Dilma Rousseff, como se sabe, é uma candidata criada a frio, nas provetas de Lula. Nos testes de laboratório, revelara-se uma presidenciável promissora. A rispidez inicial foi sendo gradativamente suavizada. Superou rapidamente a aversão a políticos que considera de direita. Já conversa normalmente com o PMDB. Sem tapar o nariz. Aclamada como candidata em fevereiro, Dilma é testada agora em condições normais de uso. No geral, a coisa corre como fora planejado. A candidata ainda recita números demais. Mas já decorou o mantra vital: continuidade. O diabo é que, aqui e acolá, precisa frequentar ambientes que, por vezes, fogem ao controle –as entrevistas à mídia, por exemplo. Para atenuar-lhe o desconforto, a assessoria criou as entrevistas de laboratório. Os inquisidores são amistosos. E a veiculação é feita no cercadinho do sítio da candidata na web.
Na última peça, o guro cibernético de Dilma, Marcelo Branco, entrevistou-a sobre cultura. Lero vai, lero vem, Dilma pôs-se a falar sobre o filme “Vidas Secas” (1963), de Nelson Pereira dos Santos. Disse que o enredo retrata "todo o problema da miséria, da pobreza, da saída das pessoas do Nordeste
pro Brasil".
Não se sabe ao certo que tipo de reagente os alquimistas de Lula usaram na fórmula da candidata ideal. Mas vai ficando claro que terão de refazer a mistura. Até lá, conviria verificar de que são feitos os assessores da candidata.
Josias de Souza
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