“Você pode sair do Nordeste, mas o Nordeste não sai de você”, disse alguém. O mesmo pode-se dizer do PT. Petistas podem sair do partido, mas o partido jamais sai do cidadão.
Nesse 31 anos de Partido dos Pseudo-Trabalhadores, muita gente filiou-se, principalmente nos últimos oito anos, numa demonstração de que o espírito petista está intrínseco na personalidade dos espertalhões. Vendo o partido assumir o poder do país, seu maior nome galgar os degraus da fama e travestir-se de salvador da pátria e a distribuição de cargos e verbas a fundo perdido para os “companheiros”, os venais desocupados e em busca de um lugarzinho à sombra das tetas da viúva procuraram filiação.
Muitos também abandonaram o PT, alguns dos quais chamados “petistas históricos” por estarem filiados desde o início, lá pelos anos 80. Desses que abandonaram o barco de ratos, a maioria manteve-se no mesmo espírito da incompetência, das mamatas, das negociatas, do discurso fácil e populista sem conteúdo e sustentação, porém.
Com exceção do Delúbio, afastado apenas para que o partido mantivesse sua falsa imagem de ético e legal, quem sai do PT, obviamente, sai insatisfeito, atirando pesado contra o petismo. Alguns por perceberem que de ético e legal o partido tem muito pouco, outros por acharem que o velho PT morreu, dando lugar a um partido tão ruim quanto aqueles que censuravam. Via de regra, os dissidentes e os expulsos não poupam críticas, mas o espírito espertalhão continua presente. A bem da verdade, o único que ainda reputo como ético, culto e com alta moralidade, embora discorde muito de seus princípios socialistas e da benevolência para com bandidos, é o Hélio Bicudo, quanto aos demais, vejamos alguns casos:
1. Soninha Francine – Saiu do PT para o PPS, mantendo sua ideologia socialista. Como crítico feroz do socialismo, só me resta dizer que não evoluiu. Em sua nova vida negou toda sua vida petista, inclusive criticando Lula, o mesmo que para si era um herói, o grande paladino brasileiro das classes “menos favorecidas” (mais uma expressão politicamente correta que pode ser sinônimo de pobre ou de quem não recebeu condições do estado ou simplesmente não quis estudar e evoluir como cidadão). Seu espírito petista aproveitador nota-se em seu salto para as hostes de apoio ao PSDB, sendo prefeitinha de Alkimin e cabo eleitoral de Serra, o mesmo Serra que ela criticava tão duramente quando estava no PT.
2. Luiza Erundina – Não conheço assistente social de centro ou de direita, são todos socialistas, Erundina idem. Em outras palavras, ela é uma socialista de formação. Saiu do PT meio escorraçada e discordando dos novos rumos que o partido começava a tomar, mas nunca foi uma crítica mais incisiva, o PT estava intrincado em suas entranhas. Seu socialismo eu respeito, afinal a velhice dificulta as mudanças, mas seu petismo...
3. Babá – Engenheiro mecânico pela Universidade Federal do Pará, pós-graduado pelo ITA, era um dos meus amigos das rodinhas de cachaça universitária, mas sempre um adversário político. Não era um cara rico, mas um classe média remediado, tomado pela Síndrome de Estocolmo. Petista de primeira hora, expulso do PT por discordar da defesa do aborto que o partido impunha, junto com Heloisa Helena, Tarso Genro e Plínio de Arruda, além de outros, formou o PSOL, uma espécie de PT pré-histórico. Saiu batendo no Lula, uma maneira de se promover e alcançar notoriedade, mas não bate no PT, afinal de contas, o PT faz parte de sua alma. Babá é professor universitário, mas não entre em sala de aula há anos. Ou está exercendo mandato ou está na direção de sindicato, ou seja, sempre sugando o sangue da sociedade que diz defender.
4. Luciana Genro – Esta conseguiu desagradar até ao pai, o nada confiável, pouco inteligente e mal intencionado Tarso Genro. Uma menina criada sob a tutela da Internacional Socialista, uma vez que o pai estava banido do país e contando com a ajuda dos companheiros russos, a menininha rebelou-se contra tudo o que já estava instituído. É daquelas radicais fundamentalistas da esquerda que nega da Igreja Católica ao próprio Deus. Bom, pelo menos assumiu a postura católica de negar o aborto, motivo pelo qual foi defenestrada do PT. De mais uma, tornou-se das mais esquerdistas do PSOL. Ao contrário da Erundina, não pode usar da velhice para mudar de idéia, o que atesta sua burrice.
5. Jorge Bittar – Outro engenheiro do ITA que caiu para a esquerda, assim como o Babá. Por 22 anos “trabalhou” na Embratel, quando esta era essencialmente estatal, mas na verdade, desde que os sindicatos foram legalizados, foi para lá que ele se transferiu, presidindo o Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro. Em 1992, com 44 anos, se elegeu vereador e nunca mais largou o osso. Do sindicato para a política, sempre nos bons cargos, como relator do Orçamento ou em alguma secretaria estadual, enquanto era petista, fundador, nadou de braçadas. Outro que mostra que a preguiça e o oportunismo o identificam como petista na essência.
