Lula é mesmo um fenômeno. Jamais se repetirá na história brasileira. Ontem, ele saiu em defesa do reajuste do salário de Dilma Rousseff, quando assumir a Presidência, e dos Congressistas. E o fez de que modo? Atacando e posando de vítima. “Fizeram uma sacanagem comigo em 2002. Aprovaram [aumento] só para a Câmara e para o Senado e não aprovaram para o presidente da República. Eu não reclamei”. Quanta modéstia!
O salário bruto do presidente é hoje de R$ 11.420,21. Deputados e senadores ganham R$ 16.512,09; os ministros recebem R$ 10.748,43 brutos. Estão sem reajuste há três anos, com uma inflação acumulada de 17,8% no período. Recebessem esses valentes os 13 salários dos trabalhadores comuns, é claro que não seria mesmo grande coisa. Ocorre que a gente sabe que eles todos gozam de benefícios que lhes permitem não enfiar a mão no bolso para nada — muito especialmente o presidente da República. É possível que tenha passado os oito anos de mandato sem gastar um tostão.
Não custa lembrar que Lula, a pobre vítima daquela “sacanagem”, é um dos beneficiários do Bolsa Ditadura, que supera os R$ 6 mil mensais. Ele já tinha um bom patrimônio quando chegou à Presidência. E fez certamente uma pequena fortuna nesses oito anos, guardando cada tostão dos dois salários.
Pois é… No momento em que se debate o valor do novo mínimo e que policiais reivindicam a aprovação da PEC 300, discutir aumento de salário para os parlamentares e para o primeiro escalão não parece ser exatamente uma boa idéia. Mas o debate está na praça.
PS - Já escrevi umas 300 vezes, mas é preciso lembrar sempre que o assunto vem à tona. Lula jamais deixou de receber salário do sindicato quando comandava as tais greves do ABC. Depois, passou a recebê-lo do PT. Os dias que passou na prisão não lhe trouxeram um centavo de prejuízo. Ao contrário: traziam em si a futura Presidência da República. Mesmo assim, ele recebe a prebenda do Bolsa Ditadura.
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