Pouco mais de um ano se passou desde que Edward Snowden divulgou ao mundo o mega esquema de ciberespionagem comandado pela Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos. Mas, ao que tudo indica, as revelações estão longe de acabar, pois o ex-técnico da entidade contou mais um segredo bastante perturbador: analistas da agência costumam repassar fotos íntimas interceptadas entre si.
A declaração foi feita em mais uma entrevista para o jornal britânico The Guardian, que tornou público o escândalo do monitoramento online no ano passado. Snowden afirma ter testemunhado “inúmeros casos” de funcionários que possuem acesso a registros privados e trocavam entre si imagens contendo nudez e sexo. Todo esse conteúdo, segundo o ex-analista, é de milhões de pessoas comuns, que costumam armazenar essas fotos em dispositivos móveis.
“Você tem caras jovens, de 18 a 22 anos de idade. De repente é confiada a eles uma posição de extraordinária responsabilidade que agora fornece acesso a todos os seus arquivos privados. No decorrer do trabalho diário, eles encontram algo que é completamente não relacionado ao seu trabalho. Por exemplo, uma foto íntima de alguém nu em uma situação sexualmente comprometedora, mas que é uma pessoa extremamente atraente”, explicou Snowden.
“O que eles fazem? Eles viram e mostram para seu colega de trabalho. Então o colega diz: ‘Oh, isso é muito bom!’. E então Bill envia a foto para George, que envia para Tom, e mais cedo ou mais tarde a vida inteira dessa pessoa foi vista por todos”, completa. O americano diz que o mais surpreendente é que nenhum funcionário suspeito dessas atitudes é descoberto, já que não há segurança e “o sistema de auditoria é incrivelmente falho”.
Em nota ao site Ars Technica, Vanee Vines, um porta-voz da agência de inteligência, disse que a NSA possui uma equipe altamente treinada composta por homens e mulheres dedicados. “Como já dissemos antes, a agência tem tolerância zero para violações intencionais das autoridades ou padrões profissionais”, afirmou. Caso as alegações de Snowden sobre compartilhamento interno de conteúdo sexual sejam verdadeiras, elas vão de encontro a um caso que chamou atenção em setembro de 2013, quando alguns agentes da NSA admitiram ter espionado arquivos de antigos interesses amorosos.
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