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quarta-feira, 12 de maio de 2010

LULA: QUEM É MESMO IMBECIL E ELITISTA? NÃO PRECISA SER SÁBIO PARA RESPONDER...

BLOG REINALDO AZEVEDO
segunda-feira, 10 de maio de 2010 | 15:36


Antes de ler o texto abaixo, gostaria que vocês assistissem de novo ao vídeo abaixo.


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Assistiram? Agora leiam o que vai na Folha, por Simone Iglesias, da Folha Online:
Ao discursar na abertura de conferência Brasil-África sobre combate à fome, nesta segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que seu governo fez “milagres”. Citou o resultado de políticas sociais como o Fome Zero e o Bolsa Família, que, segundo ele, foram criticados por adversários, mas distribuíram renda e alçaram as classes D e E a consumidoras.

“A capacidade de consumo dos pobres fez a economia brasileira resistir à crise dos países ricos. Esse é um dos milagres que aconteceram nesse país”, disse, citando ainda o controle da inflação e o aumento do poder de compra do salário-mínimo.

Lula reclamou das críticas que sofreu “da elite brasileira” ao lançar o Fome Zero e, posteriormente, o Bolsa Família.

“Diziam que dar dinheiro a pobre era proselitismo, compra de votos, todos os adjetivos que vocês podem imaginar. Diziam que se desse R$ 100 para o pobre ele não iria mais trabalhar, iria virar vagabundo”, disse a uma plateia de ministros da Agricultura do continente africano.

O presidente criticou ainda candidatos que se aproximam dos pobres nas eleições, ganham seus votos mas, depois de eleitos, governam para ricos. “Em campanha eleitoral, todo mundo defende o pobre, até o rico. O problema é que na hora de governar, o pobre sai da agenda e o rico fica na agenda. São eles [ricos] que escolhem ministros, assessores e até as políticas que você tem que fazer”, afirmou.

Lula disse que para mudar essa realidade, é preciso que os orçamentos priorizem o combate à fome e à pobreza. Segundo ele, os pobres não conseguem se articular em categorias para pressionar os políticos e acabam não tendo acesso a quase nada.

“O Orçamento é feito para as pessoas que estão organizadas e fazem pressão (…) Quem não tem sindicato, quem não faz passeata, não tem direito de protestar (…) Se a gente esperar sobrar dinheiro [para os pobres] no Orçamento nunca vai sobrar porque quem tem acesso ao orçamento são gananciosos e não sobra nada para os pobres”, afirmou.
Lula disse que quem tem fome não vira “revolucionário”, mas subserviente e humilhado.

Comento

Lula foi condecorado hoje, durante a conferência sobre segurança alimentar, combate à fome e desenvolvimento rural, o “Campeão Mundial na Luta Contra a Fome”. A distinção foi concedida pelo Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas. Muito bem. Poderia estar satisfeito por tudo o que fez. MAS NÃO ESTÁ. SE ELE NÃO ASSALTAR A BIOGRAFIA ALHEIA, NÃO BASTA.

Lula não reconhece os esforços alheios, não reconhece a mobilização da sociedade, não reconhece nada que esteja fora do seu controle e do controle do seu partido. Digam-me uma única força política que tenha atacado o Bolsa Família. Não houve! Também faz história vagabunda. O programa Fome Zero foi para o lixo com menos de um ano de uso. Em seu lugar, entrou o Bolsa Família, o que significou a retomada dos programas instituídos no governo FHC. O mérito do governo Lula? Foi grande, sim: estendeu o atendimento de 5 milhões de famílias para 11 milhões.

Quem é que dizia que programas de transferência de renda eram proselitismo e compravam a consciência dos eleitores, impedindo-os de votar ideologicamente? Voltemos ao vídeo que abre este post. Temos Lula em dois momentos: no ano passado e no já longínquo 2000, na pré-campanha de 2002, quando seria eleito presidente da República. Segundo aquele pensador, “o alto grau de empobrecimento do Brasil” fazia com que a pessoa escolhessem um candidato “pelo estômago, não pela cabeça”.

Foi justamente em 2000 que se criou o Bolsa Escola; no ano seguinte, vieram o Bolsa Alimentação e o Auxílio-Gás. Lula tomou como seus todos esses programas e os reuniu no Bolsa Família. O PT, saibam, classificava o Bolsa Escola de assistencialista, tanto que a então prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, negava-se a implementá-lo em São Paulo. Só deu início ao processo sob pressão.

Lula é, sem dúvida, um “case” para os especialistas em política. Mas certamente merece uma abordagem também psicanalítica. Ele acusa os adversários de fazer rigorosamente o que ele faz. Em 2000, era ele, então, o perfeito “imbecil” que ele viria a acusar em 2009 e a “elite” (no seu caso, sindical) que ele censura em 2010.

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