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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Dia de testes de hackers em urnas do TSE termina sem ameaça ao sistema


Com rádio, ‘investigador’ capta interferência do teclado de uma urna. Porém, ele classifica como improvável a violação do sigilo do voto.

O primeiro dia dos testes de segurança das urnas eletrônicas que serão usadas nas eleições de 2010 foi encerrado na terça-feira (10), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sem nenhuma ameaça que pudesse botar em cheque o sistema eleitoral brasileiro.

Único a encerrar seu plano de ação logo no primeiro dia, o especialista em tecnologia da informação Sérgio Freitas, de 35 anos, conseguiu captar interferências eletromagnéticas dos teclados da urna eletrônica, por meio do uso de aparelhos de rádio AM/FM. “Em frequencias FM, ao digitar [no teclado da urna] era possível detectar interferências com o aparelho a uma distância de 5 a 10 centímetros da urna”, explicou.

A partir da captação dos sinais, em tese seria possível detectar o voto do eleitor, pois, segundo Feitas, cada tecla tem um som específico. No entanto, ele classificou como muito improvável a possibilidade de violação do sigilo do voto do eleitor no dia de uma eleição, pois seria inviável captar interferências nas seções eleitorais.

“Essa distância não é significativa em termos de possibilidade de quebra do sigilo do voto. Considero, pela dificuldade, muito improvável que ocorra qualquer violação do voto do eleitor”, disse o especialista.

O hacker citou que até hoje, no mundo, se tem notícia de que interferências semelhantes tenham sido detectadas a uma distância máxima de 20 metros. “No nosso país há muito mais possibilidades para você usar do que essa tecnologia, que seria cara e dependeria de equipamentos e filtros potentes”, afirmou Freitas.

“A segurança é medida sempre em relação ao custo que se vai ter para empreender o ataque. Nesse caso, o custo seria altíssimo”, completou. Sérgio Freitas, no entanto, deixou como sugestão a blindagem das urnas para que o processo se torne 100% seguro no que diz respeito ao sigilo dos votos.

Testes

Ao longo da terça, 17 hackers iniciaram a tentativa de fraudar as urnas. Até sexta-feira (13), um total de 38 “investigadores”, como são chamados pelo TSE, trabalharão nas cinco ilhas montadas na sede do tribunal, em Brasília.

Os hackers inscritos, a maioria especialistas em informática e tecnologia da informação, têm planos de testes que vão desde a quebra do sigilo do voto até a alteração do destino do voto digitado na urna. O secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, afirmou que não acredita na possibilidade de as barreiras que protegem o sistema eleitoral serem vencidas pelos hackers.

O engenheiro da computação Valter Monteiro, representante de um grupo composto por cinco profissionais da Marinha do Brasil, disse ao G1 que sua equipe “busca a inserção de algum arquivo na urna”. Caso o objetivo seja atingido, em tese a urna eletrônica estaria sujeita a fraudes. O grupo vai participar dos quatro dias de teste. Ou seja, tentarão burlar a urna até sexta-feira (13).

No dia 20, os "investigadores" que apresentarem as três melhores ideias para o aprimoramento do sistema eleitoral receberão prêmios de R$ 5 mil, R$ 3 mil e R$ 2 mil.

Os testes são acompanhados por dois observadores internacionais da Organização dos Estados Americanos (OEA), que vieram de Washington especialmente para acompanharem a tentativa dos hackers burlarem o sistema eleitoral do Brasil. Dentre os observadores brasileiros, há representantes da Federação Nacional das Empresas de Informática, do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), do Tribunal de Contas da União (TCU), do Exército, da Câmara e da Polícia Civil do Distrito Federal.

Fonte: Serpro

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