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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O Brasil deve ser interesse de todos



Sou um otimista convicto quanto ao que podemos esperar do mundo, do Brasil e da sociedade em geral. Não se trata apenas de uma questão de princípio. Essa visão positiva, que tenho feito prevalecer mesmo nos momentos mais difíceis, é produto de uma constante reflexão sobre as transformações em curso na realidade que nos cerca.


Sou capaz de aquilatar o quanto ainda temos a fazer e a quantidade de problemas que ainda persistem à espera de soluções, mas não tenho dúvidas de que o momento que estamos vivendo, especificamente no Brasil, é muito melhor do que aquele que nossos pais experimentaram 50 anos atrás.


O ser humano tem demonstrado, ao longo da História, uma capacidade surpreendente de se renovar, reinventar e transformar situações adversas em oportunidades. Cada vez mais cidadãos, empresas e governos se empenham, de forma consequente, na busca de soluções realistas e viáveis para reduzir a pobreza, criar oportunidades de trabalho e renda, promover o acesso ao conhecimento e às novas tecnologias e preservar o meio ambiente.


Um dos temas de preocupação, o da sustentabilidade, se inseriu irreversivelmente na pauta de todas as organizações responsáveis. Há um entendimento de que o compromisso com a sustentabilidade, além de encarado como um valor econômico, ambiental, social, cultural e político, deve ser também claro e permanente porque é mais do que uma resposta às exigências do mundo atual e um ato consciente de respeito para com as gerações futuras. Precisa ser assumido como um modo de ser inerente às empresas e aos países que pretendem ser competitivos hoje e no futuro.


Mas minha crença na capacidade realizadora dos brasileiros não é suficiente para minimizar o tamanho dos desafios que temos pela frente.


Por essas boas razões, devemos ser cada vez mais exigentes conosco mesmos e jamais ficar satisfeitos com o que alcançamos, já que é sempre possível fazer mais e melhor hoje do que fizemos ontem. Também deve ser alto o grau de exigência que vai orientar nossas escolhas, principalmente em um ano eleitoral, quando todo rigor é pouco na avaliação de capacidades, valores e padrões éticos e morais dos candidatos.


A circunstância requer homens e mulheres comprometidos com um futuro melhor e uma posição de vanguarda para nosso país, líderes sociais e políticos, intelectuais e empresários que tenham a capacidade de ver antes e ver longe, subordinem os interesses pessoais ou de grupos que eventualmente representam ao interesse coletivo e trabalhem, de fato, para o bem da nação.

Emílio Odebrecht. (emilioodebrecht@uol.com.br)

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