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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Fala um aliado do PT: “Os petistas são como punguistas que roubam a carteira e gritam ‘pega ladrão’”


Quer saber como são alguns aliados importantes do governo Dilma? Então leia esta impressionante entrevista do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Por Julia Duailibi e Vera Rosa, no Estadão:
Personagem principal da disputa pelo comando de Furnas, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) acusou ontem setores do PT “incrustados no governo” de inventar calúnias contra ele e prometeu reagir. “Eu não sou santo, mas também não sou esse monstro”, afirmou. Cunha disse que os desvios ocorridos em Furnas são da época “deles”, numa referência ao PT. “Eles estão mais ou menos como um punguista na praça, que bate a carteira e grita “pega ladrão”. O roubo foi na época deles. Mas não estou dizendo que são ladrões.”
Como o sr. responde às denúncias que citam seu nome em irregularidades em Furnas?Dentro da política, você pode fazer o que quiser. Desde que negociado. O que você não pode é dar curso a calúnias apócrifas, de fatos inexistentes. Eu não sou santo, mas também não sou esse monstro.
O sr. concorda com a substituição do presidente de Furnas?A presidente tem todo direito de nomear e demitir quem quiser. Só queríamos que eles definissem a regra do jogo. Só isso.
Como recebeu as declarações do secretário Jorge Bittar admitindo estar por trás de documento com acusações contra o sr.?
O cara era diretor, por que não reclamou na hora que estava lá? Isso foi plantado para criar um clima na hora da decisão e dizer que não se poderia deixar Furnas sob a tutela do PMDB.
O PMDB ficará com Furnas?Não tenho nada contra mudança. O PMDB não vai ficar com Furnas? Tudo bem, vai dar Chesf, outra coisa. Acha que o presidente é feio? Troca. Acha que tem de ser um cara homossexual? Vamos conversar. Dentro de critério político aceitável. Sem sacanagem.
O governo deu sinal de que Furnas ficará com o PMDB do Rio?O PMDB vai levar nomes técnicos para o governo. A indicação de Furnas nunca foi minha. Foi da bancada como um todo.
O governo procurou o sr. após as polêmicas?O ministro Luiz Sérgio me procurou. Disse que não poderia dar curso a documento apócrifo que entrou no e-mail dele.
O PMDB está bem representado no governo?Acho que o PMDB perdeu substância na representação. Isso é uma unanimidade.
Dizem que o sr. faz ameaças ao governo por comandar um grupo de 30 deputados …Não é verdade. Não comando, sou coordenador da bancada do PMDB no Rio. Estou sendo vítima de ataque de um setor do PT.
De que setor?De um setor do PT que está também incrustado no governo.
O sr. vai propor aumento do salário mínimo para R$ 560 para pôr a faca no pescoço da presidente?Vou apresentar a emenda de R$ 560 para o mínimo. Mas não é para me vingar. Sou especialista em finanças. Não vou partir para a irresponsabilidade.
Não é normal o governo ter maior controle sobre Furnas depois do mensalão?Furnas não participou do mensalão. Os desvios que existiram ali, de fundo de pensão, são da época deles. Eles estão mais ou menos como um punguista na praça, que bate a carteira e grita pega ladrão. O roubo foi na época deles. Mas não estou dizendo que são ladrões.

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