Norma Braga
Em post recente, observei que deveríamos ficar alegres, fosse qual fosse o resultado das eleições. Vejo que de fato continuo alegre, pela graça de Deus (em outros tempos, eu teria posto energia demais nesse evento e não estaria bem; louvo a Ele por isto!). Mas, além da certeza de que Deus está no comando de tudo, temos motivos para comemorar: creio que essa esquerda mítica, divinizada, está perdendo força na mente dos brasileiros. E isto é algo recente. Como? Vejamos.
Já escrevi aqui várias vezes sobre um dos assuntos de destaque na agenda conservadora, em contraposição às forças do globalismo estatal (conservadores costumam sempre atuar em reação): o aborto. Defender a vida contra a ideia comum do “feto não é gente” sempre me pareceu algo difícil, espinhoso. Em conversas, o defensor da vida arriscava-se a perder o amigo. E eis que, nessas eleições, o assunto ganha uma atenção inédita no panorama político. O que ficou claro para todos é: Dilma podia perder a disputa por causa da postura obsessiva do PT pela descriminalização do aborto. E, de fato, diante disso o partido se viu apavorado o bastante para divulgar mentiras sobre a opinião da então candidata sobre o tema. Mesmo assim, mais de 40% dos eleitores deram seu não nas urnas — se contra o aborto ou não, jamais saberemos. Mas os números foram eloquentes: quase metade dos votantes não queria Dilma. Podemos afirmar que a Vida foi a grande vencedora dessas eleições: se o tema pesou, é porque o aborto prêt-à-porter no Brasil já não se afigura uma unanimidade. O abortista já não é um libertário, um porta-voz dos direitos da mulher; é questionado à luz do dia. Trata-se de uma extraordinária mudança de cosmovisão, e seus propagadores, não mais envergonhados, estão visíveis em jornais de grande circulação, como, na Folha de São Paulo, Luiz Felipe Pondé. Foi serrado o mastro de uma das maiores bandeiras do partido no governo, às mostras há pelo menos vinte anos.
Outro dado importante é o que nos informa Reinaldo Azevedo:
Até a sua biografia já começa a ser reescrita com zelo. Ontem, no Jornal Nacional, um companheiro de militância de Dilma assegurou que ela nunca pegou em armas, embora tenha feito parte de dois dos grupos terroristas mais violentos que praticaram atentados durante o regime militar.
Qual a outra bandeira decepada? O ideal da guerrilha, tão decantado nas salas de aula da universidade! Novamente com medo da perda de apoio popular, o partido recorre a mentiras para reconstruir a história da presidente. Ora, se chegou a esse ponto, novamente, é porque a militância das guerrilhas na época da ditadura já não é mais uma unanimidade. Seus “heróis”, hoje revisitados por historiadores não-comprometidos com o ideário da esquerda, perderam o brilho. Certo, foram torturados, sofreram o diabo. Mas estavam longe de serem os santos cantados em prosa e verso por professores, pesquisadores, propagandistas do socialismo. Eram violentos e chamaram violência para si. E queriam de fato instalar uma ditadura no país, uma ditadura de esquerda. Hoje há mais informação sobre esse lado da história, embora seja geralmente veiculada fora dos bancos escolares. E por que digo que tudo mudou há pouco tempo? Porque há cinco anos — somente cinco anos! —, a revista Época publicou uma entrevista com Dilma Rousseff totalmente laudatória, em que o jornalista responsável chega a parecer extático de tanta admiração pela personagem, oferecendo ao leitor generosas fatias de seu passado como terrorista:
Ajudou na infra-estrutura de três assaltos a bancos, assinou artigos no jornal Piquete e chegou à direção do Colina. Nessa condição, planejou o que seria o mais rentável golpe da luta armada em todo o mundo: o roubo do cofre de Adhemar de Barros, ex-governador de São Paulo.
E o texto termina com uma fala da própria Dilma:
Só pra saber que nunca fui uma menina cândida: eu sei montar e desmontar, de olhos fechados, um fuzil automático leve. Tinha que ser rápido, muito rápido. E, se você quer saber, eu sei atirar.
Sabe atirar e nunca pegou em armas? Não pode, né?
Exulto porque percebo que, agora sim, uma verdadeira oposição parece prestes a se firmar no Brasil contra os ditames socialistas. Se tudo dará certo e se conseguiremos nos manter longe do destino de Cuba e Venezuela, só o tempo dirá. Mas me alegro por oferecer minha contribuição para a desmitologização do socialismo e a afirmação de valores cristãos neste país.
Dito isto, e já um tanto cansada do assunto, repito o que declarei antes, e que serve também como um aviso para mim mesma:
O problema do cristão que se concentra em demasia nos assuntos políticos é ocupar demais a mente com os pecados alheios. Isso corrói o coração. Agora que a Dilma entrou, eu quero mais é me ocupar com assuntos que prefiro — teologia e filosofia — , mas sem esquecer, claro, na medida do possível, de ajudar os cristãos a se livrarem da idolatria socialista.
Fonte: Norma Braga
Divulgação: www.juliosevero.com
Internet, aborto e religião afetaram as eleições presidenciais
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