O episódio dos dois programas do PT — o dos socialistas e o das socialites — está longe de ser mera questão formal (já que, afinal, tal documento não teria muita importância, seria apenas uma formalidade). Sem essa!
Então vamos pensar um pouco. Como é que o petismo vem tentando se estabelecer como o partido hegemônico ao longo da história? É com o partido da ordem ou com o partido da desordem?
Um pensador apressado diria: “Ah, é com o da ordem; olhe para a economia, Reinaldo!” E eu respondo o seguinte: “Errado! Essa ordem não foi o PT que construiu; ao contrário, ele a combateu no passado; tornou-se seus beneficiário.
O que o partido faz, instruído por aquelas idéias do documento assinado por Dilma, é seqüestrar a ordem democrática, fazendo dela sua refém. Não por acaso, os depredadores de instituições estão sempre ligados ao partido, são quase seus funcionários. Quando e se necessário, atacam.
Lembrem-se da barbaridade perpetrada aqui em São Paulo por meia-dúzia de sectários do sindicato dos professores da rede oficial de ensino. Em busca de um discurso no estado, o partido mobilizou a turma barra-pesada para tentar um confronto sangrento com a Polícia, o que não aconteceu. Mas eles bem que tentaram.
A ordem ou a desordem são valores meramente instrumentais para o partido — como instrumental é a democracia. E o PT sabe que não terá o domínio que ambiciona ter da sociedade enquanto não tiver o controle dos meios de comunicação.
Ora, a proposta de subordiná-los, na prática, aos interesses partidários não foi parar por acaso no documento assinado por Dilma. Aquela foi uma proposta aprovada no Congresso do partido. E que estava no Programa Nacional-Socialista dos Direitos Humanos, que também foi assinado por Dilma. E isso é inegável porque é um fato. Nada além de um fato.
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