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quarta-feira, 7 de abril de 2010

Quando a verdade faz sucesso


A fraude do aquecimento global. Livro está na segunda edição
EEm 11 de dezembro de 2009, o Mídia@mais publicava resenha do livro A fraude do aquecimento global: como um fenômeno natural foi convertido numa falsa emergência mundial, de autoria do geólogo Geraldo Luís Lino.

É com grande satisfação que anunciamos  o lançamento da 2ª edição, cujo posfácio, acerca do Climategate, publicamos hoje.

Boa leitura.

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A fraude do aquecimento global: como um fenômeno natural foi convertido numa falsa emergência mundial

Posfácio à 2ª edição

A primeira edição deste livro estava no prelo quando veio à luz o escândalo que se tornou prontamente conhecido como “Climagate” (Climategate, em inglês), a primeira de uma rápida sequência de revelações sobre a conduta altamente irregular e científica e moralmente questionável de alguns dos principais indivíduos e instituições integrantes do núcleo central de promoção do cenário do aquecimento global antropogênico. Ao mesmo tempo, tais fatos, que ganharam uma proporção de avalanche, estão evidenciando ao público em geral a fragilidade dos argumentos empregados para promover o catastrofismo climático.

Em 19 de novembro de 2009, um arquivo eletrônico armazenado em um servidor da Unidade de Pesquisas Climáticas (CRU) da Universidade de East Anglia (UEA – Inglaterra), um dos três principais centros de compilação das temperaturas mundiais, foi enviado a um servidor na cidade russa de Tomsk, de onde se espalhou rapidamente pela Internet. O arquivo, provavelmente vazado por um funcionário descontente da própria CRU, continha mais de 1.000 e-mails e cerca de 2.000 documentos diversos. A correspondência, que cobria o período de 1996 a 2009, incluía numerosos e-mails trocados por alguns dos principais cientistas “aquecimentistas”, entre eles o diretor da CRU Phil Jones, Michael Mann, Raymond Bradley, Malcolm Hughes, Keith Briffa, Kevin Trenberth, Benjamin Santer, John Holdren e outros (Mann, Bradley e Hughes são os autores do famigerado gráfico do “taco de hóquei”). Alguns interlocutores eram dirigentes de ONGs ambientalistas como o Greenpeace, com quem certos cientistas trocavam informações e sugestões sobre a melhor maneira de causar impacto público com os seus trabalhos, além de jornalistas engajados em discussões semelhantes, como Andrew Revkin, então editor de Ciências do New York Times, um notório propagandista do aquecimento global antropogênico.

O exame dos e-mails – reconhecidos como legítimos pelo próprio Jones – revelou uma atitude sistemática desse grupo de cientistas para: manipular dados básicos de temperaturas para ressaltar tendências de aumento delas, inclusive, ocultando as quedas de temperaturas verificadas a partir do final do século XX; obstaculizar a publicação de trabalhos de cientistas discordantes dos cenários alarmistas sobre o clima, por meio do controle do processo de exame de pares (peer review) em periódicos científicos de ponta; recusar o acesso de pesquisadores externos aos registros de temperaturas básicos encaminhados à CRU (que recebe e processa dados de estações meteorológicas de todo o mundo); dificultar a liberação de documentação requisitada por intermédio da Lei de Liberdade de Informações britânica; intimidação ostensiva de cientistas e jornalistas críticos das posições do grupo; e outras práticas cuja qualificação menos desfavorável possível é a de fraudulentas. Em suma, um padrão de comportamento indicador de um amplo desrespeito pelas normas elementares que deveriam orientar a pesquisa científica, em especial tratando-se de um ramo da ciência galgado a uma posição fundamental de influência sobre políticas públicas de alcance global.

A repercussão do escândalo obrigou a UEA a estabelecer uma comissão especial para investigar o caso e forçou Jones a se afastar do cargo durante os trabalhos da comissão. Em janeiro de 2010, o Comitê Seleto de Ciência e Tecnologia do Parlamento britânico também anunciou uma investigação própria, para avaliar tanto os resultados da comissão da UEA como a independência científica das entidades encarregadas da compilação de dados climáticos.

Como parte de uma tentativa de “controle de danos”, em 7 de dezembro, na abertura da COP-15, em Copenhague, o Centro Hadley do Serviço Meteorológico (Met Office) britânico divulgou um boletim de imprensa afirmando que a primeira década do século XXI fora a mais quente registrada desde o início das medições com instrumentos. Segundo a nota, tais resultados teriam sido confirmados pelos outros dois centros de referência de temperaturas, o Centro Nacional de Dados Climáticos (NCDC) e o Instituto Goddard de Estudos Espaciais (GISS) estadunidenses.

