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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Estela, Patrícia, Luiza e Vanda, mas podem me chamar de Dilma, a amiga de Erenice Guerra


Por Nilson Borges Filho (*) 

Sylvia Mônica Allende Ledezma nasceu no Chile, filha de um casal de classe média, o pai engenheiro e a mãe professora. Estudou em colégio católico e na Universidade do Chile, onde fez parte do Ballet Nacional Chileno. Foi numa festa em Santiago que conheceu José Serra, exilado pela sua militância de esquerda, como dirigente estudantil. Casaram-se e tiveram dois filhos. Com o golpe contra o governo de Salvador Allende fugiram para a Europa e depois para os Estados Unidos. Enquanto Serra completava seus estudos de doutoramento em Economia, Mônica fez dois mestrados nas Universidades de Cornell e Drexel.

Com a anistia, ainda no governo do general Figueiredo, Serra e Mônica retornaram ao Brasil. Serra seguiu a carreira acadêmica, dedicando-se à docência e Mônica concluiu seu doutorado na USP. Mais tarde Mônica acompanhou a trajetória do marido e lecionou na Unicamp até à sua aposentadoria. O primeiro ponto: Mônica Serra tem mestrado e doutorado comprovados. Seu currículo está registrado nos órgãos competentes e nunca, em qualquer tempo, colocou-se dúvida na sua autenticidade. Mônica Serra é tida por colegas e amigos como uma pessoa discreta, culta, com uma boa formação política e de conduta exemplar.

Ruth Vilaça Corrêa Leite era brasileira de Araraquara, filha de um casal de classe média, o pai contador e a mãe professora e farmacêutica. Doutorou-se em Antropologia na USP e lá mesmo deu início à carreira acadêmica. Casou-se com o sociólogo Fernando Henrique Cardoso. Respeitada por colegas e alunos, Ruth Cardoso, por conta do exílio do marido, lecionou em Universidades na França e nos Estados Unidos. Publicou livros e artigos em revistas especializadas, no Brasil e no Exterior. Como primeira-dama criou o programa Comunidade Solidária. A sua respeitabilidade era reconhecida até mesmo pelos adversários políticos de seu marido, que não escondiam a admiração que lhe devotavam, pela educação, serenidade e decência. Morreu em consequência de um enfarto fulminante. Até hoje é cultuada por amigos, colegas, alunos e orientandos, que a consideram um marco da antropologia brasileira.

Erenice Alves Guerra nasceu em Brasília, filha de um operário da construção civil. Formou-se em Direito e especializou-se em Direito  Sanitário. Sua carreira profissional teve início como assessora jurídica do PT do Distrito Federal, depois como assessora do senador Cristóvam Buarque e em seguida ofereceu seus préstimos à bancada petista na Câmara. Passou por alguns ministérios até chegar ao ministério da Casa Civil de Lula, substituindo Dilma Rousseff. Apareceu ma mídia, anos atrás, pela maneira mais sórdida possível. Construiu um dossiê fajuto – que depois chamou de Banco de Dados – contra, logo quem, Dona Ruth Cardoso. Mantendo o seu perfil fora-da-lei, mentiu escandalosamente, para encobrir malfeitorias de Dilma Rousseff,  sobre o encontro que manteve com Lina Vieira, Secretária da Receita Federal. Erenice tornou-se celebridade por conta das bandalheiras promovidas por ela, seus filhos e apaniguados na Casa Civil e nos Correios. Erenice falava grosso quando se referia da amizade que mantinha com Dilma Rousseff.

Dilma Vana Rousseff, candidata à presidência da República, que na clandestinidade se utilizou de vários nomes para fugir da polícia política brasileira, que mente sobre currículo, que mente sobre legalização do aborto, que mandou produzir um dossiê contra Dona Ruth Cardoso e, no último debate atacou, sem mais nem menos, Dona Mônica Serra – mulheres decentes e corretas -  é a melhor amiga de Erenice Guerra a quem defende, menos por amizade e mais por medo de que “a amiga” abra a boca e conte tudo, tudo mesmo. 

(*) Nilson Borges filho é mestre e doutor e pós-doutor em Direito. Foi professor da UFSC e da UFMG

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