Com a morte dos principais líderes e com o enfraquecimento da guerrilha colombiana, lideranças do PT se sentem confortáveis em negar relações mútuas no Foro de São Paulo, entidade que nasceu com aproximadamente 15 anos de idade.
Portal do PT, 2 de agosto de 2010:
“Após as acusações do candidato a vice na chapa de Serra e dele próprio, que inclusive foram motivos de ações judiciais movidas pelo PT, sobre supostas ligações do partido com as Farc, veículos da grande mídia ainda insistem em abordar o assunto de forma tendenciosa. O PT tem ou teve algum tipo de ligação política com a guerrilha colombiana?
Valter Pomar: Não, nenhuma. O PT e os partidos de esquerda latino-americanos estão implementando estratégias que combinam luta eleitoral e luta social. A maioria destes partidos apóia, na Colômbia, o Pólo Democrático Alternativo, que já disputou duas eleições presidenciais. O PT tem um protocolo de cooperação com o Pólo Democrático Alternativo. O PT e o Pólo Democrático defendemos uma saída pacífica e justa para o conflito militar existente na Colômbia.”
Diário do Comércio, 18 de agosto de 2010:
“Walter Pomar, diretor do Foro de São Paulo e secretário de Relações Internacionais do PT, fez uma declaração categórica ontem. Negou a presença de integrantes das Farc no Foro.
‘Minha resposta é quase um mantra: não, nunca. As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) jamais participaram do Foro de São Paulo. Não pertencem ao Foro’.”
(http://www.dcomercio.com.br/materia.aspx?id=50401&canal=21)
(http://www.dcomercio.com.br/materia.aspx?id=50401&canal=21)
Radar Político, Estadão, 18 de agosto de 2010:
“O secretário executivo do Foro de São Paulo, Valter Pomar, do Partido dos Trabalhadores (PT), negou hoje (18) qualquer vínculo desse grupo de partidos da esquerda e da centro-esquerda latino-americanas, criado em 1990, com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). “As Farc não participam e nunca participaram do Foro de São Paulo”, disse Pomar, em entrevista a correspondentes brasileiros em Buenos Aires, onde se realiza o 16.º encontro da organização.”
Estadão, 19 de agosto de 2010:
“O deputado José Eduardo Martins Cardozo, coordenador da campanha presidencial de Dilma Rousseff, negou ontem a existência de vínculos de qualquer espécie entre o PT e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). "O PT nunca teve e não tem relações com as Farc", disse ao Estado durante uma cerimônia do 16.º Foro de São Paulo em Buenos Aires, evento que reúne representantes da esquerda, centro-esquerda e partidos progressistas da América Latina e do Caribe.”
O que se observa é que enquanto algumas lideranças se orgulham das relações com as Farc no Foro de São Paulo, como é o caso de Hugo Chávez (http://www.youtube.com/watch?v=BRW-fdcaMfM), o PT segue negando o fato, que pode ser fartamente comprovado em discursos, resoluções, atas, moções de apoio, etc.
Se fosse descoberto que o PT tivera relações subterrâneas com a direita americana, com os conservadores europeus isso sim seria motivo de escândalo.
Mas, para quem nasceu desse berço e é historicamente ligado a todo espectro da esquerda radical tendo como companheiros de viagem guevaristas, zapatistas, sandinistas, comunistas de todo espectro imaginável, a reação de falsa indignação da ligação com as Farc é claramente teatral, na pior acepção do termo. Mas, acostumados ao mau teatro, deixamos que a peça continue, por respeito burguês aos atores.
Não se espera do PT que se auto-incrimine, afirmando ter participado de discussões com a guerrilha, como a outra parte afirma, i.e., Raul Reyes, o número 2 das Farc, morto em ataque do exército colombiano. Mas o material hoje disponível (desconsiderando o conteúdo, ainda desconhecido em sua totalidade, do laptop de Reyes, em posse do governo colombiano) já é o bastante para que providências legais sejam tomadas, exigindo retratação com relação à vida dupla do partido que governa o maior país da América Latina.
Ou então resta aguardar o dia em que o Brasil estará em guerra civil, cindido, com o que resta da imprensa amordaçada, tal como na Venezuela de Chávez, culpando o imperialismo por isso e distribuindo empresas estatais aos companheiros. Nessa hora, o PT terá orgulho de dizer, abertamente, como o caudilho venezuelano: “Obrigado companheiros das Farc. Até a vitória, sempre! Avante com o socialismo do século veintiún!”
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