Duas historinhas rápidas:
1ª- Maria, empregada doméstica, mãe de duas filhas adolescentes, separada e recebendo pensão do ex-marido se nega a ter a carteira assinada pra não perder o bolsa família. Após um ano e meio de trabalho, é despedida, entra na Justiça com pedido de indenização, inclusive alegando que não teve a carteira assinada. Faz acordo com a patroa, embolsa em dinheirinho e desiste da ação trabalhista. Parte para novo emprego.
2º- Antonio, 35 anos, ajudante de pedreiro, desempregado, casado e pai de 3 filhos menores. Família recebe o bolsa família. Procurado pela Assistente Social da Prefeitura com proposta de emprego em empreiteira que vai construir grande obra no município. Pergunta ele, Dona, é com carteira assinada? Resposta: Claro Sr. Antonio, carteira assinada e todos os direitos trabalhistas. Desculpe, não quero, se assinar a carteira minha família perde o bolsa família. Continua na informalidade, fazendo uns bicos e vai levando a vida.
Essas duas histórias, refletem muito bem o que está acontecendo em todo o País com os beneficiários do bolsa família. Na verdade, ao contrário do que diz a propaganda oficial, o programa não distribui renda e muito menos ajuda a ascender socialmente, é um programa emergencial para evitar que num País com riquezas fabulosas, pessoas passem fome, enquanto “políticos fabulosos” abocanham polpudos salários e benefícios, em troca dos “fantásticos serviços” prestados á sociedade. Como um programa idealizado com a finalidade de socorrer a população em situação de risco, deveria ter tempo de vigência definido com critérios de avaliação e capacitação para os beneficiários , inclusive com possibilidade de ser estendido em situações especiais, resumindo e exemplificando: Famílias com renda familiar abaixo de 140 reais per capta que é o que hoje, define o benefício, receberiam o auxilio por período a ser definido, que poderia ser um ou dois anos. Enquanto durar o beneficio, as Prefeituras ofereceriam cursos de capacitação para facilitar a possibilidade de acesso ao mercado de trabalho. Encerrado o prazo do benefício, se comprovadamente a renda familiar não aumentou, continuam desempregados apesar da capacitação, configurando a falta de oportunidades, prorrogar-se-ia o benefício por igual período e assim sucessivamente até que se consiga a colocação no mercado de trabalho, tudo isso sem prejuízo das condições de freqüência e aproveitamento escolar.
Do jeito que está, o bolsa família contribui para a informalidade, incentiva a ociosidade, além de causar prejuízo á previdência. Não distribui renda, na verdade só o investimento prioritário numa educação de qualidade, levará a uma melhoria permanente na qualidade de vida do povo brasileiro. Assim como o seguro desemprego, o programa deveria chamar-se seguro contra a fome.
Seria demais querer que o Presidente Lula, com seu discurso demagógico populista pensasse em fazer qualquer tipo de alteração no programa, já que é seu objetivo manter essa camada da população sob o seu controle, e aí , como Getúlio, se auto declara o Pai do pobres, quando na verdade o que quer mesmo é o continuísmo desse governo pragmático e oportunista. Dá comida aos pobres e enche banqueiros e companheiros de dinheiro, encharca o estado de estatais e distribui os cargos com os sócios de um banquete irresponsável, menosprezando a capacidade em troca de adesismo e subserviência aos seus projetos de perpetuação no poder. Não tem o menor escrúpulo em usar as Instituições em benefício de seus interesses, mesmo que isso afronte a nossa Constituição e desrespeite as leis, por quem já demonstrou seguidamente, não ter o menor respeito. Esse pode ser o Brasil do Lula, seguramente não é o meu.
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