Pois é, leitores… Parece que aquele post do Tio Rei, escrito já sob o calor, conseguiu fazer algum verão neste inverno em que soçobra parte do jornalismo brasileiro. Huuummm… Esse papo de aquecimento global ainda acaba com a qualidade das minhas alegorias… Que esse jornalismo se recuse a veicular mentiras sobre o PT, posso compreender e apóio. De fato, não se deve escrever mentira sobre ninguém, com ou sem “outro lado”. Incompreensível é que se recuse a dizer as verdades. Os vínculos do PT com as Farc não existem porque essa é a opinião de Índio da Costa, de José Serra, minha ou do Mané da esquina. Existem, como deixei claro no post de ontem, porque os fatos o demonstram. Este blog dá sempre um furo permanente: TEM MEMÓRIA!!! Que tal acrescentar um outro ingrediente a esta história? Vamos lá: LULA DEU UMA PRECIOSA DICA ÀS FARC QUANDO JÁ ERA PRESIDENTE: SUGERIU QUE ELAS RENUNCIASSEM À LUTA ARMADA E PASSASSEM A FAZER POLÍTICA, SEGUINDO O EXEMPLO DO PT. Procurem as matérias na Internet. Vocês encontrarão. Voltarei a este ponto. Antes, outras considerações.
Por que tanta resistência em cuidar do binômio PT-Farc? Quando Diogo Mainardi trouxe a público o tal requerimento em que Dilma pede a transferência da mulher de Olivério Medina para o Ministério da Pesca, boa parte dos coleguinhas fez de conta que aquele documento não existia ou de nada valia. Mais tarde, a revista colombiana Cambio revelou os e-mails trocados entre Medina e o chefão terrorista Raúl Reyes: ficou claro que a transferência era uma operação combinada com o governo brasileiro para “proteger Mona” - apelido da mulher de Medina. E, de novo, fez-se silêncio nessa área do jornalismo a que me refiro.
A revista Cambio, diga-se (ver post de ontem), trouxe a lista completa daqueles que os próprios narcoterroristas consideram seus amigos no governo e no PT. Celso Amorim está lá. Esse Megalonanico… Ele não é amigo só de Ahmadinejad… Amorim certamente diria que não tem nada com isso etc. A questão é saber por que os narcos o consideram um companheiro. Num dos e-mails, Medina afirma que Amorim era uma das pessoas com as quais ele contava para permanecer livre no Brasil.
Coisa do passado?
Esse vínculo é “coisa do passado”, como sugere Clóvis Rossi na Folha, segundo vejo aqui? Acho que não. Na crise entre o governo colombiano - democrático - e os narcoguerrilheiros, o Brasil nunca condenou as Farc. Nunca! Mas sobraram hostilidades contra o governo constitucional.
Quando as forças colombianas atacaram o acampamento dos terroristas no Equador, seria até compreensível que o Brasil condenasse a violação do território etc e tal… Mas fez muito mais do que isso: transformou os narcos em vítimas e Álvaro Uribe em bandido. No auge da estupidez, Marco Aurélio Garcia concedeu aquela entrevista ao Le Figaro (ver post de ontem) afirmando que o Brasil era “neutro” (???) sobre o caráter terrorista ou não das Farc. E sentenciou: o governo colombiano estava ficando isolado na América Latina.
É pouco? LULA OFERECEU O BRASIL COMO TERRITÓRIO NEUTRO PARA UMA SUPOSTA NEGOCIAÇÃO ENTRE O GOVERNO CONSTITUCIONAL E OS NARCOTERRORISTAS. Neutro??? Então, entre o terrorismo e a lei, somos território neutro?
De volta a Lula
E agora volto ao ponto que deixei lá no primeiro parágrafo. Quando Lula sugeriu que as Farc abandonassem a luta armada e aderissem à luta política, simplesmente ignorava o caráter do grupo. Para o Babalorixá de Banânia, o “erro tático” dos companheiros - que ele aceitou no Foro de São Paulo quando eles já seqüestravam, assassinavam e mantinham campos de concentração - era a luta armada; O RESTO LHE PARECEU OK. E o resto era nada menos do que o narcotráfico. Nesse assunto, Lula não tocou. Imaginem os companheiros do pó disputando eleições, como queria Lula…
Então não me venham com essa cascata de “assunto do passado”. Não é, não! É assunto do presente. TÃO PRESENTE QUANTO O REQUERIMENTO ASSINADO POR DILMA SOLICITANDO A CONTRATAÇÃO DA MULHER DE MEDINA.
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