Por Marco Valente Giacaglia*
Por e-mail do Juarez
Otávio Cabral escreve que a implantação do comunismo sem uma revolução que utiliza a violência como meio, do italiano Antonio Gramsci (1891-1937), pode ser feita desde que se suprimam as vozes discordantes até que os militantes obtenham a “hegemonia cultural” da nação.
Segundo ele a estratégia para obtenção da “hegemonia cultural” se dá em três frentes:
A primeira frente da estratégia consiste em criticar a imprensa livre em toda oportunidade. Tais críticas deverão ser feitas havendo ou não motivo para isso, de modo que aos poucos vá se disseminando a descrença em tudo que é publicado, salvo aquilo que possui a chancela oficial do governo ou do partido.
A segunda frente é focada em fazer e apoiar leis que tornem cada vez mais inviável o exercício livre da imprensa. São leis que objetivam submeter os jornalistas às organizações de controle dominadas por agentes partidários e governamentais – e as de origem econômica que visam a minar gradativamente as fontes de financiamento da imprensa pela iniciativa privada na forma de anúncios.
O terceiro mandamento gramsciano determina que, na busca da “hegemonia cultural”, o comunista deve criar e apoiar jornais, revistas e redes de televisão controlados pelo partido, para que eles concorram com a imprensa livre na busca da atenção de leitores e telespectadores. Dessa maneira o militante comunista pode fazer seu partidarismo fingindo que está defendendo interesses gerais da população ou lutando para elevar o nível do jornalismo praticado no país.
Entre as evidências do início desta revolução e da implantação da primeira frente para obtenção da hegemonia cultural, destacam-se as inúmeras ações do governo para desqualificar reportagens investigativas apresentadas por comunicadores como aquelas que têm sido feitas pelo: “O Estado de São Paulo”, “Folha de São Paulo”, “Veja”, entre outros. Além disso, verifica-se uma forte pressão governamental para a aprovação pelo Congresso Nacional de lei que obriga os meios de comunicação a informar suas fontes.
Segundo reportagem da Veja, de 25 de agosto de 2010, o presidente Lula encarregou uma comissão de transformar, em projeto de lei, as recomendações saídas da Conferência Nacional de Comunicação - CONFECOM.
As mais de 60 propostas aprovadas na Plenária Final da CONFECOM têm nitidamente os objetivos de implantar o controle do Estado sobre as programações e de dificultar a obtenção de financiamentos das emissoras de rádio, televisão e internet que criticarem o governo. Essas ações visam claramente tornar inviável o exercício livre da imprensa e fazem parte da segunda frente para obtenção da hegemonia cultural.
Conforme reportagem da Veja, de 1º de setembro de 2010, desde 2007, Franklin Martins, Ministro da Comunicação Social, que na minha opinião atua no governo Lula de forma semelhante a que Goebbels atuou no governo de Hitler, passou a investir dezenas de milhões de reais em cerca de 3.000 pequenas emissoras de rádio localizadas no interior do Brasil. Cada uma delas recebe de 5.000 a 10.000 reais por mês, dinheiro público, que está sendo utilizado para divulgar apenas notícias de interesse do partido e do governo.
Nessa reportagem um deputado da base aliada, dono de uma emissora de rádio em um estado do norte, dá o seguinte depoimento:
“Nós, por convicção ou necessidade, já tendemos a ser governistas. Ainda mais agora, recebendo verbas para financiar nosso funcionamento, a adesão ao governo Lula é total. Não há rádio ou TV no interior do país que fale mal do governo”.
Citando a própria experiência, ele acrescenta:
“Hoje, mais de 50% do orçamento da minha emissora vem de verbas federais. Os locutores e apresentadores estão orientados a dizer que tudo o que o governo faz é sempre bom”.
A estratégia teve semanas atrás mais um avanço em sua vertente número 3. Evidência disso foi o comparecimento do presidente Lula à inauguração da TV dos Trabalhadores (TVT), uma concessão do Governo Federal ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que investiu 15 milhões de reais. Destaca-se que esse canal, mantido com o dinheiro oriundo da contribuição compulsória descontada do salário dos próprios trabalhadores, terá parte de sua programação produzida pelo governo.
Na inauguração também lá estava Franklin Martins, elogiando o modelo: “Isso é uma revolução, é irreversível e está apenas começando”, disse o ministro, orgulhoso.
Como claramente demonstrado estamos sofrendo uma lenta revolução, conforme preconizada por Gramsci, que tem por objetivo final obter uma hegemonia cultural dentro dos padrões estabelecidos pelo Foro de São Paulo, ou seja, a dominação ideológica do povo brasileiro e a implantação do socialismo bolivariano no Brasil.
Todos devemos nos lembrar da frase: “No pleno gozo de vossos direitos, podeis também ver, de um momento para outro, um usurpador declarar a sua vontade, única lei. A nação, hoje livre, pode amanhã estar escravizada.”
O objetivo da presente exposição não é a de defender determinado candidato ou partido, mas sim esclarecer a todos para que não permitamos que se instaure, mais uma vez, um regime de exceção, o qual sempre persegue os Homens Livres e de Bons Costumes.
Para motivar, trago a inspiradora frase tida como sendo de autoria dos Cavaleiros Templários:
“Não demonstre medo diante de seus inimigos. Seja bravo e justo e Deus o amará. Diga sempre a verdade, mesmo que isto o leve à morte. Assim, você estará em paz com Deus e com você mesmo.”
Termino como comecei:
O fim da liberdade de expressão é o início do fim de todas as liberdades individuais.
*Marco Valente Giacaglia é Livre Pensador.
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