6 . Chico de Oliveira – Faço uma pequena correção no meu preâmbulo. Este também é um intelectual, mas com alguns graves pecados em sua biografia: ajudou a fundar o PT e a CUT. É um daqueles cérebros escondidinhos do grande público que manipulam as vaidades e o carisma de monstros públicos como Zé Dirceu, Lula e Palocci. Este entrará para a história como um pensador, mas te lugar garantido à direita do Capeta. Hoje critica a tal reforma política que a presidente diz que fará, mas que deixa a coordenação nas mãos de Collor, um oligarca de longa data que não tem qualquer interesse em mudar seja o que for na política, a não ser que seja para beneficiá-lo. Saiu do PT por discordar da política liberal que Lula implantava – esta seria a nova face do PT que já tinha seu projeto de 50 anos de poder, bem ao gosto de Hitler e Stálin -, mas essa sua saída o fez cometer outro pecado imperdoável: criou o PSOL.
7. Plínio de Arruda – Advogado formado no Largo de São Francisco, tem uma longa ficha de serviços públicos. Antes d’eu nascer ele já estava ligado ao poder. Católico, se opôs à política abortista petista, sendo expulso, e criando o PSOL, onde não tinha qualquer notoriedade nacional até candidatar-se à presidência. Era uma Heloisa Helena de calças de tergal, cheio de planos mirabolantes, promessas impossíveis, devaneios dignos de Karl Marx e o petismo explícito de quem fundou o PT com os velhos ideais que já faziam água na União Soviética. Sua campanha deixou explícita sua loucura ultrapassada, tratando o esquerdismo com o mesmo romantismo virulento que Lênin pregou. Um dos idealistas mais fora de mora dos tempos atuais.
8. Milton Temer – Filho de Sírios, foi expulso da Marinha por sua pregação esquerdista em plena ditadura. Mais um classe média remediada, daqueles que poderiam ser considerados de elite na pobreza dos anos 60 que seguiu o canto da sereia comunista. Me lembra aquelas crianças que não sabem brigar e no meio da refrega pública baixam a cabeça e saem dando braçadas como um helicóptero, batendo em tudo que encontrar pela frente, podendo ser quem tenta separar a briga ou uma parede. Asilado na Europa, tornou-se jornalista independente e cobriu revoluções esquerdistas na África e na América do Sul. Fácil adivinhar, para quem não leu, o teor parcial de suas reportagens. Saiu do PT em 2003, também contra o liberalismo mentiroso de Lula e ingressou no PSOL em 2006. Já deu para perceber que todos os ex-petistas que caíram no PSOL têm ideais velhos e carcomidos, Temer entre eles. Não se elegeu senador, mas o Rio não ganhou com isso. Foram eleitos Lindberg, um safadinho, e Crivella, um safado sênior.
9. Flávio Arns – Este é o típico político tico-tico, pulando de fubá em fubá, sempre querendo se dar bem, mas mantendo a carinha de anjo e bem intencionado. No auge de seu populismo, saiu do PT por discordar do apoio que o partido dava a Sarney na crise de 2009 e voltou para o PSDB, de onde havia saído para ir para o PT. Terminou dando-se bem, como sempre, e elegeu-se vice-governador do Paraná. Continuará com sua carinha de anjo, seguindo as características da família Arns, e mostra sua face petista justamente nesse seu senso de oportunidade típica dos esquerdistas.
10. Cristovam Buarque – Outro professor universitário que se aposentará sem ter dado aulas. Isso me lembra Antonio Carlos Magalhães, que aposentou-se como professor da Escola de Medicina da UFBA sem jamais ter dado uma aula, o mesmo ACM que a esquerda criticava. Cristovam é um hipócrita, um Paulo Coelho da política que fala sempre o que sabe que o eleitor quer ouvir, mas na hora de agir..., farinha pouca meu pirão primeiro. Do discurso politicamente correto à prática incisiva há uma distância abismal. Seria o candidato natural do PDT à presidência da República, dizia-se crítico de Lula, mas não do PT; criticou a candidatura de Dilma, mas não negou seu apoio à sua candidatura. Um camaleão desmoralizado.
11. Carlos Nelson Coutinho – Sujeito perigosíssimo! Assim como Chico de Oliveira e Hélio Bicudo, é um intelectual, embora de muito menor envergadura, sua periculosidade, porém, vem de seu vasto conhecimento e admiração das idéias gramscianas. Professor de Serviço Social – viram? Mais um assistente social de esquerda – traduziu Cadernos do Cárcere, de Gramsci. Veio fundar o PT egresso do Partido Comunista. É daqueles comunistas de casca dura, não de formação como a Erundina, mas de nascença. Hoje está fazendo a cabeça do povo do PSL.
