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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Franklin sonha com a liberdade cubana para o Brasil


(Giulio Sanmartini) Meu primeiro contato com a censura de imprensa foi num domingo 27 de novembro de 1955. Estudava no colégio Salesiano (RJ) e estava indo para a missa quando dei uma passada pelo jornaleiro para folhear os gibis, vi o jornal “Luta Democrática” cheio de espaços em branco na primeira página. Pascoal, o jornaleiro me explicou que tinha sido censurada.
Ao voltar para casa minha mãe me explicou o que estava acontecendo. Na quinta feira o governo decretara o estado de sítio e por isso tinha a censura. Este foi um período que no Brasil derrubaram dois presidentes: Carlos Luz e Café Filho entre os dias 11 e 21 de novembro
Hoje, na coluna de Cláudio Humberto, que você lê no post abaixo, leio que o atual ministro da Propaganda, Franklin Martins, promoveu reunião com dirigentes da Anatel para discutir a nova Lei das Telecomunicações. Mal disfarça o objetivo de ‘enquadrar’ emissoras de rádio e TV no País. Mesmo não falando em jornais, a intenção é controlar os meios de comunicação como um todo.
Parece que a idade está imbecilizando, Dilma Rousseff e Franklin Martins, que na juventude foram militantes marxistas e lutadores pelo implante da “ditadura do proletariado”. Eles, sectários que continuam sendo, não  perceberam que o tempo passou e as coisas mudaram.
Me pergunto se eles não estão  querendo implantar no Brasil o mesmo que voga em Cuba do macróbio Fidel Castro?
Não é que goste muito da jornalista cubana Yoani Sánchez, me cansa um pouco seu “samba de uma nota só”  mas respeito sobremaneira seu lado guerreiro e o destemor com que enfrenta da ditadura cubana. Nesse sábado (28/8) li seu artigo na revista “Internazionale” (n. 861 25/8 – 2/9) que traduzo na integra.
“Interferências – O aparelho de rádio que ganhei como presente de aniversário, todo empoeirado cochila na estante. Não tenho motivos para ligá-lo, não se ouve praticamente nada, nem as estações cubana. A região é cheia de edifícios ministeriais, com antenas usadas apara obstaculizar as transmissões em ondas curtas que chegam na ilha. Me iludo de poder ouvir a Deutsche Welle e manter vivo meu alemão. Mas pelo alto-falante sai somente um zumbido. Vivemos no meio de uma guerra fria radiofônica : Rádio Marti que transmite dos Estados Unidos, procura intrometer-se no nosso espaço rádio-elétrico. Mesmo sendo proibida, a emitente é muito popular.
Nos aparelhos de rádio postos a venda nas lojas governamentais, é retirado o módulo que permite receber as transmissões estrangeiras. Dessa forma não é raro ver no alto do edifícios,  trastes  meio escondidos para captar sinais do exterior.
Fechados dentro de suas casas, os cubanos procuram a melhor posição para superar as interferências. Algumas pessoas chegam a deitar-se no chão procurando o ponto exato em que as transmissões que vem de fora, se sobreponham àquelas locais. Não interessa o que esteja sendo transmitido. Não interessa se é um chatíssimo programa musical, um noticiário em inglês ou as previsões do tempo em outras partes do mundo. O importante é que sons diferentes, que estejam longe da mixórdia de ordens e prosa sem liberdade transmitido cada dia pela rádio cubana.”
Hugo Chaves adotou esse método com a imprensa venezuelana, espera-se que a brasileira resista, caso haja qualquer tentativa de estupro.
(*) Foto: Franklin Martins e Fidel Castro

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