Existe um escândalo de natureza pública, sim, na raiz do que se pretende apenas uma imoralidade entre privados, ainda muito mal explicada: a compra de parte das ações do Panamericano pela Caixa Econômica Federal. Faz pouco mais de um ano, a CEF pagou R$ 739,2 milhões por 49% do capital votante do banco e 20,7% das ações preferenciais. Ou seja: um banco público e seus especialistas torraram uma montanha de dinheiro para comprar um banco quebrado, podre.
Desde logo, estamos diante de uma evidência: se o Banco quebra, o fato arranharia a imagem da CEF, que, até agora, passa incólume por tudo isso, como se tivesse feito um negocião. Assim, a decisão do Fundo Garantidor de Crédito não privilegia apenas Silvio Santos, mas também livra a Caixa de um belo vexame.
O que me pergunto é se os generosos banqueiros brasileiros não estão recebendo pressão vinda de cima, com garantia de compensações, para fazer o que nunca se fez antes na história destepaiz.
O Brasil do lulo-petismo, de fato, é diferente. No tempo de FHC, banqueiros quebravam - inclusive o outro avô de seus netos e um ministro seu. No novo modelo, eles começam recebendo socorro de banco público e terminam livres, leves e soltos, com o bolso cheio de bufunfa, numa operação dita “privada” absolutamente inexplicável e inexplicada.
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