Antônio Palocci morreu politicamente. Ele não é mais ministro da Casa Civil e não terá mais espaço na vida pública. Nunca mais, como diria o "Corvo", de Edgar Allan Poe. Seu atestado de óbito é a reportagem desta semana da revista Veja em que o representante comercial Dayvini Costa Nunes, dono do imóvel de luxo onde ele mora em São Paulo (outro, não aquele de R$ 6,6 milhões), diz ser "laranja". A demissão é questão de horas (talvez minutos).
Em seis páginas, repletas de documentos, a reportagem de Veja entrevista Dayvini Nunes, que seria o dono da Lion e, por sua vez, dono do apartamento de luxo em que Palocci vive com a família, no bairro de Moema.
- O senhor é empresário?, pergunta a revista, cuja reportagem é assinada por Leonardo Coutinho.
“Olha ao meu redor (bairro pobre do ABC). Sou pobre. Trabalho como representante comercial e ganho 700 reais por mês.”
- Já ouviu falar na emprea Lion?
“Não. O que é isso?”
- Oficialmente, o senhor é dono da empresa.
“Nunca assinei nada. Nunca me perdiram autorização e jamais emprestei documentos.”
- Como o senhor recebe a notícia de que há uma empresa registrada em seu nome?
“Estou assustado (...)”
- O senhor sabe que é dono de um apartamento de 640 metros quadrados em Moema?
“Como assim? Nunca tive bem algum. Mas você está falando que eu tenho um apartamento ‘da hora’ em Moema?
- Sim (...). Em 2008, o senhor recebeu uma hipoteca desse apartamento, em garantia de um crédito de 233.450 reais.
“Quanto?”
- Precisamente 233.450 reais.
“Nunca tive esse dinheiro”.
- O ministro Palocci mora nesse apartamento. O senhor sabe de quem se trata?
“É o ministro que está sendo investigado(...)? Então (o apartamento) deve ser coisa boa.”
- O senhor conhece o ministro Palocci, já falou ou teve contato com ele(...)?
“Nunca”.
Mas houve uma segunda entrevista de Veja com Dayvini.
- Um homem ligou dizendo ser seu tio. O que ele quer?
“Desde que você falou comigo, não consigo dormir, por causa dessas coisas que envolvem pessoas com quem não tenho como brigar, como o Palocci, entendeu? Eu não tenho como bater de frente com essas pessoas. Sou laranja.
- O seu tio disse que o senhor sabia que era laranja.
“Ontem, quando você chegou na minha casa, estava um pouco nervoso”.
- O senhor mentiu ontem ou está mentindo agora?
“Eu menti ontem”.
Conclusão: O ministro Palocci caiu – e, de novo, porque esteve envolvido com gente humilde!
*Li no Brasil247
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