12. Chico Alencar – Taí outro tipo de graduado que, comumente é de esquerda, o historiador. O DIAP o inclui, desde 2006, na lista dos mais influentes deputados federais. A bem da verdade, não sei aonde está sua influência, mas se for na Comissão de Direitos Humanos, entendo porque o discurso demagógico contra “as elites”, a favor das minorias e coisas que tais faz tanto sucesso: por influência do Alencar. Se essa influência toda é no Conselho de Ética da Câmara, um dos antros onde ética é papel higiênico, só serve para limpar a bunda, entendo-o como mais um sem ética. O Alencar é o exemplo mais bem acabado do malandro de fala macia. Nunca se dá mal, mesmo quando escorraçado, como quando foi escorraçado do PT ao receber o aviso de que seu grupo, os ditos éticos, não teriam vez no partido ao ter seu candidato, Plínio, derrotado para a presidência do partido pelo gramsciano Berzoini. Na ponta da língua sempre o discurso fácil, críticas superficiais ao antigo partido e ao seu governo.
13. Heloísa Helena – A nervosinha que vive pregando seriedade e estatização de tudo, mostra pelo exemplo que se todos fôssemos funcionários o país pararia de vez. Ao terminar seu mandato de senadora e perder a eleição à presidência ela voltou à sala de aula da Universidade Federal de Alagoas, onde deveria dar aulas ao curso de enfermagem? Claro que não. Sua verdadeira profissão é dirigente sindical e foi para o sindicato que ela voltou. Tem por Lula a mesma paixão que a Marina Silva. Esbraveja, mas não ataca o ex, prefere abrir suas baterias contra o partido, de onde foi expulsa pelo mesmo discurso antiabortista. Mas, de concreto, o que fez pelo Brasil? Seu problema maior, porém, é com Dilma Rousseff, declarada inimiga, o que a fez sair da presidência do PSOL quando este declarou apoio à candidata do PT no segundo turno das últimas eleições. Sempre legislou em defesa do partido e não do Brasil. Continua sendo a maior estrela do PSOL, mas na decadência que merece.
14. Fernando Gabeira – Outro camaleão. A primeira candidatura após sua volta do exílio, em 1986, foi pelo PT, depois foi para o PV, voltou ao PT e agora é o principal nome do PV. Suas defesas ao aborto, à descriminalização da maconha (por motivos óbvios), casamento homossexual, profissionalização da prostituição e outras aberrações mostram bem quem ele é: uma porra louca Zona Sul, que ajuda a enriquecer e armar os traficantes contra o Estado e depois participa de passeatas pela paz com rosas na mão e camiseta branca. Você o deixaria ser zelador da escola de seu filho?
15. Leandro Konder – Filósofo, ou seja, marxista profissional. Foi professor na Universidade Federal Fluminense e na PUC-RJ. Deve ter entortado a cabeça de muitos jovens. De uma família de direita, influenciado pelo pai que foi para o Rio e tornou-se comunista, viu-se atraído pela utopia igualitária da esquerda.Como um cara culto, sempre soube dos crimes de Stalin, mas recusava-se a aceitar como crimes. Seguindo a orientação do pai, achava que eram ações “políticas” necessárias, o que deveras importava era o crescimento da União Soviética. Só pelo fato de deixar por menos o assassinato de milhões de concidadãos do ditador já torna-se um sujeito que assusta. Saiu do PT em solidariedade a Heloisa Helena. Hoje assume que foi ingênuo ao acreditar que o PT seria um partido diferente. Ponto para ele. Por outro lado, acha que o partido não é coisa para ele por ser muito à direita e liberal. Gramsciano de carteirinha, mais um que prefere ficar por baixo dos panos, bem Libelu, do que mostrar a cara e pegar no pesado. Inteligente, mas covarde. Manobra as passas que trabalham seus ideais. Um manipulador.
Muitos outro abandonaram a canoa furada, como Luís Bassuma, cabeça do PV da Bahia, mas nem por isso o partido perdeu. Se saíram os intelectuais, as cabeças pensantes, ficaram as cabeças agentes, os já doutrinados que traíram os doutrinadores, seguindo a máxima leninista que diz que quando um companheiro não é mais útil, que seja eliminado. O PT eliminou os “éticos”, a gang majoritária engoliu o baixo clero e hoje manda e desmanda.
Muitos nomes da política nacional não se filiaram, mas tornaram-se escada para o PT e enobrece suas fileiras com suas oligarquias, seu viés ditatorial, sua ciência para roubar, seu descaso com a população que diz defender, mas que a usa apenas para darem legitimidade para seus desmandos. Sarney, Collor, Michel Temer, Pedro Simon, Lindberg Farias, Renan Calheiros, Jáder Barbalho, Paulo Maluf, Sérgio Cabral, Marcelo Crivella, Ciro Gomes são exemplos dos amigos coloridos do PT que o ajudam a crescer e engrossar a voz contra qualquer oposição
Obrigado, @MarciadeAlencar , pela sugestão de tema.
©Marcos Pontes
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