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quarta-feira, 7 de abril de 2010

A CANDIDATA DO PT É DIL-MA/DIL-MA”, E NÃO “LU-LA/LU-LA"


A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, não vai recorrer ao terrorismo na campanha eleitoral. De jeito nenhum! Ela só afirmou ontem que, caso a oposição vença as eleições, “vai acabar com tudo”: com o PAC (como acabar com o que não existe?), com o Bolsa Família e com o que houver de bom no Brasil. Mas ela promete não “baixar o nível”. Isso nunca!!!
Dilma decidiu fazer uma parceria com Esopo, recorrendo à zoologia para tentar extrair uma espécie sentido moral do jogo político. Em altíssimo nível, afirmou ela em visita ao Paraná, onde recebeu o apoio do mui ideológico PR (Partido da República), aquele do mensaleiro Valdemar Costa Neto: “[as oposições] são lobos em pele de cordeiro, fáceis de identificar. Muitas vezes, as mãozinhas de lobo aparecem debaixo da pele. Num dia, dizem que vão continuar o trabalho do presidente Lula; no outro, mostram as patinhas de lobo e aí ameaçam acabar com tudo”.
Nível elevadíssimo!
A fala, como se nota, é meio atrapalhada. Dilma é ainda neófita nesse terreno das metáforas. Não consegue criá-las com a naturalidade de um Lula, que não apela a nenhuma tentativa de sofisticação, como faz a sua “criatura eleitoral”. Ele teria recorrido a algo mais direto, corrente nas ruas. Lula ser quem é ajuda, claro, a popularizar uma candidatura. Mas também atrapalha um tanto. Ele é um fenômeno irrepetível. Tentar mimetizá-lo deixa sempre um rastro de ridículo. O presidente tem ao menos a memória real de como é o povo. Dilma o conhece dos manuais — alguns bem pouco recomendáveis, daí esse vôo ainda desajeitado. Vai encontrar o tom? Vamos ver.
Como vocês podem ver posts abaixo, um partido milionário chamado PT contratou nada menos do que a turma que cuidou da campanha de Obama na Internet. Não se sabe a que preço. Barato não foi. A tropa já está na ativa. E tudo isso por quê? Dilma deu uma resposta no Paraná: “Estamos juntos na luta para não deixar que aqueles que sempre governaram o país para os ricos voltem para excluir os pobres”. Ela não estava se referindo a aliados seus como os ex-presidentes José Sarney e Fernando Collor ou o deputado Paulo Maluf (PP). Não! O inimigo do povo, no caso, era Serra. Dilma quer governar para os pobres com notórios “pobrófilos” como Renan Calheiros.
Elevação de tomPor que essa elevação de tom? Porque, até agora, a despeito de certos setores da imprensa insistirem na polarização inexistente - FHC X Lula -, Serra não caiu na cilada de confrontar quem não vai disputar as eleições. E não cometeu o erro de ficar debatendo miudezas ou grandezas sobre o… passado!
O PT está irritado porque Serra está se candidatando a governar o Brasil do futuro, e Dilma, até agora, é candidata a governar a biografia — e a mitologia — de Lula. É como se a existência de um candidato de oposição fosse uma ofensa pessoal ao presidente. Daí ela ter insistido: “Muito antes de eles poderem encenar o enredo do pós-Lula, eles são e sempre foram anti-Lula”.

Errado! Em muitos aspectos, o governo Lula é que “anti-Lula”, já que boa parte das escolhas que fez estava na categoria dos anátemas do lulismo. Em muitos aspectos, caso Serra prometesse a continuidade, estaria apenas tomando de volta o software que os petistas roubaram dos tucanos. E o ex-ministro Antonio Palocci, um dos coordenadores da campanha de Dilma, sabe disso melhor do que ninguém.

Assim, há um movimento curioso em curso. Dilma não tem biografia para contrastar com a de Serra. Não sou eu a sustentar isso, mas os próprios petistas. Quem deixou isso claro, ainda que por meio de palavras oblíquas, foi a própria candidata naquele seu discurso de despedida de impressionante subserviência. A principal tarefa do PT é tentar esconder a trajetória política do adversário, maculá-la se possível — com a colaboração das Bebéis da vida e da rede suja da Internet — para que o confronto se dê entre dois mitos criados pelo PT: FHC e Lula. Um, evidentemente, apresentado como o demiurgo, e o outro, como o ogro. Parte da imprensa faz esse jogo.

O PT pretende esconder o óbvio: se eleita, quem vai governar é Dilma, não Lula. O presidencialismo brasileiro é forte e centralizador o bastante para impedir que ela seja mera funcionária do antecessor.  Dilma é a candidata, como deixaram claro os arruaceiros que tentaram provocar a polícia na semana passada. A candidata do PT é “Dil-ma/ Dil-ma”; não é “Lu-la/ Lu-la”.

Para encerrar: a petista responsabilizou ontem o “ministro do Planejamento” José Serra pela crise de energia de 2001. Ele foi titular do pasta entre janeiro de 1995 e maio de 1996…

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