Do blog do Conde
O último debate, na Rede Bandeirantes, dos candidatos a presidência da república revelou uma faceta curiosa dos participantes: todos, sem exceção, são socialistas. Uns podem ser socialistas “lights” e outros “enragès”. No entanto, o consenso de todos os candidatos é a idéia do Estado forte, planejador, impulsionador do desenvolvimento econômico, enquanto nós, agentes privados e verdadeiros produtores da riqueza, somos vistos com desconfiança, como se precisássemos de burocratas para nos conduzir. A “cegueira”, por assim dizer, do livre mercado deve ser manipulada por esses seres iluminados do planejamento estatal. Marina Silva, José Serra, Dilma Roussef e Plínio de Arruda Sampaio devem ser deuses, futurólogos, adivinhos das expectativas de milhões de pessoas na economia.
Mas o debate não assustou apenas pelo consenso, como também pela sonolência. José Serra, o candidato da “oposição”, parece ter ignorado as manifestações de seu vice do DEM, Índio da Costa, denunciando as ligações do PT com as Farc e com a gangue bolivariana Foro de São Paulo. Ele perdeu uma boa oportunidade de colocar o boneco de Lula, a terrorista DIlma Roussef, na parede. Este silêncio soa como traição a uma boa parte dos seus eleitores, já que merecem esclarecimentos sobre o envolvimento nada nobre do PT com o narcotráfico. Porém, Serra, como uma boa parte do PSDB, preferiu se calar. Não toca mais no assunto, mesmo sabendo da gravidade do envolvimento de Lula com o que há de mais retrogrado, criminoso e totalitário na América Latina. De fato, essa ânsia de cada candidato ser mais esquerdista do que o outro não só é um retrato fiel da hegemonia ideológica das esquerdas no plano cultural, como um dado concreto de que não há oposição verdadeira na política. A cumplicidade e o silêncio do candidato tucano com o consenso esquerdista são visivelmente desonestos com os seus eleitores. Aliás, o consenso esquerdista da classe política, em geral, é desonesto. Não condiz com a realidade do eleitor médio, nem com seus valores ou com os fatos.
Se não bastasse José Serra reafirmar o consenso ideológico sinistro, o mesmo chegou a chamar Lula de “troglodita de direita”, pelo fato de o Presidente apoiar o ditador Armadinejah, do Irã. Ou seja, por mais que a esquerda seja corrupta, defenda ditaduras ou políticas genocidas, quem responde pelos seus atos é a direita. Os esquerdistas estão acima do bem e do mal, não assumem os atos que fazem. Esquerda pode roubar, pode matar, pode financiar tráfico de drogas, porque, no final das contas, quem rouba, mata e trafica drogas é sempre a direita fictícia e imaginária na cabeça do Sr. Serra. Ainda que a esquerda mundial tenha alianças com o islamismo totalitário, claro, essa esquerda é toda "direitista". O tucano, de forma inescrupulosa, acaba acatando á farsa ideológica, isentando a esquerda brasileira de seus crimes, ainda que tenha entre seus eleitores, muitos “trogloditas” de direita. Claro que Serra, um gramsciano de longa data, fez tal conjectura por malícia. Inclusive, Índio da Costa poderia ser enquadrado nesse mérito de “troglodita”, ainda que tenha mais respeito aos eleitores do que o próprio Serra. O tucanato é deveras covarde.
Se há algo que as eleições presidenciais já disseram é uma mensagem muito simples: todos os candidatos são socialistas! É um simulacro de marxismo-leninismo cultural. O eleitor médio brasileiro é obrigado a votar num “centralismo democrático”, ainda que não seja partidário, mas cultural. O candidato pode ser “moderado”, “radical” ou de “centro”, mas tudo é ou será esquerdista, com vaselina ou passando areia. Não nos iludamos com o PSDB. O tucanato é esquerda cultural, como também o PT o é. Cada um colabora para o domínio cultural do outro. Por mais que o PSDB vença a eleição, o esquerdismo, que é a base de ambos os partidos, permanecerá intacto, com mais intervenção estatal, mais revolução cultural politicamente correta, com mais impostos e burocracia em nossas vidas. A diferença é apenas de progressão. O PT é o PSDB radical, que come com as mãos. E o PSDB é o PT light, e que usa talher. A diferença é apenas de graduação. Votar em quem? Nos mencheviques ou nos bolcheviques? Na esquerda sindical ou na esquerda caviar? Eis a questão. É tudo farinha do mesmo saco!
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