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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

CPMF, já pagamos


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Naquele panavueiro dos anos 90, pouco depois da dupla Itamar/FHC aniquilar a hiperinflação, sem meter a mão em nossa poupança, seja no sentido literal, seja no jocoso, sem plano mirabolante colocando a população contra produtores e comerciantes, como fez Sarney, as contas públicas ficaram menos incompreensíveis.
Tirando a novela da Previdência Social, que economistas, analistas, autoridades, segurados e pensionistas, contribuintes ou a Santa Providência jamais conseguem entender, os governos passaram a ver com mais clareza onde entrava dinheiro, por onde saía, onde estavam os ralos e gargalos. Se não resolveram os problemas de “vazamento”, popularmente conhecidos como “desvios de verbas” ou “caixa dois”, ou seja lá que nome se dê, é outra história. Entre os ladrões sempre estão os amigos do governante de plantão e expor o malfeitor à execração pública é dar arma aos adversários, por isso ficam sempre caladinhos.
Isso acontece desde Deodoro até, já posso adiantar, o governo futuro da senhora Rousseff.
Voltando às contas públicas porque corrupção nacional não é assunto para uma página de Word, caberia numa enciclopédia.
Estabilizada a economia, percebeu-se o rombo na Saúde. Não sobram recursos para atender uma população que teima em crescer e adoecer. Coisa de gente subdesenvolvida. Onde se viu gente educada nas zoropa contrair dengue, tuberculose, febre amarela, piriri, ziquizrira? Mas esse povinho brasileiro não pode deixar os presidentes em paz e teimam em arrumar mazelas físicas para gastarem dinheiro público.
Aí o Doutor Jatene, grande figura da medicina nacional, teve a idéia genial de criar a CPMF. O presidente viu ali sua segunda galinha dos ovos de ouro, depois do próprio plano real. Tudo bem que os ovos dessa galinha eram amargos, mas a população acostumar-se-ia com o gosto. Era, temporário o remédio, tanto que o P da sigla significava Provisório. Duraria apenas o tempo para resolver as questões pendentes na área. Além do mais era um quantia tão insignificante, apenas 0,18% das operações financeira, ninguém chiaria.
Engano. Chiamos e chiamos muito.
Mas o governo ria. Vencido o prazo, o P virou “permanente”, deixou de ser dinheiro para a Saúde e tornou-se fonte para cobrir rombos do governo.
Mais uma vez o prazo de validade esgotou-se e, já no governo Lula, tentaram ressuscitar o imposto fantasiado de “contribuição”, como se fosse algo optativo. Dessa vez a grita foi geral e o governo, mesmo com maioria na Câmara, perdeu a parada para a vontade popular. Esse osso está engasgado até hoje na garganta do presidente que tudo pode e nada sabe.
Se essa coisa voltar, quem será o maior beneficiado? O pobre, dirão os governistas e o governo. O próprio governo, direi eu, que usará esse dinheiro para o que bem lhe convier, uma vez que a fiscalização é inexistente, o TCU é apenas um adorno sem utilidade pendurado na parede dos fundos, o Congresso, do rabo às tetas, é do próprio governo.
E quem será o maior prejudicado? Ora, resposta fácil, a classe média, como sempre. Os milionários, via de regra, como forma de dar um drible no Fisco, não têm renda. Suas empresas bancam as despesas pessoais e familiares, já o assalariado classe média, além de pagar todas as contribuições que o “leão” impõe, inclusive para que tenha Saúde decente, o que não ocorre, ainda paga plano de saúde privado e pagará pela famigerada CPMF. São três pagamentos pelo mesmo produto e, pior, recebendo-o com defeito, seja qual for a forma de pagamento, já que o atendimento médico, tirando Sírio Libanês, Fleury e outros hospitais usados pela gangue que detém o poder, seja de que cor for, é de qualidade duvidosa, Brasil a dentro.
Fiquemos alertas e prontos para cobrar dos parlamentares, a partir de 2 de janeiro, e dos governadores eleitos, a não aprovação desse imposto independentemente do nome que derem a ele para nos enganar.
©Marcos Pontes

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