quarta-feira, 18 de maio de 2011
Ministro da Educação diz que não há motivos para censurar livro que admite erros
O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira, 17, que não há motivo para censurar os livros didáticos que admitem erros de português. A obra “Por uma Vida Melhor”, faz parte da “Coleção Viver” e é voltado para a educação de jovens e adultos.
Em entrevista à rádio CBN, o ministro defendeu os exercícios propostos pelo livro, que trazem frases como “nós pega o peixe” e “os livro”, dizendo que os estudantes aprenderão de forma gradual, partindo da maneira como eles falam até chegar a usarem corretamente a norma culta. “Estamos envoltos em uma falsa polêmica. Ninguém está propondo ensinar o errado”, argumentou.
Haddad disse ainda que é necessário fortalecer os vínculos com a norma culta, para que o estudante possa fazer o melhor uso da linguagem para se comunicar, em diferentes situações. Além disso, ele destacou que não há “ingerência governamental” no processo de escolha dos livros didáticos. Segundo ele, as obras enviadas ao Ministério da Educação (MEC) são entregues para comissões compostas de professores universitários que avaliam os livros e fazem uma lista com os aprovados para que cada escola escolha o material.
Heloísa Ramos, uma das autoras de “Por uma Vida Melhor”, disse que a obra propõe que se aceite dentro das salas de aula todo o tipo de linguagem, em vez de reprimir as pessoas que usam linguagem popular. “Não queremos ensinar errado, mas deixar claro que cada linguagem é adequada para uma situação. A escola tem que ter currículo que ensine de forma gradual”, defende.
Roberto Requião (PMDB-PR), presidente da Comissão de Educação e Cultura do Senado, anunciou nesta terça-feira, que Haddad será convidado a comparecer a audiência pública no Senado para debater o livro com frases que contrariam a norma culta. Também nesta terça-feira, uma audiência pública discutiu “críticas ao governo de Fernando Henrique Cardoso e elogios ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva” nos livros didáticos aprovados pelo MEC, e o tema do uso da língua será incluído no próximo debate. O ministro não compareceu e não apresentou justificativa para a ausência.
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