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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Educação domiciliar ganha força no DF, mas enfrenta problemas com governo e leis delinquentes

Educação domiciliar ganha força no DF, mas enfrenta problemas com governo e leis delinquentes:

Educaçãodomiciliar ganha força no DF, mas enfrenta problemas com governo e leisdelinquentes

Moradores deSobradinho, Darcília e Josué Bueno optaram por educar os 10 filhos fora daescola. Cerca de mil famílias brasileiras adotam esse caminho. O método, comumnos Estados Unidos, enfrenta problemas de regularização no país

ManoelaAlcântara
Aos 4 anos, Mikael Andrade Buenoforma palavras com letras de plástico, desenha melhor do que muitos adultos econsegue pronunciar “helicóptero” sem nenhum tropeço. O irmão de 6 anos,Immanuel, lê livros infantis em voz alta sem perder a concentração ou gaguejar.Os dois nunca frequentaram uma escola nos moldes tradicionais. Os conhecimentossão adquiridos em casa, com a ajuda da mãe, Darcília dos Reis Mazoni Bueno, 42,e do pai, o taxista Josué Peixoto Bueno, 52. Eles optaram pela educaçãodomiciliar e abriram mão de salários melhores para ficar mais tempo no lar, emSobradinho, e ensinar os 10 filhos.
A família Bueno divide o ensino em dois períodos: de manhã, estudam os pequenos e, à tarde, os adolescentes encaram os livros. O caçula, de 4 anos, já forma palavras e o irmão de 6 lê com desenvoltura
Este ano, viram a primogênita,Yael, 18 anos, formar-se no ensino médio e passar em dois vestibulares. A jovemfoi exemplo para os irmãos. Aos 6, sabia toda a tabuada de cor, além de ler eescrever. Agora, fala inglês e espanhol e se prepara para o Exame Nacional doEnsino Médio (Enem). “Minha educação me levou a ser autodidata. Comprei aapostila e estudo por ela. Passei em duas provas de universidades privadas, massó vai contar mesmo quando passar em uma pública”, disse a futura nutricionista,enfermeira ou professora. Ela está em dúvida entre as três carreiras.
Os 10 filhos da família AndradeBueno têm rotina de estudos quase integral. Em uma sala com prateleiras cheiasde livros, computadores, mesas e cadeiras, os pequenos estudam de manhã. Acordam,tomam café e começam a rotina. À tarde, é a vez dos adolescentes aprenderem osassuntos pertinentes à idade, sempre acompanhados pela mãe, que estudou paraser professora no ensino Normal. Eles também orientam os mais novos naalfabetização e auxiliam nas tarefas domésticas.
A opção dos pais em nãomatriculá-los em escolas vem desde o casamento. Embora estejam satisfeitos comos resultados, Darcília e Josué já enfrentaram problemas devido à falta delegalização da modalidade educacional. Parentes estranharam o método edenunciaram a atitude ao Conselho Tutelar.
Divulgação:www.juliosevero.com
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