1 – Fascista, eu?
Osenhor Paulo Sérgio Pinheiro é pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP e membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) e um antiarmas convicto. Só esta última condição é mais do que suficiente para colocá-lo nas páginas do jornal O Globo. Assim, no dia 17/4/2011, na página 21 do referido jornal o doutor Pinheiro deu uma entrevista em que, entre outras coisas, afirma e dá título à matéria: “Tem de reduzir na marra o acesso a armas”. Com esta pérola, o doutor Pinheiro dá uma inequívoca demonstração de sua vocação democrática. Para o doutor Pinheiro, as coisas têm de ser “do nosso jeito”, ou seja, “na marra”.
Este é o tipo de pensamento que hoje vigora entre nossas autoridades. Mais adiante o douto senhor afirma que “A ideia de plebiscito é inadequada e intempestiva. Esta não é uma pergunta que se faça a uma população que vive sob (a) ameaça da insegurança pública e convive com o mito de que se armar ajuda na proteção”. Aqui, o entrevistado faz mais uma declaração de fé antidemocrática. Quer dizer então que na opinião do doutor Pinheiro há temas e momentos para se consultar a população? A critério de quem a população “merece” ser ouvida? Que democracia é esta? Os Estados Unidos enfrentaram uma guerra sangrenta e nunca deixaram de ter eleições. Cinco anos atrás este país, o Brasil, fez um referendo que custou em torno de 500 milhões de reais para perguntar à população se deveria ser proibido ou não o comércio (legal) de armas. A resposta foi um retumbanteNÃO. O que mais é preciso para convencer gente como o senhor Paulo Sérgio Pinheiro de que a população não abre mão do direito de se autodefender? Com o intuito de não deixar dúvidas quanto ao “espírito democrático” que o norteia, o senhor Pinheiro reafirma mais adiante na entrevista: “Isso, para mim é o beabá: tem de diminuir na marra o acesso às armas no Brasil”.
Agora, proponho ao leitor o seguinte exercício: Se as “justas e igualitárias” ideias do doutor Pinheiro tivessem sido proferidas por um defensor do direito à autodefesa, qual seria a reação de gente como o senhor Paulo Sérgio Pinheiro. Como seria classificado o autor da proposta: a) Fascista, b) Brucutu, c) Antidemocrático, d) Nazistóide, e) Instrumento do lobby dos fabricantes de armas? Quem acertar ganha uma foto do Ministro da Justiça.
Para encerrar o assunto, lembro ao leitor que uma das primeiras providências de Hitler foi desarmar “na marra” os cidadãos alemães, em especial os judeus. O resto da história todo o mundo conhece...
2 – Palavra de quem sabe
O sargento Márcio Alexandre Alves, da PM do Rio de Janeiro, foi o policial que pôs fim à atividade insana de um desequilibrado que invadiu uma escola em Realengo, subúrbio Rio, no dia 07/04/2011. Com apenas um tiro de sua pistola .40 SW ele impediu que o débil mental continuasse matando crianças inocentes. Vejam abaixo a opinião do sargento Alves sobre desarmamento do cidadão de bem, publicada na revista Gentlemen´s Quarterly (GQ), edição de maio de 2011, página 125:
Repórter: O que você pensa sobre a campanha do desarmamento?
Sargento Alves: Essa campanha vai proibir o comércio, mas não a fabricação e a exportação. Essas armas vão continuar voltando para cá – só que ilegalmente - como as drogas. Teremos mais contrabandistas atuando. Penso que o cidadão de bem tem, sim, o direito de ter uma arma de fogo.
Repórter: Mas se o cidadão tem o direito de ter uma arma significa que ele agiria por conta própria?
Sargento Alves: Ele tem o direito a uma arma para defender o seu lar. O que ele fizer além disso terá de responder perante a lei.
Aí está a opinião de um policial que enfrenta quotidianamente as situações de segurança e criminalidade mais complexas e não de um “doutorzinho” que defende o desarmamento do cidadão de bem sentado em salas refrigeradas, pagas com o dinheiro de fundações estrangeiras.
3 – Campanha do desarmamento - 1
Uma pequena matéria no canto da página 17, em O Globo de 23/05/2011, nos informa que na primeira semana da campanha do desarmamento foram recolhidas 240 armas. A partir daí o assunto foi esquecido pelo jornal dos Marinho. Não é preciso ser um dos inúmeros “especialistas” frequentemente ouvidos por esse jornal para perceber que a campanha está destinada a um fragoroso fracasso. O sapientíssimo Ministro da Justiça declarou ter 10 milhões de reais para o recolhimento de armas, e que se precisar vai pedir mais verba. Não precisa se preocupar com isto, Ministro, nesse ritmo vai é sobrar dinheiro dessa verba, e bastante.
4 – Campanha do desarmamento – 2
No lançamento da Campanha do Desarmamento em São Paulo, o Ministro da Justiça declarou que: a iniciativa (entrega das armas) será mais atraente para os cidadãos porque, além de garantir o anonimato de quem entregar sua arma, o pagamento pelos itens recebidos será feito mais rapidamente e sem burocracia. Infelizmente o mundo real é muito diferente de como pensam e agem os ilustres funcionários governamentais. Vejam abaixo duas opiniões de cidadãos que discordam em gênero número e grau de Suas Excelências quanto ao processo de recolhimento e pagamento de armas, publicadas na seção de cartas do jornal O Globo de 10/05/211:
“Resolvi entregar à Polícia Federal três armas, há meio século na família. O Ministro da Justiça diz que não é necessário identificar-se, mas omite que, para transportar a arma, há que ser preenchida uma Guia de Trânsito de Arma de Fogo onde constam nome, RG, CPF e características da arma. Tudo via internet e, no mesmo momento, escolhe-se o local da entrega. Escolhi a Polícia Federal do Aeroporto Tom Jobim. Linhas Amarela e Vermelha, engarrafamento, pedágio e estacionamento... No aeroporto, ninguém da PF, em ambos os terminais, sabe algo a respeito do assunto e fui orientado a procurar a Superintendência, na Praça Mauá. Perdi tempo e dinheiro, mas o ministro tem conseguido espaço na mídia com o tema. E daqui a algum tempo vai declarar que a campanha “reduziu a criminalidade em 11.74%” – ou algum número mais preciso.”
C.E.F - Rio
Gostaram? Então tem mais:
No dia 9/8/2004, às 16h07, fiz uma entrega voluntária de duas armas na 13ª. Delegacia Policial e até hoje não recebi a recompensa prometida em um mês. Devo ter esperanças de receber (corrigido) esse valor?
R.N.E – Rio
Acredito que os dois leitores sejam brasileiros, maiores, aqui residentes e, portanto, estão a par da forma como este país é governado. Devem conhecer de cor a burocracia que existe em tudo e para tudo, e no desrespeito quotidiano aos mais comezinhos direitos do cidadão. A lista é infindável: autenticações e reconhecimento de firma, as filas nos bancos, a molecagem que é a correção da tabela do IR, o esbulho a que são submetidos os aposentados. É melhor parar por aí. Eles, os leitores reclamantes, e todos os brasileiros, gozam da minha maior simpatia, mas eles deveriam estar cientes de como são as coisas nas terras de Pindorama. Ao segundo leitor só posso dizer que espero que ele tenha uma cadeira bem confortável, pois a espera vai ser longa...
Fica uma pergunta: como um governo que não conseguiu pagar pelo recolhimento de armas efetuado sete anos atrás tem o desplante de dizer que vai começar tudo de novo?
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