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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Tudo pelo Estado, nada fora do Estado


Bruno Pontes
Uma das primeiras lições que o esquerdista aprende no cursinho de mistificação é que chamar seus oponentes intelectuais de "fascistas" constitui a maneira mais eficiente de simular autoridade moral e inteligência superior. É uma palavrinha mágica. Nas ocasiões em que o esquerdista se vê encurralado (resumindo, quando o esquerdista enfrenta alguém com os neurônios sadios), ele estufa o peito, despeja o "fascista!" e sai de cena com o nariz empinado, transbordando presunção. Esquerdistas gostam de se apresentar como defensores da liberdade. É uma mentira grotesca, alimentada por semântica deturpada, valores invertidos e muita, muita propaganda.
Acaba de ser lançando no Brasil o livro Fascismo de Esquerda, escrito pelo americano Jonah Goldberg. Analisando "a história secreta do esquerdismo americano" (é o subtítulo), Goldberg mostra a semelhança de idéias entre os liberals dos Estados Unidos (lá, liberal significa esquerdista) e os fascistas. Friedrich Hayek dizia o mesmo em 1944, com o magistral O Caminho da Servidão. Na época, a crença nos benefícios do socialismo reinava entre os políticos e intelectuais ingleses. O próprio Hayek simpatizou com o socialismo na juventude. Mas ele notou, partindo do estudo da economia, que a crescente primazia do Estado sobre o indivíduo propicia o estabelecimento de um regime totalitário. De favor em favor, e geralmente sem que os governados percebam, o Estado benfeitor se transforma no monstro. Hayek escreveu o livro como advertência e o dedicou "aos socialistas de todos os partidos".
São intermináveis os exemplos do fascismo de esquerda no Brasil do PT. O caso mais recente: a Câmara dos Deputados e o Senado aprovaram uma emenda à Constituição que obrigará os pais a entregar seus filhos de quatro anos à escola. O esquerdista dirá: "Certíssimo. O Estado tem a obrigação de garantir educação e quanto mais cedo melhor". A educação estatal é um direito, recitará o esquerdista. Por aí vocês vêem qual é a noção de liberdade dessa gente: é um direito, mas eu não tenho a liberdade de rejeitá-lo. Educar os filhos de forma privada dá cadeia.
No noticiário, a PEC 96A/03 foi tratada como uma emenda para destinar mais dinheiro ao MEC, o que já é trágico (mais dinheiro do brasileiro no lixo). No entanto, o mais grave é que a PEC torna compulsório o ensino para crianças e jovens de quatro a 17 anos. Nossos parlamentares nem se preocuparam em consultar os pais. Por que deveriam? A idéia da autoridade paterna não lhes passa pela cabeça. A tutela estatal vale mais. A escola é um parque de diversões para a doutrinação dos alunos com esquerdismo e correção política. Agora a operação ficará mais fácil para os burocratas do MEC. O que pode ser melhor para eles do que ter à disposição crianças de quatro anos de idade?
Divulgação: www.juliosevero.com
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