O trem-bala é uma “dazobissessão” de Lula, o homem do nunca antes na história “destepaiz“. E contaminou também a sua sucessora, Dilma Rousseff, para quem embarcar nessa maluquice é uma questão de coragem e ousadia. Sem dúvida! A questão é saber com que dinheiro eles fazem essa loucura sair da estação do delírio. E o dinheiro é o nosso. O governo faz de tudo. Já colocou o BNDES como o garantidor da estrovenga. As empreiteiras podem entrar de cabeça, anuncia o governo, que está tudo garantido. Mesmo assim elas relutam. Imaginem: há empreiteiros com receio da megalomania do governo!!! Isso dá uma medida do problema. O Planalto pressiona os fundos de pensão, a maioria comandada por petistas, a entrar no investimento. Pois é. Atenção para um trecho da reportagem de Fábio Portela na VEJA desta semana:
(…)
[no Brasil] Faltam estradas asfaltadas e bem sinalizadas, ferrovias para transportar cargas e passageiros, redes de metrô, portos eficientes, aeroportos decentes (e profissionais decentes para operá-los) e por aí vai. O governo do PT, no entanto, encasquetou que o principal investimento em transporte a ser feito pelo país tem de ser uma obra bilionária e de necessidade duvidosa: um trem de alta velocidade que ligará Campinas ao Rio de Janeiro, passando por São Paulo. O custo deixou de ser uma fábula para se tornar uma piada. A estimativa inicial, que era de 19 bilhões, já passou oficialmente para 33,1 bilhões de reais. A licitação para a construção desse portento da engenharia está marcada para o próximo dia 29. Curiosamente, até agora há apenas um grupo interessado no negócio, liderado por estatais da Coréia do Sul. Empresários nacionais e outras companhias estrangeiras não parecem animados a participar. Para evitar o vexame que será produzido se a licitação contar com apenas um participante, o governo tenta convencer alguns empresários, especialmente chineses, a formar ao menos mais um consórcio para entrar na disputa.
[no Brasil] Faltam estradas asfaltadas e bem sinalizadas, ferrovias para transportar cargas e passageiros, redes de metrô, portos eficientes, aeroportos decentes (e profissionais decentes para operá-los) e por aí vai. O governo do PT, no entanto, encasquetou que o principal investimento em transporte a ser feito pelo país tem de ser uma obra bilionária e de necessidade duvidosa: um trem de alta velocidade que ligará Campinas ao Rio de Janeiro, passando por São Paulo. O custo deixou de ser uma fábula para se tornar uma piada. A estimativa inicial, que era de 19 bilhões, já passou oficialmente para 33,1 bilhões de reais. A licitação para a construção desse portento da engenharia está marcada para o próximo dia 29. Curiosamente, até agora há apenas um grupo interessado no negócio, liderado por estatais da Coréia do Sul. Empresários nacionais e outras companhias estrangeiras não parecem animados a participar. Para evitar o vexame que será produzido se a licitação contar com apenas um participante, o governo tenta convencer alguns empresários, especialmente chineses, a formar ao menos mais um consórcio para entrar na disputa.
O leitor deve estar se perguntando por que não surgem pencas de interessados em participar do leilão, já que o trem do PT deverá ser a obra mais cara realizada no Brasil desde a construção da Hidrelétrica de Itaipu. A resposta é a seguinte: apesar de os 33,1 bilhões de reais representarem uma soma estratosférica, nenhum empresário acredita que será possível levar a cabo o projeto proposto pelo governo por esse valor. Os trens-bala estão entre as estruturas mais caras que o engenho humano já foi capaz de imaginar. Os custos com engenharia civil, tecnologia e desapropriações são monumentais. O governo afirma que as empresas exageram no medo. Para provar o que diz, acena com um estudo realizado por duas consultorias, a brasileira Sinergia e a inglesa Halcrow. O material, que custou 5.5 milhões de dólares, foi apresentado em setembro de 2009 e está disponível na internet. Ele conclui que é possível, sim, fazer o trem caber no orçamento de 33,1 bilhões de reais.
Na semana passada, porém, VEJA teve acesso a uma informação que põe em xeque a credibilidade do estudo. Em abril de 2009 (cinco meses antes, portanto), a Sinergia e a Halcrow apresentaram ao governo um primeiro relatório econômico em que afirmavam que a obra custaria muito mais: 63,4 bilhões de reais, quase o dobro do que está sendo anunciado. É normal que, depois de entregar uma estimativa de custos, uma consultoria decida fazer um ou outro ajuste em seus números para aumentar o seu grau de precisão, mas são mudanças pontuais. Não há justificativa no universo da engenharia que faca uma obra orçada em 63,4 bilhões de reais sair, de repente, pela metade de preço. Mas, ao menos politicamente, a mudança veio a calhar: quanto mais baixo for o orçamento apresentado, mais fácil será para o governo convencer a opinião pública a aceitar a obra.
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Nas bancas, a íntegra da reportagem.
Nas bancas, a íntegra da reportagem.
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