Entretanto, dias depois, o Instituto de Análises Econômicas de Moscou divulgou um relatório acusando o Centro Hadley e a CRU de terem selecionado de forma tendenciosa os dados meteorológicos russos, para ressaltar uma tendência de aquecimento. Segundo o documento, apenas 25% das estações meteorológicas russas foram utilizadas, deixando de fora mais de 40% do vasto território do país. Os dados excluídos não apontam qualquer aquecimento substancial na segunda metade do século XX e no início do XXI e os autores estimam que o aquecimento registrado para o território russo, no período 1877-1998, pode ter sido exagerado em até 0,64oC.3

Enquanto isso, na arena política, os “aquecimentistas” sofreram um duro golpe na COP-15 (7-18/12/2009), onde as disparidades de interesses entre os países industrializados e a maioria dos demais e, até mesmo, no interior de ambos os grupos, frustraram a pretendida agenda pós-Kyoto de fixação de metas obrigatórias para os cortes de emissões de carbono. De Copenhague saiu uma mera declaração de boas intenções destinada a salvar as aparências e ganhar tempo à espera da COP-16, que deverá realizar-se na Cidade do México, em dezembro de 2010.

Outro revés foi a rejeição pelo Senado da Austrália de um projeto de lei que estabelecia limites nacionais de emissões de carbono, que o premier Kevin Rudd pretendia apresentar em Copenhague como um cartão de visitas. A medida frustrou igualmente os mercadores de carbono, que contavam com a lei como um importante incentivo aos mercados de créditos de carbono.

Do outro lado do Atlântico, o NCDC e o GISS (dirigido pelo notório James Hansen) também foram acusados de manipulação de dados. Em um contundente estudo divulgado no final de janeiro de 2010, os meteorologistas Joseph D’Aleo e Anthony Watts demonstraram que os conjuntos de medições de temperaturas terrestres utilizados por aqueles órgãos “têm sido tão ampla, sistemática e unidirecionalmente manipulados que não se pode afirmar de forma crível que tenha havido qualquer ‘aquecimento global’ significativo no século XXI”. A pesquisa constatou “uma firme tendência para a remoção de estações de altas altitudes, altas latitudes e rurais, levando a um sério exagero adicional do aquecimento”.

Para completar tal quadro de descrédito, o próprio templo do “aquecimentismo”, o IPCC, se viu no centro de uma série de denúncias sobre a utilização de especulações infundadas e trabalhos não submetidos ao exame de pares, como relatórios produzidos por ONGs ambientalistas, para justificar prognósticos alarmistas no relatório de 2007 (AR4). Ao mesmo tempo, seu sumo sacerdote, o engenheiro indiano Rajenda K. Pachauri, além do vexame de ver confirmadas as denúncias, foi alvo de justificadas acusações de conflito de interesses por usar o cargo para promover interesses privados.

Em vários casos, os editores do AR4 utilizaram tais expedientes. A afirmativa de que as geleiras do Himalaia estariam “recuando mais rapidamente do que em qualquer outra parte do mundo” e poderiam desaparecer até 2035 se revelou ter sido uma mera especulação do glaciologista indiano Syed Hasnain, em uma entrevista ao jornalista Fred Pearce em 1999, posteriormente publicada na revista New Scientist e reproduzida em um relatório do WWF em 2005 – o qual foi a fonte do AR4.

Por sua vez, o climatologista Murari Lal, editor do capítulo do AR4 sobre geleiras, admitiu que já conhecia a inconsistência, mas decidiu mantê-la para provocar um impacto nos formuladores de políticas.

O relatório também afirma que o mundo teria experimentado “custos rapidamente crescentes devido a eventos extremos relacionados ao tempo desde a década de 1970”, com base em um estudo então inédito da consultora londrina Risk Management Solutions. Porém, o próprio estudo não corrobora semelhante conclusão, atribuindo predominantemente o aumento de custos ao crescimento populacional e econômico.

Outro relatório do WWF, de autoria do analista de políticas públicas Peter F. Moore e do jornalista e ambientalista Andy Rowell, foi a fonte da afirmativa de que “até 40% das florestas amazônicas poderiam reagir drasticamente até mesmo a uma pequena redução na precipitação”, acompanhada de outros prognósticos sombrios para a Floresta Amazônica.

A jornalista canadense Donna Laframboise levantou outras dezenas de citações de documentos do WWF e do Greenpeace no AR4.

Quando ao Dr. Pachauri, além do IPCC, ele preside também o TERI-NA (The Energy and Resources Institute-North America), organização criada em 1990 para promover soluções de mercado para problemas ambientais. Em 2008, a Fundação Carnegie (EUA) fez ao grupo uma doação de 500 mil dólares para estabelecer um programa de estudos dos impactos causados no Sul da Ásia pelo degelo dos glaciares do Himalaia. Na chefia do projeto foi colocado ninguém menos que - o Dr. Syed Hasnain!

No início de fevereiro, o governo da Índia anunciou a decisão de criar um órgão nacional próprio para monitorar os efeitos das mudanças climáticas no país, alegando não poder depender apenas do IPCC.

Como sugerido anteriormente, a Humanidade estará bem melhor servida se outros países seguirem o oportuno exemplo indiano, devolvendo à boa ciência e ao bom senso a responsabilidade de orientá-la nessa questão crucial para o seu futuro.

Geraldo Luís Lino - geólogo

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