Com uma campanha privilegiada, com o apoio irrestrito do presidente da República e de todos os meios que o poder público pode oferecer, a candidata do governo obteve cerca de 40% dos votos num universo de cerca de 136 milhões de eleitores brasileiros.
O abuso do poder foi claro e evidente. Os privilégios absurdos, sob todos os aspectos. O desrespeito às leis e o atropelamento da ética foi patente.É certo que muita gente não viu. Mas, sem dúvida, porque não quis ver.
Após uma campanha eivada de todos os tipos de vícios e de agressão aos dispositivos legais, e sob tolerância jamais vista neste país, vimos uma oposição que atuou de forma letárgica e parecendo sem objetivos.
Às vezes pensei que a oposição era mera coadjuvante. Ou melhor: simples figurante. No teatro de horrores que se viu pontificaram a mentira, a manipulação e a calúnia, de um lado, e a passividade e incompetência da oposição, do outro.
É difícil, para alguém que analise a última campanha eleitoral, sem o ranço da passionalidade, não ter dúvidas quanto a falta de dignidade, legalidade e legitimidade no processo que conduziu os governistas à vitória.
Não poderia afirmar se houve fraude no processo. Mas posso opinar sobre a covardia, o massacre e uso abusivo do poder político e econômico por quem detinha as rédeas do poder executivo. Isto sem falar na dificuldade do Judiciário em colher provas contra os atos ilegais do governante e patrocinador da campanha vitoriosa.
Foi uma maratona inglória para os amantes da democracia plena. Este foi o preço de não termos, neste momento, um líder político que possa exercitar o oposicionismo com garra e disposição. Talvez, quem sabe, sem rabo preso, passado sujo ou senões... Não sei se, daqui para frente, chegaremos a um horizonte, legitimamente, democrático. Esta corrida, por enquanto, está perdida.
Sem oposição ( a que aí está é um desastre ) o país pode caminhar para o totalitarismo. A ausência de uma oposição séria e legítima poderá nos tolher a possibilidade de conter o avanço do pensamento bolivariano e evitar, no que for possível, a prática da diversidade de corrupção e malversação do dinheiro e do patrimônio público.
No futuro que se descortina vemos as altas cortes do judiciário, quase que totalmente, vinculada a indicação pessoal de um só governante. Talvez não precisemos nos preocupar com este fato. Mas sabemos, que nesta corrida pelo poder, contando ou não com seus indicados, Lula, seus asseclas e prepostos, não perdem mais...
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