciado? Milhões de brasileiros desconhecem o que há por trás do país de ficção: a corrupção endêmica, a roubalheira colossal, a política externa infame, o confisco do aparelho estatal, o fracasso do PAC, a gastança criminosa, a aliança que une velhos oligarcas, neogatunos e esquerdistas psicóticos, as ameaças à democracia e à liberdade, o comportamento fora-da-lei de Lula, sobretudo o despreparo incomparável da candidata à presidência da República. Cabe a Serra escancarar os tumores camuflados pela discurseira oficial.
Campanha eleitoral não é vale-tudo, precisam aprender o monarca e seus cortesãos. Nem um curso de boas maneiras, precisam aprender os oposicionistas em campanha. Quem insiste em dançar um minueto ao som de um trio elétrico acaba atropelado por um bloco de sujos.
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