O vídeo foi rodado na base da câmera oculta, “pegadinha” típica, durante uma visita de Lula e o governador Sérgio Cabral ao Conjunto Habitacional Nelson Mandela, em Manguinhos, Rio de Janeiro, território conhecido pelo nome de “Faixa de Gaza”, onde funcionam tráficos de droga e armas.
Lula e Cabral, bem nutridos, cheios de empáfia, aparecem cercados por dezenas de policiais easpones, quando se estabelece o instrutivo diálogo entre as duas genuínas autoridades populistas e um garoto, negro, de nome Leandro, morador local. A refrega, um quase interrogatório, no qual o garoto enfrenta os dois inquiridores, prima pela virulência. Leia a transcrição:
Cabral: ... Vai ver nem joga futebol...
Lula: (interrompendo, em tom grosseiro) Não, não, não, não. Esquece. Qual é teu esporte, porra?...
Garoto negro: (em tom amistoso) É tênis.
Lula: E por que você não treina, porra?
Garoto negro: Porque aqui não tem tênis.
Lula: (mais agressivo) Tênis é jogo pra burguesia, porra... Me diz uma coisa... e natação?
Garoto negro: (sem pestanejar) A gente não pode entrar na piscina.
Cabral: (irritado) Por quê?...
Garoto negro: (conclusivo) Porque não abre para a população.
Cabral: (vulgar, de olho em Lula) Que não abre pra população, rapaz!
Garoto negro: (firme) Eu já fui lá perguntar. Não senhor, não abre. Pergunte por aí.
Há um clima de estupor geral. O diálogo (quase interrogatório) é travado sob um sol brabo. Lula, esbaforido, já esquentado, volta-se para Sérgio Cabral e para o Secretário de Obras do Estado, Ítalo Moreno, que fica mudo.
Lula: (dedo em riste) No dia que a imprensa vier aí e pegar num final de semana essa porra fechada, o prejuízo político será infinitamente maior do que se pegar dois guardas e botar pra tomar conta. (Baixando o tom) Coloca aí dois bombeiros...
Mas o Garoto negro não dá refresco. No mesmo diapasão, volta-se para as duas autoridades populistas – o presidente e o governador:
Garoto negro: E a gente já acorda de manhã com dois “Caveirão” na nossa porta. Eu tenho um vídeo meu... se achar aqui... “Caveirão”, sim...
Cabral: (nervoso, falando aos borbotões, atropelando as palavras, irônico) E o tráfico... E o tráfico?... Não tem tráfico na tua rua?... Não tem troca de metralhadora?...
Garoto negro: Na minha rua, não. Eu não consumo.
Cabral: Não tem não, né?...
Garoto negro: Ter, tem. Mas eu não comparticipo... eu não comparticipo... eu moro aqui, gente ... é a “Faixa de Gaza”...
Cabral: (engrolando as palavras, por trás de um Lula congestionado): Você diz que não é otário... pra fazer discurso de otário... Que é isso, cara?...
Voz de aspone: Como é teu nome?
Garoto negro: Meu nome é Leandro.
Cabral: Oh, tu não me engana, não! Bota essa inteligência pra estudar, seu sacana.
Garoto negro: Eu vou para a escola técnica...
Cabral: Leandro... vai estudar, cara.
Garoto negro: Eu vou para a escola, sempre.
O vídeo disponível no YouTube é irresistível. Diante dele, presenciamos uma cena que reúne, a um só tempo, medo, hipocrisia, cinismo, prepotência, oportunismo, tensão nervosa, estupidez, além do excepcional comportamento de um garoto de comunidade que leva ao pânico um presidente da República inconsciente e um governador de Estado moralmente acovardado.
Conclusão: Se quiserem, de agora em diante as populações faveladas já têm como desmascarar a demagogia dos políticos em tempo de eleições: o apelo à câmara oculta, uma arma letal para se flagrar a dura tessitura da vida real!
***
O jornal “O Globo” tem um fascínio todo especial pelo ditador cubano Fidel Castro, a quem trata, habitualmente, por “El Comandante”. De fato, não se passa uma semana, ou quinzena, sem que os entusiastas de Fidel, acantonados no jornal dos irmãos Marinho, deixem de assegurar espaço para acomodar, com boa dose de simpatia (e alguns senões), a figura do sinistro ditador cubano.
Na edição de 08/08/2010, “El Comandante” aparece em foto discursando na Assembléia Nacional de Havana para uma platéia, segundo o jornal amestrado, “lotada”. Na matéria, “O Globo” desce a detalhes e informa que Fidel, trajando uniforme verde-oliva, falou apenas doze minutos, quem sabe nostálgico dos tempos em que discursava por mais de dez horas consecutivas para multidões que viviam, ontem como hoje, obrigadas a ouvir os seus sermões sob pena de severos castigos (entre os quais, por exemplo, o de sofrerem confisco nas cotas mensais de alimentos anotados nas célebres “cadernetas”).
Embora tenha discursado por pouco tempo, Fidel continua obcecado pelo fantasma do “imperialismo ianque” que, a bem da verdade, agora sob o manto de Barack Obama (tido como um traidor por boa parte da população norte-americana), nem de longe representa o temível império de outras eras (haja vista os insultos sistemáticos que recebe do desclassificado coronel Hugo Chávez, sem esboçar a menor reação).
Na sua charla psicótica, Fidel alerta o mundo contra uma provável guerra atômica, a cair dos ares caso os Estados Unidos ataquem o Irã e o seu criminoso programa nuclear – uma guerra, de resto, capaz de deixar o Drácula do Caribe feliz como pinto no lixo.
Fidel Castro completou 84 anos neste dia 13 de agosto. É uma vida malsinada, repleta de larga soma de crimes e malefícios (mais de 120 mil mortos), a começar pela ruína moral e material a que submeteu o seu pobre povo. (A propósito, convém lembrar que a filha de Fidel, Alina Fernandes, no seu livro de memórias, declara que na adolescência sofria pelo temor de herdar os maus instintos da família paterna, cujo avô, Angel Castro [pai de Fidel], não passava de um renomado sicário).
Há algum tempo, por ser inútil, já tinha feito uma promessa de não mais gastar tempo e papel com o mentor (juntamente com Luiz Inácio) do Foro de São Paulo. No entanto, diante de sua “ressurreição”, em má hora promovida pela mídia amestrada, é de bom alvitre, à guisa de lembrete, amaldiçoá-lo ainda uma vez:
- Vade Retro, satanás!
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